quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

O fim da propriedade privada e a vitoria da criminalidade!! Invasores grilam, invadem, destroem o meio ambiente e se recusam a sair!Moradores roubam ônibus para impedir derrubada de casas no Sol Nascente

Policiais fizeram uma linha de contenção para evitar o confronto, mas os manifestantes reagem atirando pedras e bombas
 
*Com informações de Jéssica Antunes 

A manhã desta quinta-feira (5) começou conturbada para os moradores do Sol Nascente, em Ceilândia. Após a derrubada de 80 casas irregulares pela  Agência de Fiscalização do Distrito Federal (Agefis), moradores roubaram dois ônibus, um da Marechal e outro da São José, e fecharam a via para impedir novas derrubadas.


A operação de ocupação de área irregular está sendo chamada de Nova Jerusalém.


Um dos manifestantes, Ricardo, disse que o objetivo deles é não deixar ninguém entrar na área invadida. "Nem hoje, nem nunca! Se for preciso fecharemos a Ceilândia inteira!", alerta.


Os moradores colocaram fogo em pedaços de madeira e incendiaram os ônibus. As chamas foram controladas pelo Corpo de Bombeiros.


Policiais fizeram uma linha de contenção para evitar o confronto, mas os manifestantes reagiram com pedras e bombas. Um policial foi atingido por um rojão e encaminhado a Unidade de Pronto Atendimento (UPA). Segundo o Comandante Alcenor da Polícia Militar, várias pessoas não moram na área, mas estão apoiando a causa.


Os blindados do  Batalhão de Policiamento de Choque (BPChoque) isolaram a área para conter os ânimos dos manifestantes. Segundo a Superintendente de Operações da Agência de Fiscalização do Distrito Federal (Agefis), Patrícia Melasso, cerca de 12 casas foram derrubadas.

Aguarde mais informações.


Cidade

Expansão fora de controle

Originadas da grilagem de terras, as favelas Sol Nascente e Pôr do Sol estão entre as maiores do país. Se continuarem a crescer no ritmo atual, terão 1 milhão de habitantes em quinze anos

O lado mais pobre de Ceilândia: os dois assentamentos surgiram na década de 90, mas, sem fiscalização, ampliaram suas áreas nos anos 2000 (Foto: Roberto Castro) O lado mais pobre de Ceilândia: os dois assentamentos surgiram na década de 90, mas, sem fiscalização, ampliaram suas áreas nos anos 2000 (Foto: Roberto Castro)


30.mai.2014 09:51:32 | por Lilian Tahan e Ullisses Campbell
 
José Goudim Carneiro é maranhense de uma família de sete irmãos. Órfão de pai desde pequeno, passou a conjugar o verbo trabalhar na primeira pessoa muito cedo. Quebrava pedra até o dia em que se mudou para São Paulo e conseguiu emprego como técnico de telefonia. 

A vida confortável só conheceu quando migrou para o Distrito Federal, nos anos 70. Foi funcionário por trinta anos da extinta Telebrasília e, depois, enveredou para o sindicalismo. Mas não é esse o lastro de sua atual prosperidade. Goudim fez seu pé-de-meia abrindo as portas de um aconchegante hotel-fazenda, com privilegiada vista para o entardecer. 

As instalações têm piscina, sauna, cascata, mesa de sinuca, fliperama, pesque-pague, além de suítes equipadas com ar-condicionado e TV. Um luxo, não fosse a localização. Com o singelo nome de Preguiça, o rancho faz parte da comunidade Sol Nascente, em Ceilândia, a 35 quilômetros do Plano Piloto e é uma das raras exceções em meio a um cenário onde a miséria predomina. 


Trata-se de um dos endereços mais precários e violentos do DF e, ao lado da vizinha Pôr do Sol, figura entre as cinco favelas mais populosas do Brasil. Com casebres a perder de vista, o bolsão de pobreza surgiu no início dos anos 1990 do parcelamento de chácaras que pertenciam à Fazenda Guariroba. Duas décadas depois, pode se tornar a próxima região administrativa da capital.
Sem nenhum traço de planejamento urbano, esse complexo de quase 20 000 casas cresce de maneira desordenada, formando um imenso cinturão de pobreza a pouca distância de uma das maiores rendas per capita do país, o Lago Sul. Contraste replicado dentro das favelas, onde o aprazível hotel de Goudim é vizinho a dezenas de casas sem reboco, em ruas com esgoto a céu aberto. 

Tudo falta ali: posto de saúde, escola, asfalto, coleta de lixo, opções de lazer e cultura. Vista de cima, como na foto que ilustra as páginas de abertura desta reportagem, a região é quase toda ocupada por casebres uma tendência que está longe de estancar. Segundo dados da Companhia de Planejamento do Distrito Federal (Codeplan), as duas favelas somavam 78 912 moradores em 2013. 


A mesma pesquisa indicava que, em 2011, um total de 68 121 pessoas residia no mesmo setor. Ou seja, ao ano, houve um crescimento populacional de 7,6%, ritmo alucinante se comparado à taxa do DF (2,3%) e à do Brasil (0,9%) no mesmo período. Se essa batida continuar, a situação tende a piorar em pouco mais de uma década. 

De acordo com uma projeção feita pelo professor da Faculdade de Arquitetura da Universidade de Brasília Frederico Flósculo, o quadrante formado por Ceilândia, Samambaia, Santo Antônio e Águas Lindas pode ser todo ocupado e virar uma megafavela com 1 milhão de habitantes até 2030. “Esses dois sóis estão bem próximos ao principal eixo de urbanização do Distrito Federal e são o começo do futuro de uma Brasília favelizada”, alerta o especialista em urbanismo.
 
Fonte: Da redação do Jornal de Brasília

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