sexta-feira, 17 de julho de 2015

Guia politicamente incorreto de sobrevivência no ensino superior -parte 1


Enfrentar o ensino superior no Brasil sem ser, ou se tornar, esquerdista é um desafio árduo, e que exige dedicação, resiliência, e muuuuuito auto-controle. Para tentar ajudar, resolvi escrever um Guia Politicamente Incorreto de Sobrevivência no Ensino Superior no Brasil.


O guia foi construído com base nas minhas experiências, e nos diversos relatos e histórias que recebo de amigos e colegas diariamente. O objetivo do guia é auxiliar você a lidar com as criaturas e situações esquisitas que você encontra no ensino superior, e sobreviver a tudo isso sem se desgastar (muito). Como os cenários são demasiadamente complexos, dividi o guia em algumas partes que serão postadas aqui ao longo dessa semana. Hoje farei uma introdução, falando do ambiente universitário.
Feliz por ter passado no vestibular? Espera só até ver o que te aguarda na faculdade.

O ambiente universitário:

Depois de muitos dilemas sobre sua vocação e sobre qual curso escolher, você finalmente passou no vestibular e está ansioso para começar o curso. Pare. A menos que você seja masoquista, não há motivo algum para estar ansioso. O ambiente universitário brasileiro é extremamente insalubre, vai te cansar, e em muitas ocasiões você vai sentir vontade de fazer um curso técnico ou ir fazer qualquer coisa que não exija um diploma. E não vou mentir, todo o esforço e dedicação pode não valer a pena. Mas pode ser que valha. Depende de você, da sua postura, e de ter maturidade para não esperar demais da Universidade.


Como se preparar para enfrentar esse período difícil de pelo menos quatro anos? Sabendo o que te aguarda. Para isso, entender o ambiente universitário e suas figuras é essencial. Você vai entrar na selva dos tipos mais esquisitos com situações totalmente inusitadas. Paredes com pichações, greves, protestos sem sentido, e muitos hippies sujos serão agora parte do seu dia-a-dia. Se você pretende abrir a boca durante as aulas (ou mesmo nos corredores), acostume-se a ser chamado de coxinha, careta, fascista, tucano, e etc. 


É preciso entender que as chances são de que você não aprenda nada na faculdade.


Os professores, em sua maioria, não estão interessados em te ensinar nada, apenas em te doutrinar. A maior parte dos alunos são analfabetos funcionais. Os conteúdos dados não vão te preparar em nada para o mercado de trabalho. Você só vai conseguir crescer nesses quatro anos se for atrás por conta própria. Não pense por um minuto sequer em se acomodar. Sentar na carteira e ouvir seu professor não vai te ensinar nada. Aliás, esse ambiente deprimente tem tudo para te emburrecer se você não fizer algo a respeito.

 

Então, como evitar que seu QI diminua dia após dia? Você terá que assumir uma postura ativa e dedicada. Muita leitura será necessária. Todo mundo diz isso, afinal, os professores universitários adoram passar textões para os alunos, mas você não é um aluno qualquer, você deu o azar de ser uma pessoa decente e de direita, então você terá que ler tudo que o professor passa e ainda buscar leituras que desmentem tudo aquilo. Você terá que descobrir quais autores na sua área não são de esquerda, e eles se tornarão sua bibliografia básica.


Você também terá que ter muita paciência, pois você é um estranho destro num ninho sinistro. Esquerdistas não são tolerantes com quem discorda deles, então é preciso que você esteja pronto para sofrer perseguições.

E se acha que isso é exagero, saiba que conheço alunos que foram expulsos do curso por causa de seus posicionamentos, alunos que foram atacados verbal e fisicamente (sim, fisicamente) por professores, e até alunos que entraram em depressão por receberem ameaças constantes devido a seus posicionamentos ideológicos.


Mas não se preocupe, é possível sobreviver a tudo isso e sair da universidade com seu diploma e sua sanidade mental (ou ao menos um pouco dela).

Ao longo do Guia iremos tratar dos personagens folclóricos que habitam no ambiente universitário brasileiro e veremos modos de superar os desafios desse meio. Começaremos amanhã, falando sobre como lidar com os temidos professores esquerdistas. Até amanhã. Beijinhos!

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