Em São Paulo
O agravamento da seca no Sistema Alto Tietê obrigou a Companhia de
Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) a suspender o
"socorro" prestado a regiões da capital que eram abastecidas pelo
Cantareira antes da crise. O objetivo é evitar o colapso do segundo
maior manancial paulista, que na quarta-feira, 21, caiu a 10% da
capacidade. Com o fim da transferência de água, moradores de bairros
como Cangaíba, Penha e Tatuapé, na zona leste, voltam para a zona de
abrangência do Cantareira, ficando mais expostos a falhas no
abastecimento, por causa da redução da pressão, que é mais drástica para
quem depende do principal sistema.
"A crise da falta de chuva não atinge só o Cantareira, mas também outros mananciais. Nós estamos reduzindo, praticamente zerando, a transferência do Alto Tietê para o Cantareira. Estamos aguardando a chegada da estação chuvosa, que deveria ter começado em outubro. O que está permitindo, de fato, uma maior redução (do Cantareira) é a nossa gestão de pressão, que antes era noturna e nós tivemos de avançar no período diurno", afirma o diretor metropolitano da Sabesp, Paulo Massato. Segundo ele, "o aperto maior" ocorre na região atendida pelo Cantareira.
"Há três dias a medida de contingenciamento de consumo da Sabesp em nosso prédio tem tido início às 13 horas e a água tem retornado por volta das 7 horas do dia seguinte. Até então, esta redução se dava sempre por volta das 17 horas, o que já era ruim mas, ainda assim, permitia a normalização da caixa d'água", reclamou ontem a administradora Priscila de Lucca Lutfi, de 40 anos, moradora de Pinheiros, atendida pelo Cantareira.
Em 2014, o Alto Tietê chegou a suprir 1 milhão de pessoas que recebiam água do Cantareira. Por meio de um sistema de distribuição interligado, a Sabesp transferiu mais de 2 mil litros por segundo para atender a região que vai do Aricanduva até o Tatuapé, na zona leste da capital.
A medida permitiu uma redução de retirada do Cantareira, mas acentuou a crise nas represas do Alto Tietê, que abastecem ainda hoje cerca de 3,5 milhões de pessoas. Em janeiro, quando a transferência foi iniciada, o manancial tinha 44% da capacidade, sem contar com o volume morto que está sendo utilizado atualmente.
Conforme o Estado revelou em agosto, o primeiro plano da companhia, apresentado em janeiro ao Departamento de Águas e Energia Elétrica de São Paulo (DAEE), chamava-se "Rodízio do Sistema Cantareira 2014".
Segundo o documento, "todas as estratégias" foram adotadas à época para "evitar" cortes, mas "o rodízio deve ser planejado em face da situação crítica de armazenamento". O plano, contudo, foi vetado pelo governo Geraldo Alckmin (PSDB), que o classificou como "tecnicamente inadequado".
O cálculo da Sabesp era que o Alto Tietê suportaria a estratégia até o início da temporada de chuvas, em outubro. Mas a seca agravou-se e o sistema está próximo do colapso. Com o recuo da transferência, o Cantareira voltou a atender cerca de 1 milhão de pessoas a mais, produzindo 40% menos água do que em fevereiro do ano passado.
Segundo Massato, a Sabesp pretende compensar a redução do Alto Tietê aumentando a transferência do Guarapiranga para o Cantareira. Hoje, a represa da capital atende cerca de 1,5 milhão de pessoas a mais.
"A crise da falta de chuva não atinge só o Cantareira, mas também outros mananciais. Nós estamos reduzindo, praticamente zerando, a transferência do Alto Tietê para o Cantareira. Estamos aguardando a chegada da estação chuvosa, que deveria ter começado em outubro. O que está permitindo, de fato, uma maior redução (do Cantareira) é a nossa gestão de pressão, que antes era noturna e nós tivemos de avançar no período diurno", afirma o diretor metropolitano da Sabesp, Paulo Massato. Segundo ele, "o aperto maior" ocorre na região atendida pelo Cantareira.
"Há três dias a medida de contingenciamento de consumo da Sabesp em nosso prédio tem tido início às 13 horas e a água tem retornado por volta das 7 horas do dia seguinte. Até então, esta redução se dava sempre por volta das 17 horas, o que já era ruim mas, ainda assim, permitia a normalização da caixa d'água", reclamou ontem a administradora Priscila de Lucca Lutfi, de 40 anos, moradora de Pinheiros, atendida pelo Cantareira.
Em 2014, o Alto Tietê chegou a suprir 1 milhão de pessoas que recebiam água do Cantareira. Por meio de um sistema de distribuição interligado, a Sabesp transferiu mais de 2 mil litros por segundo para atender a região que vai do Aricanduva até o Tatuapé, na zona leste da capital.
A medida permitiu uma redução de retirada do Cantareira, mas acentuou a crise nas represas do Alto Tietê, que abastecem ainda hoje cerca de 3,5 milhões de pessoas. Em janeiro, quando a transferência foi iniciada, o manancial tinha 44% da capacidade, sem contar com o volume morto que está sendo utilizado atualmente.
Rodízio
Juntamente com o programa de bônus na conta para quem reduzir o consumo, a transferência de água do Alto Tietê e do Guarapiranga foram as duas alternativas lançadas pela Sabesp no início da crise para não adotar o racionamento oficial na região do Cantareira.Conforme o Estado revelou em agosto, o primeiro plano da companhia, apresentado em janeiro ao Departamento de Águas e Energia Elétrica de São Paulo (DAEE), chamava-se "Rodízio do Sistema Cantareira 2014".
Segundo o documento, "todas as estratégias" foram adotadas à época para "evitar" cortes, mas "o rodízio deve ser planejado em face da situação crítica de armazenamento". O plano, contudo, foi vetado pelo governo Geraldo Alckmin (PSDB), que o classificou como "tecnicamente inadequado".
O cálculo da Sabesp era que o Alto Tietê suportaria a estratégia até o início da temporada de chuvas, em outubro. Mas a seca agravou-se e o sistema está próximo do colapso. Com o recuo da transferência, o Cantareira voltou a atender cerca de 1 milhão de pessoas a mais, produzindo 40% menos água do que em fevereiro do ano passado.
Segundo Massato, a Sabesp pretende compensar a redução do Alto Tietê aumentando a transferência do Guarapiranga para o Cantareira. Hoje, a represa da capital atende cerca de 1,5 milhão de pessoas a mais.
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