13/05/2015
às 0:31
Por Ricardo Brandt, Julia Affonso e Fausto Macedo, no Estadão:
O ex-deputado federal Pedro Corrêa (PP-PE) – condenado no mensalão e preso pela Operação Lava Jato – afirmou à CPI da Petrobrás que foi o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva que colocou Paulo Roberto Costa na Diretoria de Abastecimento.
Ouvido em Curitiba por
parlamentares da CPI, o ex-presidente do PP afirmou que “só não
prenderam Lula porque ninguém tem coragem”. “O diretor de Abastecimento
da Petrobrás, que se eu não me engano a memória era um tal de Manso, ele
se atritou com a diretoria e o presidente Lula convidou o Paulo Roberto
Costa para ser diretor de Abastecimento”, afirmou Corrêa, ao comentar a
nomeação do delator ao cargo, em 2004. “Isso era a notícia que chegou
para mim.”
“O
presidente Lula, depois de achar que o Paulo (Roberto Costa) deveria ser
diretor de Abastecimento, disse então que ele ficaria na cota de
autoridades que poderiam ter a chancela do Partido Progressista”, disse
Pedro Corrêa.
“Lula disse isso?”, questionou o deputado Onix Lorenzoni.
“Não disse isso a mim. Mas disse isso ao líder do partido, que era o sr Jose Janene”, respondeu o ex-deputado.
Em suas
delações premiadas, Paulo Roberto Costa e o doleiro Alberto Youssef –
que operavam o esquema de propina na estatal pelo PP – afirmaram que a
indicação do ex-diretor foi do PP. Disseram ainda que foi uma indicação
problemática, alvo de muitas negociações. Pedro Corrêa é acusado de
receber R$ 5 milhões do esquema de corrupção e propina na Petrobrás, por
intermédio do ex-diretor de Abastecimento e do doleiro Alberto Youssef,
peças centrais das investigações.
Inicialmente,
ele afirmou aos deputados da CPI que usaria o direito de ficar calado,
mas acabou respondendo às questões. Negou recebimento de propina de
Youssef e contatos com as empreiteiras do cartel – com exceção da
Queiroz Galvão. Os deputados da CPI encerraram os depoimentos de 13
alvos da Lava Jato presos em Curitiba – sede da grande investigação.
Além de Corrêa, foram ouvidos o ex-deputado Luiz Argolo (SD-BA), que é
acusado de ter se associado a Youssef, e André Vargas (ex-PT).
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