O procurador Deltan Dallagnol, chefe da Força-Tarefa. |
Entre
os envolvidos nessa tentativa criminosa de anular a investigação estão
agentes da PF, hoje dividida entre verdadeiros profissionais e agentes
políticos da Stasi lulopetista. Outro dia este blogueiro perguntou, em
post, a quem interessa complicar as apurações. Ora, os primeiros
interessados, sem sombra de dúvida, são os petistas envolvidos no
petrolão, cuja lama chega às portas do tiranete Lula. Minar o processo
traz mais proveito aos políticos corruptos do que aos empreiteiros
presos. Se isto acontecer, estará configurado um golpe na República:
Investigadores
da Operação Lava Jato suspeitam que informações com “conclusões
preordenadas” surgidas em torno das investigações da Polícia Feral no
maior escândalo político de corrupção na Petrobrás – envolvendo as
maiores empreiteitas do País e os partidos PT, PMDB e PP – possam ser
usadas para tentar “criar falsas nulidades” nos processos e também para
tentar derrubar a cúpula de delegados da Superintendência da PF em
Curitiba.
Em
nota divulgada neste domingo, 17, os nove procuradores da Força Tarefa
da Lava Jato, informaram que “acompanham de perto” investigação – aberta
pela Corregedoria da PF, em Brasília, e noticiada na última semana –
que apura a possibilidade de escutas ilegais na cela do doleiro Alberto
Youssef, peça central de toda operação.
Os investigadores identificaram o que chamam de ‘farto mercado de
compra de dossiês’. Uma das investigações em andamento mira esses
dossiês contra autoridades públicas encarregadas das investigações, e
sua autoria.
“A Força-Tarefa do Ministério Público Federal no caso Lava Jato,
diante das notícias publicadas na imprensa nacional (…) sobre o encontro
de equipamentos eletrônicos na sede da Superintendência da Polícia
Federal no Paraná, vem reiterar que as investigações na denominada
‘Operação Lava Jato’ são lícitas e livres de qualquer nulidade”, informa
nota, divulgada neste domingo, 17.
Uma escuta clandestina encontrada no segundo andar da
Superintendência da Polícia Federal, em Curitiba – sede das
investigações da Operação Lava Jato -, há cinco dias e um depoimento do
agente da PF Dalmey Fernando Werlang, tornado público na mesma semana,
reforçaram as suspeitas dos investigadores.
Especialista no assunto, o agente foi o responsável pela implantação
da escuta clandestina encontrada na quarta-feira e também pelas escutas
inativas na cela onde estava o doleiro Alberto Youssef, na Custódia da
PF.
Werlang
prestou depoimento no dia 4 de maio ao delegado Mário Renato
Castanheira Fanton, em um hotel de Curitiba, após cumprir outra missão
na cidade. Uma investigação foi aberta na Corregedoria da PF, em
Brasília, após esse depoimento do agente.
O agente disse que naquele período o superintendente regional da PF
no Paraná, Rosalvo Ferreira Franco, e dois delegados da Lava Jato, Igor
Romário de Paula e Márcio Adriano Anselmo, teriam pedido a ele que
realizasse as escutas. Afirmou que diariamente baixava os audios e
entregava em mãos a dois delegados, em cópia feita em um pen drive. Não
consta que ele tenha entregue à Corregedoria cópia desse material.
Contradição. Werlang
havia se pronunciado em uma sindicância aberta no ano passado, quando
Youssef – preso na Custódia – tirou fotos logo após ser preço, em março,
com o aparelho encontrado na cela em suas mãos. Na ocasião, o agente
nada falou sobre “ordens” para grampos ilegais no local. Ouvido
novamente em maio pelo delegado Fanton, ele deu a nova versão.
Sindicância
aberta no ano passado e arquivada concluiu que o equipamento não estava
apto para uso. Ele havia sido implantando durante o período em que o
traficante Fernandinho Beira-Mar esteve detido na Custódio da PF, em
Curitiba, e era usado, após autorização judicial.
Em sua nota, o Ministério Público Federal cita o caso passado. “Em
relação ao encontro, há vários meses, de equipamento eletrônico em uma
das celas da carceragem da Superintendência da Polícia Federal no
Paraná, o qual, segundo investigação arquivada, não era apto a fazer
gravações”.
