Publicação: 05/12/2014 06:07
Delator informou à PF que Duque negociou R$ 60 milhões em propina |
O executivo da Toyo Setal Augusto Ribeiro de Mendonça Neto, que confessou ter negociado até R$ 60 milhões em propinas ao ex-diretor de Serviços da Petrobras Renato Duque, afirmou que os subornos podiam representar até metade do lucro das construtoras. Segundo ele e o ex-diretor da estatal Paulo Roberto Costa, as comissões eram de até 3% do valor dos contratos do cartel. O dinheiro abastecia os cofres do PT, do PMDB e do PP.
De acordo com Mendonça, as propinas eram relevantes para as fornecedoras da Petrobras e, por isso, eram “duramente discutidas”. O executivo explicou que as empreiteiras lucravam de 5% a 10% do valor bruto do contrato. Dependendo da margem, o pagamento de suborno significava perda de metade da lucratividade, conforme depoimento prestado pelo executivo em 29 de outubro ao delegado Felipe Hayashi, em um dos inquéritos da Operação Lava-Jato.
Mendonça afirmou ainda que uma de suas empresas, a Energex Group, fez um contrato simulado de prestação de serviços para o consórcio formado pela Toyo para obras na Refinaria Getúlio Vargas (Repar), em Araucária, no Paraná. Foram R$ 3 milhões. “O valor foi pago a título de propina no exterior, na mesma conta indicada pela diretoria de Renato Duque”, disse.
O delator também informou que, juntos, Duque e o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa receberam cerca de R$ 30 milhões em subornos por obras na Refinaria de Paulínia (Replan), no interior de São Paulo. Conforme Mendonça, a maior parte do dinheiro foi paga em espécie após a contratação simulada de empresas. A documentação desses contratos estaria com a Mendes Júnior, que atou em consórcio com a Toyo.
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