Boulos, esse misto de Édipo com Lênin de Woodstock, está se sentindo traído pela Mamãe Dilma Jocasta! Fure os olhos, a exemplo do Édipo, bobalhão!
Guilherme
Boulos, essa mistura mal-ajambrada de Édipo com Lênin de Woodstock,
voltou a me atacar na quinta, na sua coluna na Folha Online. Já o tinha
feito na semana passada. Respondi. Ele voltou à carga, revelando que
acompanha, de forma dedicada, o que escrevo e falo na rádio. Na Folha
desta sexta, dou uma resposta curta. Volto ao sebento agora. Releiam o
que escreveu.
“Parece que minha última coluna tocou o imperador da direita burra, Reinaldo Azevedo, em algum ponto sensível. O sujeito usou seu blog, sua coluna na Folha e seu programa na Jovem Pan para me atacar, evidentemente, com seu habitual nível rés-do-chão. À parte a raivinha estilizada, que é seu método de manter a audiência e ganhar seu pão, ele deve estar com crise de ansiedade esperando uma ligação. Está transtornado, andou até defendendo movimentos sem-teto do PSDB. Vai lá, Dilma, liga pra ele! Acaba com o sofrimento do rapaz!”
A
expressão “direita burra” faz supor que Boulos reconheça a existência de
uma “direita inteligente”. Quem será? Como o chefão do Movimento dos
(supostos) Trabalhadores Sem Teto nunca se referiu a ela, suponho que só
mesmo a “direita burra” o incomode. Ainda seguindo a trilha da lógica,
tal incômodo não se daria porque “direita”, mas porque “burra”, donde se
conclui que o termo de exclusão, para este notável pensador, é a
burrice, não o direitismo. E isso nos leva a concluir que estamos diante
de um homem inteligente. A qualidade de sua argumentação, nesse e em
outros artigos, fala por ele.
Boulos,
com a perspicácia de um psicanalista de fancaria, julga ter tocado em
algum “ponto sensível” meu. Uhhh? Será? Imaginem o “Divã do Doutor
Boulos…” Tocou, sim, não é de hoje: o estômago! A sua ignorância
arrogante, de molequinho rico e birrento “que resolveu mudar de lado”,
chega a ser asquerosa. Conserva todos os traços prepotentes do preferido
das tias, mas julga falar em nome dos pobres. É a versão bagaceira de
um Marat, o “Amigo do Povo”. É a expressão ignorante e tosca da
estridência jacobinista.
Seus
textos revelam que não leu nada, que ignora os marcos do pensamento da
própria esquerda, que é só um voluntarista cretino que ganhou alguma
projeção porque a sua condição de palhaço da burguesia em meio aos
despossuídos o transforma numa personagem, numa caricatura de
revolucionário desapegado dos bens materiais, num São Francisco de Assis
que ameaça “fazer correr sangue”.
Boulos
lista os três empregos que tenho, o que ele faz com visível desprezo —
desprezo compreensível na pena vagabunda de quem não trabalha nem nunca
trabalhou. Ele vive do quê? “Raivinha estilizada”? Não! Errou! Mais
estilizada, talvez não no sentido empregado por ele, é a minha alegria.
De todo modo, com efeito, ganho o meu próprio pão desde os 15 anos. E o
faço sem explorar a boa-fé alheia; sem usar os miseráveis para resolver
as minhas angústias íntimas; sem recorrer a uma massa de manobra para
compensar déficits de formação afetiva; sem fazer chantagem com as
carências alheias; sem violar direitos constitucionais de terceiros; sem
incorrer em uma penca de crimes previstos no Código Penal.
O tal não
se conforma comigo porque, à diferença de seus parceiros de classe do
jornalismo, que incensam os seus dons de renúncia, vejo nele o líder de
um grupamento que, sob o pretexto de cobrar justiça social, comete atos
criminosos. Mas não só isso: a pessoa na qual outros vislumbram a poesia
da frugalidade, eu constato só a paixão doentiamente concupiscente pela
pobreza; aquele que, em suma, alguns coleguinhas reconhecem como um
líder moral, eu tomo por um celerado desprovido de superego, nas
vizinhanças da psicopatia.
Esse cara é
produto de uma geração. Tem, se não me engano, 30 e poucos anos. À
diferença de esquerdistas e ex-esquerdistas hoje na casa dos 50, que
descobriram as suas primeiras inclinações igualitaristas quando ainda
não existia o PT, o coitado já é fruto da petização do ensino —
inclusive o ensino médio das escolas particulares. É filho dileto das
Marilenas Chauis e dos Emirados Sáderes, que se dispuseram a liderar
hordas de ignorantes cheios de opinião, mas sem nenhuma informação.
Esquerdistas
ainda ou não, os que fizeram escolhas antes de o petismo promover uma
razia nas escolas e nas universidades, recorreram aos textos de
referência; procuraram, na medida do possível, saber o que de fato
estava escrito nos panfletos originais. Boulos não leu nada, não sabe
nada, não conhece nada. É só uma colcha de retalhos de coisas que outros
leram mal e porcamente. E é ele que vem falar de nível rés do chão? Com
qual bibliografia? Com quais credenciais? Com quais instrumentos?
Leu o que
escrevi e ouviu o que comentei e entendeu que eu estaria a exaltar
movimentos de sem-teto do PSDB. Boulos não sabe distinguir capim de
ironia. Além de prepotente, também é burro.
Quanto a
Dilma ligar pra mim, dizer o quê? Não fui eu que posei para fotografias
com as patinhas nos ombros da presidente. Também não fui eu que defendi a
sua reeleição. Não precisei fazer nada disso, e a petista nomeou
Joaquim Levy para o Ministério da Fazenda, Armando Monteiro para o
Desenvolvimento e, consta, vai nomear Kátia Abreu para a Agricultura.
Não botei meus bate-paus a serviço de Dilma — até porque não os tenho — e
acho que são três boas escolhas, embora eu continue a execrar o seu
governo e tudo o que ele representa.
E Boulos,
que agora faz beicinho de chifrado, de mimadinho que foi enganado? Tenha
compostura, melequento! Está se sentindo traído de novo pela Mamãe
Dilma Jocasta. E acha que o Laio sou eu.
Na minha
coluna na Folha de hoje se lê: “Se Dilma sabia da roubalheira na
Petrobras, o impeachment é inevitável”. Não, ela não vai ligar pra mim,
Boulos! Quem está chateado é você! Ficou com o nariz marrom do
oficialismo e se sente traído.
Quem vai pegar essa besta no colo? Não conte comigo! Eu chuto o seu traseiro!
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