sexta-feira, novembro 07, 2014
Na semana em que a Executiva do PT publicou resolução em que faz diversos ataques à oposição
e prega a regulação dos meios de comunicação em prol da hegemonia do
partido, a presidente Dilma Rousseff admitiu que pretende abrir um
"processo de discussão" sobre a regulação econômica da imprensa.
Disse
que não sabe ainda como será esse processo, mas afirmou que "isso jamais
poderá ser feito sem consultar a sociedade". Sobre a resolução do
partido, a presidente afirmou: "Eu não represento o PT, represento a
Presidência da República", informa a versão on-line do jornal O Globo.
"A opinião do PT é a opinião do partido, não me influencia. Não sou
presidente do PT, sou presidente dos brasileiros", disse Dilma, segundo o
jornal Folha de S. Paulo.
"Liberdade
de imprensa é uma pedra fundadora da democracia. E a liberdade de
expressão talvez seja a maior coisa que emergiu da democracia", disse.
"Democracia é o direito de todo mundo ter uma opinião mesmo que não
concorde com ela", prosseguiu.
Na sequência, Dilma afirmou que "outra
coisa é confundir isso com a regulação econômica do setor". "Essa é uma
outra discussão. Diz respeito a monopólios. Em qualquer setor econômico,
seja energia, petróleo, tem regulações e a mídia não pode ter?",
questionou.
Assim
como o controle de conteúdo, o fim do que o PT classifica como
"monopólio dos meios de comunicação" sempre foi bandeira defendida nos
projetos do partido para regulação da imprensa. Ou seja, além de voltar
sua artilharia contra os grandes grupos de comunicação, sempre alvo dos
irados discursos petistas contra a imprensa, o partido busca golpear a
receita publicitária dos veículos de informação - o que poderia
redundar, no futuro, no controle indireto do conteúdo pelo
governo.
Desde que assumiu o Planalto, a presidente vinha mantendo
distância do projeto petista de controle da imprensa: sepultou,
inclusive, o projeto de lei para "regulação das comunicações" elaborado
pela legenda durante o governo Lula, e que trazia na raiz o embrião
autoritário da censura.
Economia -
A presidente afirmou na tarde desta quinta que vai fazer o "dever de
casa" e apertar o controle da inflação e que também fará um reajuste em
todas as contas do governo. O posicionamento de Dilma, que vem dando
sinais para acalmar a desconfiança do mercado, ocorreu durante coletiva
de imprensa no Palácio do Planalto. Ela sinalizou ainda que não mexerá
nem no centro nem no intervalo da meta de inflação, cujo teto definido
pelo Banco Central é de 6,5%.
Dilma
afirmou ainda que não está fazendo o "arrocho" que acusou a oposição de
defender. Durante a campanha eleitoral, o PT buscou associar seu
opositor, Aécio Neves (PSDB), às políticas econômicas impopulares que
levariam, por exemplo, ao aumento do desemprego.
Nesta quinta, contudo,
ela disse que não está fazendo "estelionato eleitoral" ao adotar medidas
econômicas como o aumento da taxa de juros, logo após ser eleita, para
acalmar o mercado. A presidente também voltou a comentar a nomeação de
seu futuro ministro da Fazenda, que substituirá Guido Mantega, e indicou
que ele só será definido semanas após o G20, encontro com as vinte
maiores economias do mundo que será realizado nos dias 15 e 16 deste
mês.
Ela, contudo, deixou claro que ainda não fez convite nenhum. Do site da revista Veja
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