Empreiteiro confirma roubalheira também no pré-sal
Enquanto
os petistas estiverem no poder, a podridão não terá fim. Não há
instituição ou empresa que não sejam emporcalhadas pelo PT e seus
asseclas. Vergonhosamente, a ladroagem já chegou ao pré-sal, que mal
saiu do papel:
Um
dos donos da Engevix Engenharia, Gerson de Mello Almada, confirmou à
Operação Lava Jato que a empreiteira pagou Milton Pascowitch “comissões”
que chegaram a “0,9%” dos contratos – ainda em execução – que o
Estaleiro Rio Grande, controlado pela empreiteira, fechou para
construção de sondas do pré-sal, para a Petrobrás.
Pascowitch
– dono da Jamp Engenheiros Associados – é um dos cinco acusados pela
força-tarefa da Lava Jato de serem operadores de propina nos contratados
de construção de 29 sondas para exploração de petróleo em águas
profundas, pela Petrobrás, via empresa Sete Brasil S.A..
A confirmação do empresário de que Pascowitch recebia “comissões”
pelo “lobby” que fez nos contratos do Estaleiro Rio Grande foi um dos
elementos que levaram a Justiça Federal a decretar a prisão preventiva
do lobista, na última semana.
“Vinculado a esse negócio foi firmado um contrato de consultoria com a
Jamp (Engenharia Associados) de Milton Pascowitch, o qual foi calculado
em torno de 0,75% a 0,9% do valor do contrato das sondas, que girou em
torno de US$ 2,4 bilhões, estando o contrato ainda em execução”,
declarou Almada.
A Sete Brasil foi criada pela Petrobrás, em parceria com fundos de
pensão públicos e privados e com três bancos. Em 2011, a empresa fechou
um contrato com estatal para viabilizar um grandioso projeto de
construção de sondas no Brasil, no valor de US$ 25 bilhões.
Peça central na criação da Sete Brasil e primeiro diretor de
Operações da empresa, nomeado para cuidar do projeto das sondas, foi
Pedro Barusco. Ele é ex-gerente de Engenharia da Petrobrás e confessou,
em delação premiada com a Lava Jato, receber propina no esquema.
“Sobre o valor de cada contrato firmado entre a Sete Brasil e os
estaleiros, deveria ser distribuído o percentual de 1%, posteriormente
reduzido para 0,9%”, revelou Barusco.
Almada, admitiu que foi procurado por Barusco para os contratos das
sondas. O Estaleiro Rio Grande, no Rio Grande do Sul, foi contratado
para construir três das sondas marítimas de perfuração da Sete Brasil.
Pré-sal. Cinco
estaleiros, formados por empresas do cartel em parceria com as gigantes
mundiais do setor, foram contratados nesse pacote de equipamentos para o
pré-sal.
Procuradores da Lava Jato sustentam que as “comissões” que Almada
confessou ter pago à PF e à Justiça Federal – em processo em que é réu –
para Pascowitch no negócio das sondas era “propina”.
Os contratos das 29 sondas da Sete Brasil são um dos pontos de
partida da força-tarefa da Operação Lava Jato na ofensiva para comprovar
que o esquema de cartel e corrupção nas obras de refinarias da
Petrobrás, entre 2004 e 2014, foi reproduzido em contratos do bilionário
mercado do pré-sal.
A prisão de Pascowitch nesta semana é fruto desse aprofundamento de
produção de provas no setor que orbita o pré-sal. Ele foi o terceiro
operador de propina apontado como representante dos estaleiros
contratados pela Sete Brasil a ser preso pela Lava Jato.
Barusco apontou em sua delação o nome de cada um dos operadores:
Ildefonso Colares Filho (executivo da Queiroz Galvão, preso e liberado)
em nome do Estaleiro Atlântico Sul; Zwi Zkornicki pelo Estaleiro
BrasFels, controlado pela Kepell Fels; Guilherme Esteves de Jesus (preso
em Curitiba), pelo Estaleiro Jurong Aracruz, Rogério Araújo (executivo
da Odebrecht) pelo Estaleiro Enseada do Paraguaçú, e Milton Pascowitch
pelo Estaleiro Rio Grande.
Em fevereiro, a Procuradoria chegou a pedir a prisão de Pascowitch,
mas ela foi negada pelo juiz federal Sérgio Moro, que conduz os
processos da Lava Jato. O pedido baseava-se apenas nos apontamentos de
Barusco em sua delação.
Após a confirmação de um dos sócios da Engevix sobre seu papel nos
contratos com a Petrobrás e do encontro de provas em buscas feitas na
casa do lobistas e de outros investigados – como contratos de “falsas
consultorias” e registro dos recebimentos de valores no exterior -, o
juiz Sérgio Moro decretou sua prisão preventiva, cumprida na
quinta-feira.
Em março, a Lava Jato prendeu também o lobista Guilherme Esteves de
Jesus. Ele é acusado de ter pago US$ 8,2 milhões em propinas em nome do
Estaleiro Jurong Aracruz pelos contratos para construção de sondas de
exploração do pré-sal da Sete Brasil.
Ildefonso Collares já havia sido preso, em novembro, junto com Almada
– na sétima fase da Lava Jato. Ele é acusado de ser um dos executivos
da Queiróz Galvão envolvidos com a corrupção na Petrobrás.
Operadores do pré-sal. É
a partir do núcleo de cinco operadores de propina ligados aos
estaleiros, que foram contratados pela Sete Brasil, que a Lava Jato deu
início à tentativa de comprovação de que a “corrupção sistematizada” que
vigorou nas obras de refinarias avançou nos contratos que orbitam o
pré-sal.
Será seguindo rastro do dinheiro movimentado por esse núcleo de
operadores de propina e das provas até agora encontradas, que
investigadores da Lava Jato acreditam que atingirão novos nomes do grupo
de agentes públicos corrompidos.
Eles seriam os elos dos partidos na Petrobrás. Três já foram presos:
Paulo Roberto Costa (delator, em regime domiciliar), Renato Duque e
Nestor Cerveró. As denúncias apontam que o esquema era coordenado pelo
PT, PMDB e PP – mas beneficiou também legendas da oposição, como o PSDB.
(Continua no Estadão).
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