Dilma: quanto mais fala, mais afunda. A ela e ao país.
Ontem, mesmo com toda a pressão das ruas e do mercado, após a
desastrosa demonstração de Cid Gomes de que os 39 ministérios são apenas
o resultado de um putrefato balcão de negociatas, Dilma Rousseff, ao
contrário do que o mundo inteiro esperava, negou mudanças na equipe de
governo. E o fez veementemente, dando-se praticamente como ofendida
pelas perguntas dos jornalistas. Querendo demonstrar uma força que não
tem mais. Pronto. O dólar disparou para R$ 3,30 e ficou ainda mais
difícil que ela possa conduzir qualquer mudança na economia. Já no
ministério, é certo que voltará atrás, pois não governa mais. Apenas
respira por aparelhos. A notícia abaixo é de O Globo.
A presidente Dilma Rousseff disse na manhã desta quinta-feira que não
fará uma ampla reforma ministerial, como sugeriu o ex-presidente Lula e
o PMDB, para reacomodar as forças políticas e a base aliada em torno de
seu governo. Segundo ela, o que poderá ajudar é o que está se propondo,
o diálogo:
— Vocês (imprensa) estão criando uma reforma no ministério que não
existe. São alterações pontuais. Eu estou fazendo uma alteração pontual.
(...) Eu não tenho perspectiva de alterar nada nem ninguém, mas as
circunstâncias às vezes obrigam você a alterar, como foi no caso do
Ministério da Educação. Não tem reforma ministerial — afirmou a
presidente.
Para substituir Cid Gomes, que deixou o Ministério da Educação nesta
terça-feira, a presidente afirmou que escolherá alguém da área da
educação o mais rápido possível. — Eu não vou dar a educação a ninguém (partido), meu compromisso é
com a melhoria da educação — disse a presidente, negando o vínculo do
cargo com alguma sigla.
A saída de Cid Gomes do Ministério da Educação gerou especulações sobre a
volta de Aloizio Mercadante, atual ministro da Casa Civil, para a
Pasta. Fontes do Planalto, porém, negam essa mexida.
O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), disse hoje que o
PMDB não está pleiteando a vaga de ministro da Educação. Nesta
quarta-feira, o PMDB pediu a demissão de Cid Gomes depois dos ataques ao
presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ). — O PMDB no
presidencialismo, ele não pode pleitear nada. A
presidente, quando entende que é importante a participação do partido em
alguma pasta, a presidente convida. Mas é preciso que nós tenhamos
presente a lógica do presidencialismo — disse o presidente do Senado.
Renan desconversou sobre o incidente envolvendo Cid Gomes no Plenário
da Câmara. Perguntado se, como presidente do Congresso, ele não
considerou a postura de Cid Gomes desrespeitosa, o senador respirou
fundo e respondeu: — Depois eu falo, tá?!
DOCUMENTO
Sobre o documento analítico escrito
pelo ministro Thomas Traumann (Comunicação Social), que vazou nesta
terça-feira e fala em “caos político” no país e no governo, Dilma disse
que o documento não é oficial e não foi discutido dentro do governo. O
texto avaliava a comunicação como “errada e errática” e dizia que não
seria fácil “virar o jogo”. Segundo
fontes ouvidas pelo Palácio do Planalto, a presidente teria dito a
auxiliares estar “perplexa” com o relato, e que foi criado um problema
desnecessário para o governo.
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