Mané Garrincha tem prejuízo de R$ 5,9 milhões
Fora a Copa e a inauguração, o estádio candango nunca mais lotou
Lucas Magalhães, com BBC Brasil
lucas.magalhaes@jornaldebrasilia.com.br
A Copa passou pelo Brasil e deixou saudades nos torcedores. Para quatro cidades em especial, o sentimento não é bem esse. Pouco menos de um ano depois da realização do torneio, os estádios de Brasília, Manaus, Natal e Cuiabá acumulam prejuízos sobre prejuízos.
Na capital, os números são os maiores. Muito por conta do tamanho da arena. O estádio Mané Garrincha comporta 72.788 pessoas, o que faz com que o local só perca em capacidade para o Maracanã (78.838), dentre os estádios usados durante o Mundial. Das outras quatro arenas candidatas a “Elefantes Brancos” antes do início da Copa, a cidade que conta com o maior espaço é Manaus, cuja Arena da Amazônia comporta 44.351.
Segundo os dados da matéria do portal BBC Brasil, os custos mensais de manutenção do Mané Garrincha giram em R$ 600 mil. O Jornal de Brasília confirmou a informação com a Secretaria de Turismo do Distrito Federal, pasta responsável atualmente pelo estádio.
Calculando-se que 22 meses se passaram desde a inauguração, em maio de 2013, o valor gasto chega a R$ 13,2 milhões. Nem mesmo o status de ser o estádio com maior arrecadação, com R$ 5,5 milhões, dá saldo positivo à arena candanga. O resultado dessa subtração é um prejuízo de R$ 5,9 milhões. E o custo pode crescer.
“Não há uma equipe destacada para realizar o balanço destes gastos. Os valores são baseados em contas a serem pagas e valores que entram nos meses de evento. Os números podem variar de acordo com o mês de evento”, explica a Secretaria de Turismo, por meio da assessoria de imprensa.
Nos outros estádios, os prejuízos também são altos. Na Arena da Amazônia, o déficit é de R$ 2,7 milhões. Já na Arena Pantanal, o resultado estaciona na casa de R$ 1,4 milhões. Apenas na Arena das Dunas não foi possível saber o prejuízo, de acordo com a BBC Brasil.
Desde o início de 2015, o Mané Garrincha não recebeu um jogo oficial. A arena foi palco de uma partida de exibição de futebol americano, de um encontro de ex-jogadores, além de um torneio internacional de futebol.
As partidas previstas para o Mané Garrincha são as finais do Candangão, nos dias 25 de abril e 2 de maio e Cruzeiro x Corinthians, na abertura do Campeonato Brasileiro.
Saiba mais
Antes mesmo da Copa das Confederações ter início, o Mané Garrincha foi palco de partidas memoráveis.
Entre os jogos, o encontro entre Santos e Flamengo, na primeira rodada do Brasileirão de 2013. Além do maior público da história da competição, o embate também marcou a despedida de Neymar do Peixe. Pouco depois ele se transferiria para o poderoso Barcelona.
O Flamengo fez do Mané Garrincha sua segunda casa. O Rubro-Negro enfrentou o Vasco duas vezes no estádio.
Fifa tem arrecadação recorde
Enquanto os estádios brasileiros acumulam quantias milionárias de prejuízos, o mesmo não acontece em relação aos lucros da Fifa com a realização da Copa do Mundo no Brasil.
De acordo com levantamento publicado no jornal O Estado de São Paulo, a entidade máxima do futebol faturou a bagatela de R$ 16 bilhões com o torneio. Nunca a Fifa contou com tanto dinheiro em caixa quanto atualmente, graças ao que foi conquistado com o Mundial em terras brasileiras.
A efeito de comparação, a Copa anterior, na África do Sul, rendeu R$ 4,1 bilhões de lucros.
Baixinho na bronca
Crítico ferrenho da forma como a realização da Copa do Mundo foi conduzida no Brasil, o ex-jogador e deputado federal Romário não poupou críticas à entidade que rege o futebol no mundo.
