terça-feira, 9 de dezembro de 2014

Crise no fim do governo do DF repercute no plenário


O atraso no pagamento dos salários dos profissionais das áreas de educação e saúde motivou a maior parte dos pronunciamentos dos deputados distritais na sessão ordinária desta terça-feira (9). A deputada Celina Leão (PDT) abriu o debate dizendo que o Governo do Distrito Federal (GDF) "não está encarando a crise com a devida seriedade".


A deputada argumentou que "com a constatação de que os salários não seriam pagos, o governo deveria ao menos ter avisado aos profissionais para que eles pudessem se preparar para essa situação".



O presidente da Câmara Legislativa, Wasny de Roure (PT), disse que esteve com o Secretário de Fazenda do DF e que este informou que os salários seriam depositados ainda hoje. "Um remanejamento no Fundo Constitucional do DF viabilizou o pagamento", acrescentou Wasny, ao que Celina rebateu: "Antecipar recursos do Fundo Constitucional do ano seguinte é uma ilegalidade".


A líder do governo na Câmara Legislativa, Arlete Sampaio (PT), destacou que o GDF não está sozinho ao concluir o mandato com déficit nas contas públicas devido à "situação complexa do país, de desaceleração da economia". Segundo a petista, "o governo de Pernambuco acumulou dívida de R$ 8 bilhões, assim como o do Paraná, do PSDB, que anunciou o não pagamento dos salários dos servidores neste mês". Arlete acrescentou que oito governos estaduais anteciparam recursos da arrecadação do ICMS do próximo ano.


De acordo com a líder do governo, não houve antecipação do Fundo Constitucional do DF. "O GDF negociou com o Governo Federal o pagamento de dívidas da Previdência de que era credor, e foi isso que possibilitou ao governo pagar os salários", informou. Para Paulo Roriz (PP), o "caos no GDF" está generalizado, envolvendo também a saúde e os transportes.


Liliane Roriz (PRTB) lembrou que os servidores da área de saúde se juntaram aos profissionais da educação e resolveram entrar em greve. O mesmo acontece, destacou, nos transportes e nas creches públicas. "A crise é tão grande, que é hora de todos nos unirmos em busca de uma solução, independentemente de partidos", finalizou.


Isonomia – Além de críticas ao atraso no pagamento dos servidores da educação, alguns deputados usaram o microfone da tribuna para defender a necessidade de isonomia salarial entre professores e servidores de outras carreiras de nível superior. "Essa é uma luta histórica, e a categoria sofre por ser mais numerosa que outras, que acabam conseguindo melhores reajustes", lamentou o deputado Prof. Israel (PV).


Para exemplificar a situação, o parlamentar citou o caso dos auditores de trânsito, que têm carga horária de seis horas diárias e recebem salário inicial próximo ao do final de carreira dos professores. "É preciso uma distribuição salarial mais equitativa", defendeu, apontando ser preciso, também, discutir a importância do papel social do professor. Em aparte, o deputado Dr. Michel (PP) apoiou a fala do colega: "O erro não é o fiscal ganhar bem, mas sim o professor ganhar mal. Sem educação, não chegaremos a bons patamares de segurança e saúde".

Zínia Araripe - Coordenadoria de Comunicação Social

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