sábado, 1 de novembro de 2014

PT tenta iniciar um golpe de estado ao lançar rotulagem desonesta e antecipada sobre o PSDB

Venezuela 2: PT tenta iniciar um golpe de estado ao lançar rotulagem desonesta e antecipada sobre o PSDB

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As evidências começam a aparecer em grande quantidade de que o PT de fato está usando o mesmo truque contra o PSDB que o partido de Nicolas Maduro iniciou contra o partido de Henrique Capriles na Venezuela.


Por exemplo, temos o texto Pedido tucano de recontagem de votos venezueliza a política brasileira, de Eduardo Guimarães, e A nova direita brasileira lembra cada vez mais a velha direita venezuelana, de Paulo Nogueira.


Observe então, em detalhes, a afirmação deles: “Aécio Neves é como Henrique Capriles, o PSDB é como o Primeiro Justicia. Logo, o PSDB e Aécio são tão golpistas como Capriles e o Primeiro Justicia”.


Era disso que eu precisava! Que eles reconhecessem, em público, a tal equiparação. Assim, finalmente podemos estudar o caso brasileiro para entender os eventos ocorridos na Venezuela em 2002, quando Chavez venceu Capriles por 55% a 45%. Após a morte de Chavez, em 2013, seu sucessor Maduro teve 50,66% dos votos, contra 49,44% de Capriles.


Como se nota, o pedido de recontagem de votos gerou extrema irritação nos chavistas. Tudo isso enquanto o governo ia destruindo cada vez mais a liberdade de expressão e devastando a economia do país.


Hoje, Venezuela já é uma ditadura, onde as eleições são apenas uma fachada para um governo totalitário e bárbaro que só sobrevive no poder por ter controlado a mídia. Os chavistas efetivamente deram um golpe de estado, enquanto Capriles agiu dentro dos parâmetros democráticos o tempo todo.



A coisa fica pior ainda quando vemos, pelas palavras dos próprios bolivarianos (e eu citei dois exemplos de textos de bolivarianos do Brasil), que Capriles é exatamente igual a Aécio, e que o Primeiro Justicia agiu exatamente igual ao PSDB.


Assim, ao estudarmos o comportamento de Aécio e do PSDB, estudamos também como funcionaram as falsas acusações de “golpismo” usadas pelos chavistas na Venezuela contra Capriles. Guimarães e Nogueira, obrigado por facilitarem meu trabalho!


O que é, então, que os bolivarianos chamam de “golpismo”? Exemplos:
  • pedir imprensa livre
  • criticar o aparelhamento estatal
  • lutar para impedir que o governo crie um quarto poder a partir de coletivos não-eleitos
  • evitar que o governo possa meter sua mão boba na Constituição, via assembleia constituinte
  • pedir democraticamente auditoria nas eleições, especialmente quando surgem diversas denúncias de eleitores
Na página do Facebook Queremos oposição de verdade, vemos algo muito coerente e lúcido:
O PT tem a cara-de-pau de acusar o PSDB de golpista por pedir uma auditoria especial na eleição presidencial, o que não tem nada de ilegal.

O PT sim age de forma antidemocrática e golpista:

-O PT já tentou varias vezes criar uma nova assembléia constituinte, o que é na pratica um golpe de estado, pois uma nova constituinte significa jogar a atual constituição no lixo e começar outra do zero, sem nenhum dos direitos garantidos.

– O PT se submete à uma organização internacional chamada Foro de São Paulo. Não é atoa que nos cumprimentos que Dilma recebeu pela vitória, vindos de outros partidos bolivarianos da América Latina, se falou em consolidação de uma coisa chamada Pátria Grande. É golpe contra a soberania nacional.

– O PT já criou dois mega-esquemas de corrupção com o objetivo de COMPRAR votos de parlamentares do Congresso Nacional -Petrolão e Mensalão, o que é um golpe contra a democracia.

Golpista e antidemocrático é o Partido dos Trabalhadores!
Corretíssimo!
O que podemos entender é que, no léxico dos bolivarianos, golpistas são todos aqueles que se opõem às suas tentativas reais de golpe de estado.

Enfim, o mito de que havia uma elite “golpista” na Venezuela se desfaz, principalmente depois do reconhecimento público de dois colunistas bolivarianos (e os demais estão seguindo pelo mesmo caminho) de que a oposição brasileira é igual a da Venezuela.

Não. Os partidos que estão no poder é que são iguais em seu golpismo.
Mesmo assim, é inacreditável que muita gente não tenha percebido o truque do PT ao rotular o adversário de golpista.

O que o PT tem praticado é guerra política, pura e simplesmente. Lembremos que política é guerra de posição, na qual o agressor geralmente prevalece.

Como o PT quer dar um golpe de estado, chama o adversário de “golpista” e “antidemocrático” para tentar marcar essa posição. Cabe agora, de novo, que o PSDB recupere as posições ocupadas. 

Já não vimos isso em toda a eleição?
Aliás, o PSDB fez o pedido de auditoria por pressão das redes sociais. Agora é essencial que o partido seja pressionado a entrar na guerra política. É um absurdo total entrar com um pedido desses e não estar preparado para todas as artimanhas golpistas que o PT tentaria em seguida.

