No cipoal de desculpas esculpidas para evitar que Dilma Rousseff seja chamada de mentirosa pela parcela enganada da população, a mais nova galhofa oficial dá conta que ocorreu uma falha no sistema elétrico, mas não se sabe ainda se técnica ou humana. Essa foi a explicação do ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga (PMDB), senador licenciado que é conhecido por cultuar a escuridão da política.
Culpar algum incauto pela incompetência de um governo corrupto e paralisado tornou-se uma obsessão dos petistas, que não sabem como justificar as próprias falhas. Sempre magnânimos, os petistas preferem arrumar um bode expiatório a assumir a culpa. A única coisa certa nesse imbróglio é que na segunda-feira não ocorreu um apagão, mas um “corte seletivo de energia”, conforme disse o diretor do Operador Nacional do Sistema (ONS), Hermes Chipp.
Eduardo Braga e o diretor do ONS têm a obrigação de apresentar à população uma explicação sobre o ocorrido, mas não podem mentir de forma acintosa. Chipp disse que não ocorreu falta de energia, pois no momento em que várias cidades ficaram às escuras o consumo estava acima de 83 mil megawatts, quando o pico da produção nacional é de 86 mil megawatts.
Considerando que no rastro da crise hidrológica atual os reservatórios de água das hidrelétricas estão abaixo do normal e, por consequência, produzindo menos energia do que a capacidade máxima, não é difícil compreender que em algum momento as outras fontes geradoras de energia precisam suprir a demanda.
As usinas termelétricas, mais caras e poluentes, estão em funcionamento ininterrupto desde outubro de 2012, o que o que contraria a fala de Hermes Chipp, que afirmou que a qualquer momento a chuva aparece. Não é desse modo que se trata um assunto tão sério e grave, pois os meteorologistas preveem a continuidade da estiagem ao longo do ano, podendo avançar em parte de 2016.
Como os baixos níveis de água dos reservatórios, algumas hidrelétricas acabam registrando o desligamento de turbinas, procedimento automático que tem por objetivo preservar os equipamentos. Com isso, a frequência do sistema cai, provocando uma queda na transmissão de energia e o subseqüente apagão. Além dos 86 mil megawatts de energia consumidos, o sistema elétrico brasileiro deve gerar mais 5% como reserva técnica. Ou seja, é preciso gerar aproximadamente 90 mil megawatts para atender a demanda de energia e ter uma margem de manobra para casos extraordinários.
Diferentemente do que afirma o governo, o Brasil opera no limite máximo em termos de energia elétrica, por isso a população deve estar preparada para novos apagões, caso a estiagem e o calor intenso persistam nas próximas semanas. Se de fato havia energia de sobra e não houve um apagão, alguém está a mentir nessa epopeia luminosa.
A irresponsabilidade que reina no Palácio do Planalto é tamanha, que o governo petista de Dilma Rousseff não cogita a possibilidade de pedir aos cidadãos para que economizem energia ou façam uso racional dela. Medida lógica e prudente, mas que reforçaria a essência mitômana de Dilma, que durante a campanha eleitoral mentiu a maior parte do tempo.
Cumprindo ordens palacianas, o diretor do ONS disse que não é preciso economizar energia. Em qualquer país minimamente sério Hermes Chipp já teria sido execrado em praça pública, principalmente por causa do funcionamento contínuo das termelétricas. Enfim, como disse certa vez um conhecido e gazeteiro comunista de boteco, “nunca antes na história deste país”.
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