Publicado: 3 de fevereiro de 2015 às 0:00
Continuando a crise como vai, entre aumento de impostos, desemprego,
recessão, supressão de direitos trabalhistas e cortes nos investimentos
sociais, ousaria a presidente Dilma apelar para uma espécie de união nacional
para evitar o pior?
Abriria mão de sua arrogância para que se reunissem as
diversas forças políticas, partidárias, econômicas e sindicais na busca de uma
saída para o impasse?
Melhor seria perguntar como reagiriam os variados segmentos da sociedade
para depois meditar sobre a viabilidade da iniciativa. E a resposta quem
primeiro avança é a oposição, na palavra do senador Alvaro Dias, reeleito pelo
PSDB do Paraná.
Em seu terceiro mandato, o ex-governador responde com um sonoro
NÃO, acrescentando que antes de se cogitar na união nacional deveria ser votado
o impeachment da presidente da República. É total, para ele, a ausência de
condições e de clima para um movimento de união, de tal envergadura, em torno
do governo. Melhor que antes esse governo seja deposto, claro que dentro do
ritual democrático e constitucional.
Alvaro Dias identifica unanimidade no ninho dos tucanos a respeito da rejeição
de qualquer diálogo com os detentores do poder. E trabalha para apresentar o
impeachment como saída para a crise. Tem consciência de que, mesmo divididas,
as forças oficiais, no Congresso, atuariam para obstar a hipótese. Seria
preciso aguardar o climax, para ele inevitável, tendo em vista a incompetência
do governo e do PT para agir no rumo de uma saída.
O importante, na quadra
atual, é apontar os desmandos verificados e a impossibilidade de solução. Não
dá, em seu entender, para aguardar quatro anos até que as eleições surjam como
alternativa. O rolo compressor da aliança PT-PMDB e penduricalhos só será
implodido quando o fracasso nacional alcançar o máximo nível. Pode ser este
ano, pode ser no próximo, mas aguardar 2018 será fatal para o país e as instituições.
O impeachment parece algo inimaginável, mas, segundo o senador,
dependerá de alguns fatores. Por exemplo: das evidências do conhecimento e do
envolvimento das principais figuras do governo, a começar pelo Lula e por
Dilma, nas lambanças da Petrobras e outras entidades controladas por eles.
Também o retrocesso imposto à economia e às finanças pelos que deveriam
controlá-las. Um inusitado qualquer, ou seja, uma explosão popular, levaria de
roldão as frágeis estruturas sustentadas pelos inquilinos do palácio do
Planalto.
Em suma, começa a ser trilhado um caminho diferente, em condições de
gerar o caos. Seu desenvolvimento dependerá da capacidade de o governo e o PT
impedirem que a população se desespere. Pelo jeito, até agora, não está acontecendo.
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