Protagonista do Petrolão, o maior escândalo de corrupção da história, o Partido dos Trabalhadores está preocupado com a aproximação rápida e perigosa da investigação em relação a Luiz Inácio da Silva. Esse temor se explica pelo fato de o agora lobista Lula estar no alvo principal da força-tarefa da Operação Lava-Jato, que desmontou o esquema de corrupção que durante uma década funcionou de forma deliberada na Petrobras, com a explícita anuência da cúpula do governo petista.
Em 29 de agosto de 2014, o UCHO.INFO afirmou que a Lava-Jato não demoraria muito para subir a rampa do Palácio do Planalto, atingindo em cheio os principais atores do Executivo federal, incluindo nesse rol o ex-metalúrgico, que continua sendo o “dono” do governo.
Depois das denúncias do doleiro Alberto Youssef, um dos primeiros delatores da Lava-Jato, que afirmou que Lula sempre soube da operação criminosa esculpida por José Janene, o ex-presidente da República tornou-se alvo da delação premiada do lobista Fernando Soares. Conhecido no mundo das propinas como Fernando Baiano, o operador do PMDB no escândalo disse às autoridades da força-tarefa que pagou a uma das noras de Lula R$ 2 milhões de despesas, o que é negado pelo petista e por um dos seus filhos, Fábio Luís Lula da Silva, o Lulinha.
A situação já havia piorado quando surgiu a notícia de que a empresa de outro filho, Luís Cláudio Lula da Silva (LFT Marketing Esportivo), recebeu R$ 2,4 milhões da Marcondes & Mautoni Ltda., envolvida na compra, por R$ 36 milhões, de uma Medida Provisória que prorrogou a isenção de IPI incidente no setor automobilístico. Luís Cláudio, por sua vez, alega que desenvolveu à Marcondes & Mautoni um projeto na área de marketing esportivo. Algo estranho, pois a empresa acusada de intermediar a compra da MP representa as montadoras de veículos em associações do setor automobilístico.
Para reforçar o irreversível furacão que se aproxima de Lula, o delator Baiano disse às autoridades que o pecuarista José Carlos Bumlai, amigo e “conselheiro rural” do petista, avalizou pagamento de propina a Nestor Cerveró, ex-diretor da área Internacional da Petrobras, e ter negociado o pagamento das contas da nora do ex-presidente.
É importante destaca que Bumlai, que foi sócio da uma empresa que forneceu à Petrobras, chegou até Lula pelas mãos do senador Delcídio Amaral (PT-MS), líder do governo no Senado Federal e acusado de ter recebido propina no rastro do Petrolão, mas precisamente na compra superfaturada da refinaria de Pasadena, no estado norte-americano do Texas. Delcídio, segundo o delator, recebeu US$ 1,5 milhão, dinheiro que teria aterrissado no caixa de sua campanha. A compra da obsoleta refinaria de Pasadena rendeu prejuízo de US$ 790 milhões à estatal petrolífera.
O mais interessante nesse imbróglio é que a direção do PT, ao tentar minimizar o estrago, insiste na tese esdrúxula que o cipoal de acusações não passa de uma ação política que tem como objetivo atingir a legenda e seu principal líder, o alarife Lula.
O Estado apurou que Lula está preocupado com o surgimento do nome de Bumlai nas investigações. Segundo um empresário que conversou com o ex-presidente, a proximidade entre ambos, intermediada, no início da relação de amizade, ainda em 2002, pelo senador Delcídio Amaral (PT-MS), é hoje um flanco de vulnerabilidade em relação a Lula e sua família.
Nenhum comentário:
Postar um comentário