“O modelo de negócios da Fifa é realmente extraordinário. Especialmente em países como o nosso, onde o governo abre as pernas e concede todo tipo de isenção fiscal à entidade. Para ser mais exato, R$ 1 bilhão em isenção fiscal”, disparou, em postagem no Facebook.
lucas.magalhaes@jornaldebrasilia.com.br
A Copa passou pelo Brasil e deixou saudades nos torcedores. Para quatro cidades em especial, o sentimento não é bem esse. Pouco menos de um ano depois da realização do torneio, os estádios de Brasília, Manaus, Natal e Cuiabá acumulam prejuízos sobre prejuízos.
Na capital, os números são os maiores. Muito por conta do tamanho da arena. O estádio Mané Garrincha comporta 72.788 pessoas, o que faz com que o local só perca em capacidade para o Maracanã (78.838), dentre os estádios usados durante o Mundial. Das outras quatro arenas candidatas a “Elefantes Brancos” antes do início da Copa, a cidade que conta com o maior espaço é Manaus, cuja Arena da Amazônia comporta 44.351.
Segundo os dados da matéria do portal BBC Brasil, os custos mensais de manutenção do Mané Garrincha giram em R$ 600 mil. O Jornal de Brasília confirmou a informação com a Secretaria de Turismo do Distrito Federal, pasta responsável atualmente pelo estádio.
Calculando-se que 22 meses se passaram desde a inauguração, em maio de 2013, o valor gasto chega a R$ 13,2 milhões. Nem mesmo o status de ser o estádio com maior arrecadação, com R$ 5,5 milhões, dá saldo positivo à arena candanga. O resultado dessa subtração é um prejuízo de R$ 5,9 milhões. E o custo pode crescer.
“Não há uma equipe destacada para realizar o balanço destes gastos. Os valores são baseados em contas a serem pagas e valores que entram nos meses de evento. Os números podem variar de acordo com o mês de evento”, explica a Secretaria de Turismo, por meio da assessoria de imprensa.
Nos outros estádios, os prejuízos também são altos. Na Arena da Amazônia, o déficit é de R$ 2,7 milhões. Já na Arena Pantanal, o resultado estaciona na casa de R$ 1,4 milhões. Apenas na Arena das Dunas não foi possível saber o prejuízo, de acordo com a BBC Brasil.
Desde o início de 2015, o Mané Garrincha não recebeu um jogo oficial. A arena foi palco de uma partida de exibição de futebol americano, de um encontro de ex-jogadores, além de um torneio internacional de futebol.
As partidas previstas para o Mané Garrincha são as finais do Candangão, nos dias 25 de abril e 2 de maio e Cruzeiro x Corinthians, na abertura do Campeonato Brasileiro.
Saiba mais
Antes mesmo da Copa das Confederações ter início, o Mané Garrincha foi palco de partidas memoráveis.
Entre os jogos, o encontro entre Santos e Flamengo, na primeira rodada do Brasileirão de 2013. Além do maior público da história da competição, o embate também marcou a despedida de Neymar do Peixe. Pouco depois ele se transferiria para o poderoso Barcelona.
O Flamengo fez do Mané Garrincha sua segunda casa. O Rubro-Negro enfrentou o Vasco duas vezes no estádio.
Fifa tem arrecadação recorde
Enquanto os estádios brasileiros acumulam quantias milionárias de prejuízos, o mesmo não acontece em relação aos lucros da Fifa com a realização da Copa do Mundo no Brasil.
De acordo com levantamento publicado no jornal O Estado de São Paulo, a entidade máxima do futebol faturou a bagatela de R$ 16 bilhões com o torneio. Nunca a Fifa contou com tanto dinheiro em caixa quanto atualmente, graças ao que foi conquistado com o Mundial em terras brasileiras.
A efeito de comparação, a Copa anterior, na África do Sul, rendeu R$ 4,1 bilhões de lucros.
Baixinho na bronca
Crítico ferrenho da forma como a realização da Copa do Mundo foi conduzida no Brasil, o ex-jogador e deputado federal Romário não poupou críticas à entidade que rege o futebol no mundo.
“O modelo de negócios da Fifa é realmente extraordinário. Especialmente em países como o nosso, onde o governo abre as pernas e concede todo tipo de isenção fiscal à entidade. Para ser mais exato, R$ 1 bilhão em isenção fiscal”, disparou, em postagem no Facebook.
Fonte: Da redação do Jornal de Brasília
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