sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

Governos estão passivos quanto ao impacto da pecuária nas alterações climáticas




Apesar de o setor de carnes e produtos lácteos ser um dos principais emissores de gases de efeito estufa, os governos pouco fazem para limitar o seu impacto, diz estudo divulgado hoje (4).

pecuária

“O setor da pecuária é responsável por quase 15% das emissões mundiais – quase tanto quanto é produzido por todas as viaturas, caminhões, aviões, comboios e barcos do mundo – e a ausência de estratégias internacionais ou nacionais para reduzir as suas emissões é notável”, considerou Rob Bailey, um dos autores do documento divulgado pelo Centro de Reflexão Chatham House.


“Governos e grupos de ação parecem acreditar que procurar reduzir o consumo de produtos da pecuária é, no melhor cenário, um desafio muito complexo, ou, no pior, pode suscitar reações negativas” entre os consumidores, concluíram os pesquisadores.


Uma das consequências dessa ausência de ação governamental é a falta de tomada de consciência do público quanto ao impacto do setor pecuário nas alterações climáticas.


Uma sondagem online feita em 12 países, incluindo o Brasil, a China, os Estados Unidos, a França e o Reino Unido, com um mínimo de mil participantes em cada, mostrou que apenas 12% das pessoas ouvidas identificaram a carne e os produtos lácteos como uma das principais causas do aquecimento global – 64% apontaram os transportes.


A publicação do estudo ocorre quando milhares de peritos estão reunidos em Lima, no Peru, para trabalhar na proposta de acordo multilateral a ser assinado no fim de 2015 em Paris.


A comunidade internacional fixou o objetivo de conter o aquecimento do planeta em 2 graus Celsius (2ºC) em relação à era pré-industrial. Além desse patamar, os cientistas preveem impactos irreversíveis e dramáticos em muitas regiões.
No ritmo atual, o planeta evolui para um aumento da temperatura de cerca de 4ºC até o fim do século.


O estudo está disponível no site do Chatham House .


Da Agência Lusa / ABr


Publicado no Portal EcoDebate, 04/12/2014

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