O sistema Alto Tietê, que abastece 4,5 milhões de moradores na região leste da Grande São Paulo, depende de chuva intensa nas próximas semanas para não entrar em colapso em janeiro, antes mesmo do Cantareira.
O nível das represas do sistema baixou e atingiu 4,7% nesta segunda (8) –menos que os 7,8% do Cantareira.
Só em novembro, as águas represadas baixaram 3,2 pontos percentuais no Alto Tietê, que serve parte da zona leste da capital e outros municípios da região metropolitana, como Mogi das Cruzes e Poá.
E a seca se agravou neste começo de mês: enquanto a chuva em novembro foi de 3,6 mm/dia, em dezembro está por enquanto em 1,3 mm/dia.
Segundo Roberto Kachel, engenheiro especialista em hidrologia e membro do Comitê da Bacia Hidrográfica do Alto Tietê, será preciso chover acima da média histórica –de 6,2 mm/dia em dezembro– nas próximas semanas para ele não se esgotar.
"Se chover na média tudo indica que a água no Alto Tietê acaba em 30 dias", afirma.
Editoria de Arte/Folhapress | ||
Kachel, que é ex-funcionário da Sabesp, afirma que a reserva do Alto Tietê, usada desde outubro, está acabando –restando apenas um terço do chamado volume morto.
Já no Cantareira, se a intensidade de chuvas não aumentar muito até março, a gestão Geraldo Alckmin (PSDB) ainda terá em 2015 a possibilidade de recorrer à água da terceira cota do volume morto –se a manobra for aprovada por órgãos responsáveis.
Professor na Universidade Mogi das Cruzes, Kachel afirma que a situação do Alto Tietê chega a ser mais grave do que a do sistema Cantareira –apesar do destaque dado a este pela Sabesp.
Pelos cálculos do pesquisador, a captação de água no sistema Alto Tietê ficará inviável quando seu nível chegar próximo de 1%.
Questionada se existe um plano B para evitar colapso no Alto Tietê, a Sabesp disse, em nota, que "com a chegada do período de chuvas mais intensas, a expectativa é que" esse sistema "volte a subir".
Consumo, evaporação das represas e vazão retirada dos reservatórios também interferem no nível dos mananciais.
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