Os terrenos eram vendidos em valores que variavam de 15 a 30 mil reais. Entre os envolvidos, estava um servidor do GDF
camila.curado@jornaldebrasilia.com.br
Oito homens foram presos nos últimos dois dias, 17 e 18 de dezembro, após a Operação Tellus ser deflagrada em São Sebastião.
Eles integravam um grupo que vendia lotes frutos de invasões na região e são acusados por envolvimento em crimes ambientais, parcelamento irregular do solo e associação criminosa. Um dos envolvidos, Morvan Jorge de Carvalho, 57, trabalhava como Agente Operacional na Secretaria de Estado da Ordem Pública e Social (Seops) do DF e foi pego em Samambaia, onde morava.
Os outros sete deles moravam em São Sebastião: Clenio Oliveira de Souza, 37, Bergman Luiz Silva Santos, 31, Cícero Aureliano de Melo, 35, José Elmiro Santana da Silva, 38, Joeliel Rocha do Nascimento, Sérgio Gonçalves do Nascimento, 28, e Deurismar Nava da Silva, 38.
Além das prisões, foram apreendidos documentos que comprovam as ações criminosas. "Nós chegamos a encontrar cessões de direito, com carimbos de cartórios, em branco. Ou são documentos falsos, ou eles tem algum contato dentro de cartórios que já passam esse material para ser preenchido na hora de passar o lote ou a documentação", explicou o delegado-chefe 30ª Delegacia de Polícia (São Sebastião), Érito Cunha.
O grupo agia em vários locais de São Sebastião, contudo, o foco principal de atuação dos suspeitos era o bairro Morro da Cruz, já reconhecido pela ação intensa de grilagem e invasão de terras. Segundo a 30ª DP, que investiga o caso, a área de preservação daquela região foi quase toda destruída pelo grupo.
Cada lote chegava a custar até 30 mil reais.
Morvan, responsável por fiscalizar denúncias em áreas de preservação permanente e áreas invadidas para o GDF, era um dos principais personagens para que o loteamento ilegal funcionasse. Com o grupo de grileiros, ele repassava informações sobre as vistorias e fiscalizações a serem realizadas para que o grupo se precavesse e evitasse ser abordados. Com isso, o ex-servidor do governo se favorecia financeiramente.
"Ele era uma pessoa que vivia indo nos loteamentos e se beneficiou muito disso. Encontramos com ele algumas cessões de direito, então, possivelmente ele também participava dessa venda e dessa negociação com os lotes", afirmou o delegado.
Na residência dele havia 15 mil reais em dinheiro e cessões de direito de transferência de posse de terrenos. Além de responder pelos mesmos crimes dos outros sete acusados, Morvan poderá também responder à Justiça por corrupção ativa. O ex-servidor está sem emprego devido a extinção da Seops com a transição de governo.
Já na casa de Joliel e Sérgio, além de muita documentação e faixas de comercialização de lotes, também foram encontradas munições de calibres 12 e 38 e pequenas porções de maconha e cocaína. Com isso, eles responderão por crimes extras, como posse de munições de arma de fogo com calibre de uso permitido.
Nos domicílios dos oito suspeitos foram encontrados documentos relacionados à transação de lotes. O grupo ficará preso temporariamente por pelo menos cinco dias. O delegado Érito Cunha pretende prolongar por mais cinco para, então, instaurar inquérito. O delegado espera que as prisões diminuam a atuação de grileiros na região.
Operação Tellus
A Operação Tellus, que significa "terra" em latim, teve o auxílio da Áreas Integradas de Segurança Pública (AISP) Leste, da Divisão de Operações Especiais (DOE) e de outras seis delegacias, além da 30ª DP. A investigação teve início há quatro meses a partir de denúncias recebidas pelo 197, disque-denúncia da Polícia Civil do Distrito Federal. Joliel e Sérgio foram os primeiros suspeitos a serem presos na quarta-feira, quando iniciavam uma viagem.
A prisão deles fora de Brasília foi importante para o restante do grupo não soubesse. Às 6h da manhã de quinta, 18, todos os oito já haviam sido pegos.
A 30ª Delegacia de Polícia ainda apura há quanto tempo o grupo agia na região, pois, de acordo com o delegado Érito Cunha, as invasões em São Sebastião ocorrem desde seu surgimento. As prisões, efetuadas na quarta e quinta desta semana, representam uma parte da operação, que ainda investiga três outras pessoas suspeitas. No processo de apuração, a polícia ainda pretende ouvir os moradores dos lotes vendidos pelo grupo.
Outros servidores envolvidos
As assinaturas dos documentos retificados em cartório recolhidos na casa dos presos também serão analisadas para descobrirem se foram falsificadas ou não.
Se for comprovado que são verídicas, a polícia poderá chegar nos outros envolvidos. Há a possibilidade de que haja mais servidores que colaboravam com o esquema, porque os documentos estavam autenticados com carimbos oficiais. "A partir do momento em que há carimbos, tem alguma coisa errada", declarou o delegado.
Fonte: Da redação do Jornal de Brasília
1 Comentário
CARLOS
QUEM
NÃO QUER MORAR NUMA CASA AO LADO DO LAGO SUL, COM DIREITO A ÁRVORES E
POMARES PARTICULARES, PÁSSAROS CANTANDO, ´BOLSA FAMÍLIA, AUXÍLIO CRECHE,
AUXÍLIO PÃO E LEITE, BOLSA DAQUI, AUXÍLIO DALI E AINDA POR PREÇOS
MÓDICOS????? QUEM NÃO QUER É RUIM DA CABEÇA OU DOENTE DOS NERVOS...
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