04/12/2014 23h22
Cinco partidos tiveram deputados que contrariaram pedido da sigla.
Votação de projeto que derruba meta fiscal se estendeu por 18 horas.
Depois de mais de 17 horas de sessão, o texto-base da proposta - considerada prioritária pelo governo, mas muito criticada pela oposição - foi aprovado por volta das 3h45 desta quinta. Mas os governistas não conseguiram concluir a votação porque faltou quórum para a apreciação do último dos quatro destaques apresentados (propostas de alteração do texto principal). A votação desse trecho ficou para uma nova sessão, convocada para a próxima terça-feira (9).
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O partido de Tiririca compõe a base do governo, tendo, inclusive o
comando do Ministério dos Transportes, hoje chefiado por Paulo Sérgio
Passos. Dos 31 representantes do partido na Câmara, 22 participaram da
votação nesta madrugada e 21 apresentaram voto favorável ao texto
enviado pelo Executivo. Tiririca, deputado mais votado do país em
números absolutos nas eleições de 2010, foi a exceção.Quem também deixou de seguir a própria bancada foi José Antônio Reguffe (PDT-DF), deputado mais votado proporcionalmente na eleições de 2010. Apesar de a liderança do PDT ter pedido aos correligionários da Câmara que votassem pela aprovação da proposta, o parlamentar apresentou voto contrário. Dos 18 membros da sigla na Casa, 15 compareceram à votação e 14 votaram a favor do texto.
Membro da base aliada do governo, outro parlamentar que votou sozinho em sua bancada e tentou evitar a aprovação do projeto que derruba a meta fiscal foi Miro Teixeira (PROS-RJ). O parlamentar, que fez carreira no PDT, chegou a ser ministro das Comunicações no governo de Lula e foi filiado ao PT, contrariou a sua bancada ao apresentar o único voto “não” de um total de 12 integrantes do PDT que foram encaminhados para votar “sim”.
No caso do DEM e PSB a situação foi inversa. As duas siglas eram contra aprovação da proposta do governo. No entanto, dos 11 integrantes da bancada do DEM que participaram da sessão, somente o deputado Mendonça Prado (SE) foi favorável ao texto. No PSB, que teve cinco deputados votando na sessão, Glauber Braga (RJ) foi o único a votar para que a proposta fosse aprovada.
Votos contrários em partidos aliados
Além de votos isolados tanto de deputados aliados quanto da oposição, a sessão foi marcada pela dissidência de parlamentares de alguns dos principais partidos da base. Dentre os partidos governistas, PP, PSD e PMDB são os que tiveram maior número de deputados que votaram contra o projeto.
Embora o texto-base tenha sido aprovado com folga – 240 votos a favor e 60 contra entre os deputados e 39 a 1 entre os senadores – o mapa da votação mostrou que 27 deputados filiados a legendas aliadas ao governo registraram voto contrário ao projeto.
Dos 71 deputados do PMDB – segunda maior bancada da Câmara e principal partido aliado do governo –, somente 40 registraram presença. Dos votantes, 36 se manifestaram a favor do projeto e quatro contra.
Dos 40 da bancada do PP, compareceram para votar 26, dos quais 17 votaram com o governo, sete contra e dois se disseram em obstrução. No PSD, dos 45 deputados, votaram 27 (21 a favor do projeto e seis contra).
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