Vandré Fonseca - 18/03/15
Para chegar a esta conclusão, os pesquisadores criaram um índice de oportunidades de conservação, com base em dois critérios: a possibilidade de proteger os habitats restantes para estas espécies, que considera os custos, estabilidade política e até a urbanização; e a possibilidade de manter populações seguras em zoológicos, levando em conta de novo os custos e o conhecimento sobre a reprodução das espécies.
Nestas bases, eles usaram modelos de computador no cálculo de resultados parar 841 espécies endêmicas de mamíferos, répteis, pássaros e anfíbios citados pela Aliança Zero para Extinção (AZE) e classificadas como Ameaçadas ou Criticamente Ameaçadas na Lista Vermelha da IUCN (União Internacional para a Conservação da Natureza, em Inglês).
Os resultados foram publicados esta semana na revista científica Current Biology pela equipe liderada pelos professores Dalia Amor Conde, da Universidade da Dinamarca do Sul, e John E Fa, do Colégio Imperial de Londres. Eles apontam que para salvar as espécies mais ameaçadas é preciso ações que incluam o manejo destes animais e ajuda de zoológicos.
Segundo John Fa, "Nosso exercício nos dá uma esperança de salvar mais espécies altamente ameaçadas de extinção, mas ações precisam ser tomadas imediatamente e, para espécies restritas a apenas uma localização, é necessário uma abordagem abrangente para a conservação".
A boa notícia é que o estudo indica que 39% das espécies avaliadas possuem um alto índice de conservação, isto é, podem ser salvas com custos baixos. O valor total estimado para conservar as 841 espécies da lista em seus habitats naturais foi calculado em pouco mais de US$ 1 bilhão por ano. O custo anual estimado para manejo em zoos foi de US$ 160 milhões.
"Apesar de o custo parecer alto, proteger estas espécies é essencial se nós queremos reduzir as taxas de extinção até 2020", afirma o professor Hugh Possingham, da Universidade de Queensland, um dos autores do estudo. E segundo ele mesmo destaca, os gastos de Defesa dos Estados Unidos ultrapassam em 500 vezes esse valor. Em comparação, o que os pesquisadores propõem para salvar mais 800 espécies parece uma pechincha.
Abaixo a lista com as 15 espécies com menores chances de sobreviver na vida selvagem e zoológicos:
Anfíbios
- Lyciasalamandra billae, Turquia;
- Bokermannohyla izecksohni, Brasil;
- Hypsiboas dulcimer, Brasil;
- Physalaemus soaresi, Brasil;
- Pseudophilautus zorro, Sri Lanka;
- Allobates juanii, Colômbia.
- Mirafra ashi, Somália;
- Pomarea nigra, Polinésia Francesa;
- Pterodroma madeira, Madeira;
- Pseudobulweria aterrima, Ilha da Reunião (África);
- Nesospiza wilkinsi, Tristão da Cunha (Atlântico Sul);
- Diomedea amsterdamensis, Nova Amsterdam.
- Lophuromys eisentrauti, Camarões;
- Tylomys bullaris, México
- Geomys tropicalis.
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