Publicado: 5 de fevereiro de 2015 às 0:00 - Atualizado às 0:13
Antes de ser conhecida, a lista do procurador-geral da República está
levando montes de parlamentares, alguns ex-governadores e pelo menos dois
ex-ministros à beira de um ataque de nervos. O país ficará sabendo, antes do
fim do mês, quais os acusados de envolvimento no escândalo da Petrobras. Para
uns haverá o pedido de abertura de inquérito. Para outros, a denúncia pura e
simples, tudo a cargo de Rodrigo Janot.
Caberá ao ministro Teori Savaski,
relator do processo no Supremo Tribunal Federal, acatar ou não os
requerimentos, dando início aos procedimentos, ou seja, inquirição dos
denunciados e tempo para a defesa de cada um dos que dispõem de foro
privilegiado para ser julgados pela mais alta corte nacional de justiça.
Outros, com iguais e explosivos efeitos, serão endereçados ao Superior Tribunal
de Justiça, aos tribunais estaduais e à justiça de primeira instância.
As atenções se dividirão entre esses julgamentos e as informações
colhidas até agora sob sigilo através das delações premiadas concedidas a
ex-diretores da Petrobras, doleiros e dirigentes das empreiteiras dispostas a
revelar sua participação nas lambanças em troca da redução de suas penas.
Nesses depoimentos tem sido feitas acusações à presidente Dilma e ao ex-presidente Lula, não como beneficiários do desvio de centenas de milhões de reais, mas por terem tido conhecimento do que acontecia na petroleira e não tomado providências. Eles e muitos altos funcionários do governo e da Petrobras precisarão explicar-se.
A pergunta é se o país e as instituições aguentarão o tranco,
prevendo-se demoradas tertúlias entre o poder público e os implicados. O
Congresso, o governo, os tribunais, os partidos políticos, os meios de
comunicação, o empresariado, a sociedade civil e o arcabouço jurídico estarão
passando por difícil prova de resistência.
Ninguém garante que em função das
evidências e das provas de culpabilidade das elites políticas e econômicas, não
se esgarcem e até se rompam as estruturas responsáveis pelo funcionamento do
Estado, no caso, a nação politicamente organizada. Se chegarmos ao ponto de
ninguém acreditar mais em nada, para quê pagar impostos, respeitar os direitos
do poder público e a liberdade do próximo? A nação posta em frangalhos
precisará de novas instituições. Deus nos livre…
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