Michel Temer comandou a compra de votos, em trocas de cargos e de emendas para senadores.
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(Estadão) O Palácio do Planalto tenta hoje aprovar no Senado a
indicação do advogado e professor Luiz Edson Fachin para assumir uma
cadeira no Supremo Tribunal Federal. Apesar de o cenário ser otimista, o
governo busca garantir quórum alto na votação. São necessários pelo
menos 41 votos dos 81 senadores para ele ser aprovado.
Um
dos maiores obstáculos para a indicação da presidente Dilma Rousseff é o
presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). Em rota de colisão com
o Planalto desde o início do ano, o peemedebista tem articulado a
derrota de Fachin. Como a votação é secreta, o risco existe.
Para
evitar transparecer sua articulação, Renan já avisou que vai consultar o
plenário para decidir em que momento colocar o nome de Fachin em
votação. Líderes da base vão trabalhar para que a votação seja realizada
antes de a Medida Provisória 665, que altera regras de acesso a
benefícios trabalhistas, começar a ser analisada. Como essa é uma
questão polêmica, há receio de que a discussão se alongue e o plenário
fique esvaziado. A margem de segurança que o Planalto trabalha é de 70
senadores presentes no plenário.
Apesar do clima de
instabilidade, integrantes da base mostravam otimismo ontem e calculavam
que o jurista poderia ter apoio de até 55 senadores. "O balanço é que
há votos suficientes para aprová-lo", disse o líder do PT, Humberto
Costa (PE).
Polêmicas. Aos 57 anos, o
gaúcho Fachin fez carreira no Paraná e foi indicado por Dilma no mês
passado para a vaga de Joaquim Barbosa. Desde então, busca explicar
posições controversas que já externou a respeito de temas ligados à
família, à propriedade e à política. Para
isso, contratou uma equipe de assessoria de imprensa e lançou uma
campanha nas redes sociais para tentar esclarecer, com vídeos, essas
polêmicas. Também fez questão de se apresentar pessoalmente aos 81
senadores. Não foi recebido por quatro, que deram como desculpa
incompatibilidade de agendas.
Na semana passada, Fachin
foi submetido a uma sabatina demorada, de quase 11 horas - uma das mais
longas da história. Ao fim dos questionamentos, recebeu o voto de 20 dos
27 membros da Comissão de Constituição e Justiça do Senado.
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