Nunca, nunca, nunca (sob hipótese alguma) pensem apenas nos argumentos quando tratarem questões políticas, especialmente diante de um partido especialista em guerra política como o PT.

Algumas pessoas tem afirmado o seguinte: “se eles [do PT] não tivessem nada a temer, não estariam tão incomodados”. É uma constatação lógica, mas ainda não se converteu em um míssil teleguiado.


É preciso urgentemente começar a entender como funciona a comunicação petista. Ela não é só baseada em argumentação (no caso deles, péssimos), mas principalmente em conquista de posições.

Como vimos antes, o jogo que eles estão tentando fazer sobre o PSDB é exatamente o mesmo jogo que Maduro fez contra Capriles, chamando-o de “golpista” de forma antecipada para justificar atrocidades e reduzir o potencial de percepção do povo sobre suas próprias atitudes totalitárias futuras.

Ou seja, enquanto o pessoal do lado de cá está pensando ainda com foco na argumentação, o pessoal do lado de lá está planejando uma conquista totalitária de poder. A linguagem para nós tem sido uma ferramenta, para eles é uma arma.

Já passou da hora de que nós percebamos isso. Não é possível que o golpe de Chavez e Maduro na Venezuela não nos tenha ensinado nada…

Muitos me pedem dicas sobre guerra política, achando que existe um livro dizendo “como fazer”. Bem, estou compilando um material e terei novidades em breve. Pode ser um curso, um ensaio, uma cartilha online, etc… Algo vai sair de forma bem mastigada.

Essencialmente, o framework que uso vem de diversas fontes, muitas delas não relacionadas diretamente à política. Algumas fontes vem da psicologia social e do marketing, por exemplo. O termo “guerra política” foi definido por David Horowitz, mas ali temos apenas o começo da coisa.

Sobre “guerra de posição” uma dica é o livro “Positioning, the Battle for Your Mind”, de Al Ries e Jack Trout, uma obra-prima do marketing.

Vamos repetir para que tudo fique mais didático e internalizado em nosso conhecimento político: o PT quer reduzir a percepção do eleitorado em relação às suas tentativas de golpe. O partido encontrou no pedido de auditoria das eleições do PSDB um pretexto para chamar seus oponentes de “golpistas” e “antidemocráticos”.

Basicamente, eles estão marcando posição, associando os dois frames ao PSDB, de forma que quando investirem mais esforços para dar o verdadeiro golpe, a população fique “travada”, pois haverá uma simbologia de golpe/antidemocracia associada aos tucanos.

Os venezuelanos não perceberam o que estava acontecendo. Agora vocês já sabem…

Já vi pessoas dizendo que o PSDB está errado ao dizer que pediu auditoria “por causa da manifestações das redes sociais” e “que acha que o processo é bom, mas por causa das denúncias, quer ter certeza”.

Eu discordo. O erro não é esse, pois essa posição do PSDB os coloca como “mais moderados”.

O problema é outro: é como o PSDB vai se portar diante dos ataques que o PT fez de forma antecipada chamando-os de “golpistas”.

O PSDB, de novo, tem munição de sobra, especialmente por ter adotado a posição mais moderada de início. Mas já vimos nas eleições o partido ter munição infinita e não usá-la. Cabe a nós pressionarmos para que eles comecem a disparar.

Como pode um partido (o PT) que tenta dar o golpe estar rotulando o adversário de “golpista” apenas por agir democraticamente ao pedir auditoria das eleições?
De novo: lembrem-se do erro fatal que foi abaixar a cabeça quando o PT usou a histeria artificial ao rotular Aécio de “agressivo” pelo uso do termo leviana…

Como já disse antes, atuei com auditoria um bom tempo. Sempre uma auditoria é apresentada de forma positiva, dizendo que o objetivo é “confirmar a validade dos controles”, por exemplo.

Isso dá maior autoridade moral para a área de gestão que solicitou a auditoria. Ninguém pode te acusar de “ser contra equipe X, Y ou Z”, pois você mesmo se posicionou como alguém querendo usar a auditoria para “confirmar a lisura”.

Fazendo isso, quem se posiciona contra a auditoria é facilmente rotulado de forma negativa. Mais um exemplo mostrando como o PSDB tem munição de sobra.

Me perguntaram como o PSDB poderia se reposicionar. Um outro leitor já deu o exemplo de como poderia ser. Veja: “Como assim um partido é contra auditorias em serviços públicos?”. Ele está certo!

A partir daí devemos tratar todas as declarações petistas nessa questão com assombro. Outros exemplos:
  • O PT ofende todos os auditores do Brasil.
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  • O PT despreza todos os eleitores que se manifestaram sobre irregularidades nas redes sociais, trazendo provas (que devem ser investigadas).
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  • O PT é um partido golpista e ditatorial, por não admitir o direito à auditoria de serviços públicos essenciais, e por não admitir o direito de questionamento.
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  • No dia em que um pedido de auditoria se tornar polêmico (como quer o PT), teremos nos transformado em uma ditadura. Não vamos deixar isso acontecer.
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  • O PT não pode tratar os eleitores que questionam os resultados como cidadãos de segunda classe. Isso é moralmente criminoso.

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