Para os procuradores da Lava Jato, “a renovação da investigação deve
ser conduzida com serenidade e efetividade pela Corregedoria da Polícia
Federal, com acompanhamento ativo e próximo, que já está ocorrendo, dos
órgãos de controle externo da atividade policial do Ministério Público
Federal”.
“Como já mencionado, o Ministério Público Federal acompanha de perto a
investigação, que se encontra em seu nascedouro, e a extração de
conclusões preordenadas, o que parece ter sido feito por algumas fontes
mencionadas pela revista Veja em matéria desta data (17/05), é
precipitada e irresponsável, e poderia constituir indicador e outros
objetivos, todos escusos, como o de substituir toda a equipe de
investigadores da Operação Lava Jato da Superintendência da PR no
Paraná, com o consequente controle dessa operação, e o de criar falsas
nulidades a serem aproveitadas pelos investigados e acusados nos mais
diversos processos, interesses esses já apontados pela própria revista.”
Propagação. “A
Força-Tarefa Lava Jato confia que a população, os mais diversos setores
da mídia, e o próprio Poder Judiciário saberão separar os fatos, que se
espera venham a surgir límpidos e claros das investigações, de outras
versões, ingênuas ou até mesmo criminosas, que interesses escusos
insistem em propagar”, diz a nota do Ministério Público Federal.
Quando o primeiro grampo foi divulgado, em abril, pelo próprio
doleiro, antes de fechar acordo de delação premiada, sindicância apontou
que não havia ilegalidades.
O juiz federal Sérgio Moro – que conduz os processos da Lava Jato –
registrou, na época, que a falta de provas para mostrar que o
equipamento havia sido usado indicava que não havia violação de direitos
no caso.
Para os investigadores, a divulgação dos fatos ‘sem efetiva
comprovação de qualquer irregularidade’, faz parte de uma estratégia das
defesas dos acusados para tentar buscar nulidade das apurações e
processos, que já chegaram a R$ 6 bilhões em propinas.
A Lava Jato reúne até agora 28 denúncias criminais, contra 128
acusados, mais de 140 inquéritos, 15 acordos de delação premiada e mais
de 70 prisões cumpridas e 200 mandados de busca e apreensão – nas 11
fases das operações.
A ÍNTEGRA DA NOTA OFICIAL DA FORÇA-TAREFA DA LAVA JATO.
“A força-tarefa do Ministério Público Federal no caso Lava Jato,
diante das notícias publicadas na imprensa nacional (Gazeda do Povo –
12/05; Valôr Econômico – 13/05; Veja – 16/05) sobre o encontro de
equipamentos eletrônicos na sede da Superintendência da Polícia Federal
no Paraná, vem reiterar que as investigações na denominada “Operação
Lava Jato” são lícitas e livres de qualquer nulidade.
Em relação ao encontro, há vários meses, de equipamento eletrônico em
uma das celas da carceragem da Superintendência da Polícia Federal no
Paraná, o qual, segundo investigação arquivada, não era apto a fazer
gravações, a renovação da investigação deve ser conduzida com serenidade
e efetividade pela Corregedoria da Polícia Federal, com acompanhamento
ativo e próximo, que já está ocorrendo, dos órgãos de controle externo
da atividade policial do Ministério Público Federal.
Como já mencionado, o Ministério Público Federal acompanha de perto a
investigação, que se encontra em seu nascedouro, e a extração de
conclusões preordenadas, o que parece ter sido feito por algumas fontes
mencionadas pela revista Veja em matéria desta data (17/05), é
precipitada e irresponsável, e poderia constituir indicador e outros
objetivos, todos escusos, como o de substituir toda a equipe de
investigadores da Operação Lava Jato da Superintendência da PR no
Paraná, com o consequente controle dessa operação, e o de criar falsas
nulidades a serem aproveitadas pelos investigados e acusados nos mais
diversos processos, interesses esses já apontados pela própria revista.
Por fim, a força-tarefa Lava Jato confia que a população, os mais
diversos setores da mídia, e o próprio Poder Judiciário saberão separar
os fatos, que se espera venham a surgir límpidos e claros das
investigações, de outras versões, ingênuas ou até mesmo criminosas, que
interesses escusos insistem em propagar”.”
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