quarta-feira, 13 de maio de 2015

Este é o jeito petista de governar: Mantega vetou aumento de combustíveis para favorecer Dilma.




A então presidente da Petrobras, Graça Foster, fez apelos ao Conselho de Administração, presidido pelo ministro Guido Mantega, para aumentar a gasolina em pelo menos quatro ocasiões. O ministro sempre negou, prejudicando a Petrobras. Mantega só autorizou o aumento depois da reeleição de Dilma:


Atas e áudios das reuniões do Conselho de Administração da Petrobras em 2014, obtidos pelo GLOBO, revelam que o então presidente do colegiado, Guido Mantega, só recomendou o aumento do preço da gasolina e do óleo diesel imediatamente após a reeleição da presidente Dilma Rousseff. A decisão do ex-ministro da Fazenda ocorreu em reunião de 4 de novembro, que era uma continuação do encontro de 31 de outubro — Dilma foi reeleita em segundo turno em 26 de outubro.

Em pelo menos quatro reuniões que antecederam a disputa eleitoral, Mantega não atendeu aos apelos da então presidente da Petrobras, Graça Foster, pelo fim do represamento dos preços. Ela chegou a falar em "sacrifício" e em "constrangimento" à estatal por conta da iniciativa do governo.

Manter os preços congelados foi a forma artificial encontrada pelo governo Dilma para segurar a inflação, o que contribuiu para o endividamento e os prejuízos da estatal. Em 6 de novembro, dois dias depois do aval de Mantega, a Petrobras divulgou comunicado sobre o reajuste — 3% para a gasolina e 5% para o diesel —, que começou a vigorar no dia seguinte.

Na reunião em que encaminha pelo aumento, Mantega inclusive cita o endividamento da estatal agravado por conta dos preços praticados. "Para que se obtenha melhoria dos indicadores de endividamento e alavancagem, é preciso passar um tempo com preços acima da paridade, a fim de recompor defasagens do passado", disse o ex-ministro, que recomendou o aumento à diretoria executiva "quando considerar conveniente", ainda em 2014. Ele também orientou a diretoria a manter esses preços "acima do preço de paridade no futuro para chegar a um equilíbrio financeiro melhor".

A ata registra que Graça chegou a pedir confirmação sobre a recomendação. O presidente do conselho confirmou. Nas duas reuniões anteriores, em 8 de agosto e 12 de setembro, Graça fez discursos incisivos contra o represamento e afirmou acreditar que o reajuste viria "no teto da banda de preços". A presidente disse não "ter poder" para promover o aumento. Segundo ela, o aumento era "condição básica para a sustentabilidade" da Petrobras em 2015.

"A companhia não pode trocar aumento de produção de óleo pela falta de reajuste de preço do diesel e da gasolina, sendo necessário conjugar produção e preço para continuar investindo", argumentou Graça. Ela só foi atendida depois da disputa presidencial.

O GLOBO questionou a Petrobras sobre o conteúdo dos áudios e atas. "Não comentaremos informações supostamente oriundas de vazamentos ilegais", respondeu. A reportagem também questionou a Secretaria de Imprensa da Presidência da República a respeito da decisão de represar os preços dos combustíveis, mas não houve retorno. (O Globo).
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