Graça Foster, desmascarada por Venina da Fonseca, coloca a milionária
máquina de assassinar reputações da Petrobras para atacar a qualidade
profissional e a honestidade da ex-gerente que tem apresentado provas de
que a atual diretoria abafou as denúncias de corrupção e falcatruas na
estatal. O jornal Estado de São Paulo de hoje traz matéria com as
conclusões da Comissão Interna chapa branca da estatal tentando imputar
crimes a Venina. É um escândalo a manipulação de dados e informações. Leia aqui.
A Folha de São Paulo, em matéria abaixo, informa que Venina está acionando judicialmente a Petrobras.
A ex-gerente da Petrobras Venina Fonseca ingressou com uma ação na
Justiça trabalhista na qual acusa a estatal de assédio moral, pede uma
indenização sem definir valores e afirma que a companhia promoveu cortes
ilegais em seu salário.
A executiva afirma ter alertado desde 2009 a atual presidente da
Petrobras, Graça Foster, de que havia irregularidades na refinaria Abreu
e Lima e em serviços de comunicação. Ela relata que comunicou as
supostas irregularidades por e-mail e em conversas pessoais.
Graça nega que tenha sido omissa ou que a executiva tenha falado sobre
corrupção nas mensagens. Venina trabalhou como diretora-executiva da
Petrobras em Cingapura de
julho de 2012 até este mês, quando perdeu o cargo após uma comissão
interna apontar problemas de "não conformidade" em contratos da
refinaria Abreu e Lima, sobre os quais ela teria sido responsável.
A refinaria é apontada pelos procuradores da Lava Jato como uma das
fontes de propina distribuída pelo doleiro Alberto Youssef, a partir de
contratos superfaturados. Na ação, os advogados de Venina dizem que é
ilegal o corte de salário
promovido pela estatal, de R$ 69,1 mil para R$ 24,2 mil brutos. Eles
alegam que a estatal não pode cortar benefícios que ela recebe há
mais de dez anos, segundo casos já julgados no TST (Tribunal Superior do
Trabalho). Ela entrou na Petrobras em 1990 como geóloga e ocupou
diversos cargos de gerência, nos quais tinha direito a benefícios.
Graça disse na última segunda (22) à Folha e ao jornal "O Globo"
que Venina ganhava mais do que ela quando estava em Cingapura (R$ 167,3
mil mensais, incluindo ajuda de custo para escola e reembolso de
aluguel). Em 2013, Graça recebeu uma média mensal de R$ 158,3 mil.
Venina trabalhou como gerente na diretoria de Abastecimento, subordinada
a Paulo Roberto Costa, entre 2005 e 2009. Costa foi preso em março pela
Operação Lava Jato, sob acusação de comandar um esquema de desvios em
obras da estatal e confessou uma série de irregularidades após fechar um
acordo de delação premiada para tentar obter uma pena menor.
ASSÉDIO MORAL
No pedido de indenização, os advogados de Venina citam dois casos que
caracterizam como assédio moral. A geóloga diz ter sido enviada em 2010
pela primeira vez para Cingapura
como uma retaliação às acusações que fez, mas que lá teria sido impedida
de trabalhar. Ela diz ter feito um MBA na filial da Universidade de
Chicago em Cingapura.
O outro episódio descrito na ação como assédio ocorreu, segundo a ação
judicial, entre fevereiro e julho de 2012, quando retornara por um
período ao Brasil: Venina diz ter ficado por cinco meses numa sala na
sede da Petrobras, no Rio de Janeiro, sem telefone nem computador e sem
poder trabalhar.
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