sexta-feira, 20 de março de 2015

Buriti admite rever o corte de administrações




Resistência dos distritais pode conduzir até à retirada do projeto, mas estratégia é deixar que desgaste com despesas caiba à Câmara

O Executivo deve definir ainda hoje se mantém o projeto que extingue sete regiões administrativas, retira a proposta em definitivo da pauta ou envia à Câmara Legislativa um substitutivo,  novo projeto que corresponda às reivindicações dos deputados.

A matéria não tem apoio nem dos distritais da base, e tampouco da oposição. Eles afirmam que votar a favor da extinção das RAs pode prejudicar a imagem da Casa. O Buriti ainda busca uma definição, mas tende a deixar o ônus de bancar os gastos com as administrações para a Câmara.

Minimizar o desgaste
O prazo para a definição foi dado pelo secretário de Relações Institucionais, Marcos Dantas, que espera uma solução do caso, para minimizar o desgaste nas relações entre os poderes Executivo e Legislativo.

De acordo com Dantas, as conversas se dariam entre ontem e hoje para que fossem feitos “alinhamentos nas ações”, já que não há definição sobre a proposta no Buriti. “Não sabemos ainda se retiraremos ou enviaremos um substitutivo”, afirma Marcos Dantas.

O chefe da Casa Civil, Hélio Doyle, não vê motivos para a retirada do projeto. “É legítimo que a Câmara não aceite a extinção e rejeite o projeto, mas o governo tenta reduzir o tamanho da máquina. A maior administração, por exemplo, tem 80 cargos, quando no governo passado ela possuía cerca de 200”, analisa Doyle.
 
 
A presidente da Casa, Celina Leão (PDT), afirma que não votará o projeto do governo antes de ouvir a população.
“O governo precisa entender que se opor não é uma posição dos deputados, mas da sociedade. É difícil votar um projeto em que a Casa fique contra a vontade da população”, explica Celina Leão.

Deputado faz até festa por antecipação
O distrital Doutor Michel (PP) comemorou durante o dia em uma rede social a possível retirada do projeto das administrações da pauta da Casa. “É com muita satisfação que recebo a notícia que o governador Rodrigo Rollemberg, não vai mais extinguir as RAs. Não poderíamos esperar uma atitude diferente do governador. Parabéns ao povo e ao 'Rodrigão'!”, declara Doutor Michel em sua postagem.

Mais tarde, o distrital reforçou suas declarações: “Com o bom senso que tem o governador, não se extinguirá mais nenhuma região administrativa”.

Ao longo das últimas semanas, deputados que têm se posicionado contra o fim das Ras sugeriram apenas a redução do número de cargos e criticaram que o projeto mantenha, mesmo após a extinção, as vagas para comissionados e de cargos de natureza especial.

Hélio Doyle explica que o objetivo é usar os cargos das administrações fundidas para suprir a demanda vinda das cidades que não tiverem mais as estruturas administrativas. “Se unificarmos os quadros teremos como remanejar os cargos, embora  não todos”, afirma Doyle.


Fonte: Da redação do Jornal de Brasília - Suzano Almeida

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