Boas intenções também ardem no inferno
Percival Puggina
Em discurso tão inflamado quanto lhe permite a dificuldade de expressão, a presidente Dilma justificou as pedaladas fiscais perante uma plateia amiga. O fato aconteceu no último dia 13, em São Bernardo do Campo, durante a abertura oficial do 1º Congresso Nacional do Movimento dos Pequenos Agricultores. Como tem feito nos últimos meses, saiu de casa para falar em casa. É o jeito de escapar das vaias.
Disse a presidente que as pedaladas foram usadas para pagar o Bolsa Família e o Minha Casa Minha Vida, os dois maiores programas sociais do governo. Quer dizer, ela teria agido sob o manto das mais nobres intenções. E, apesar disso, concluo eu, os nove ministros “golpistas” do Tribunal de Contas da União lhe rejeitaram as compassivas contas.
O discurso da presidente escondeu pelo menos dois fatos. Primeiro, escondeu o motivo pelo qual faltou dinheiro para aqueles programas. Refiro-me às irresponsáveis injeções de esteróide anabolizante que ela aplicou como dopping em outras ações do governo para dar-lhes musculatura financeira, multiplicar o número de beneficiários e trombeteá-las durante a campanha eleitoral.
O leitor destas linhas haverá de lembrar que Dilma e todos os candidatos da corte governista, eleitoralmente beneficiados com isso, percorreram o país discursando, à exaustão, sobre a prodigalidade oficial que se expressava, entre outros, nos programas FIES, Pronatec e Minha Casa Melhor. Com isso, empilharam votos e elegeram as numerosas bancadas que agora se veem às voltas com necessárias explicações que suas ditas boas intenções passam a exigir.
Segundo, escondeu algo que é óbvio perante toda consciência bem formada: a necessária compatibilidade moral entre os meios e os fins.
MEIO ILEGAL
Se lá na ponta da decisão de sair pedalando com os recursos públicos havia um fim bom (atender dois programas sociais para os quais os recursos haviam secado) e um melhor ainda (angariar votos para a presidente e seu partido), o meio usado para isso foi ilícito e contrário à norma constitucional.
A manobra tornou-se ainda mais óbvia a partir do momento em que, obtido o resultado eleitoral, a agulha chegou furando os inflados programas eleitoreiros de 2014 do mesmo modo como tentam fazer com os pixulecos em 2015.
Em discurso tão inflamado quanto lhe permite a dificuldade de expressão, a presidente Dilma justificou as pedaladas fiscais perante uma plateia amiga. O fato aconteceu no último dia 13, em São Bernardo do Campo, durante a abertura oficial do 1º Congresso Nacional do Movimento dos Pequenos Agricultores. Como tem feito nos últimos meses, saiu de casa para falar em casa. É o jeito de escapar das vaias.
Disse a presidente que as pedaladas foram usadas para pagar o Bolsa Família e o Minha Casa Minha Vida, os dois maiores programas sociais do governo. Quer dizer, ela teria agido sob o manto das mais nobres intenções. E, apesar disso, concluo eu, os nove ministros “golpistas” do Tribunal de Contas da União lhe rejeitaram as compassivas contas.
O discurso da presidente escondeu pelo menos dois fatos. Primeiro, escondeu o motivo pelo qual faltou dinheiro para aqueles programas. Refiro-me às irresponsáveis injeções de esteróide anabolizante que ela aplicou como dopping em outras ações do governo para dar-lhes musculatura financeira, multiplicar o número de beneficiários e trombeteá-las durante a campanha eleitoral.
O leitor destas linhas haverá de lembrar que Dilma e todos os candidatos da corte governista, eleitoralmente beneficiados com isso, percorreram o país discursando, à exaustão, sobre a prodigalidade oficial que se expressava, entre outros, nos programas FIES, Pronatec e Minha Casa Melhor. Com isso, empilharam votos e elegeram as numerosas bancadas que agora se veem às voltas com necessárias explicações que suas ditas boas intenções passam a exigir.
Segundo, escondeu algo que é óbvio perante toda consciência bem formada: a necessária compatibilidade moral entre os meios e os fins.
MEIO ILEGAL
Se lá na ponta da decisão de sair pedalando com os recursos públicos havia um fim bom (atender dois programas sociais para os quais os recursos haviam secado) e um melhor ainda (angariar votos para a presidente e seu partido), o meio usado para isso foi ilícito e contrário à norma constitucional.
A manobra tornou-se ainda mais óbvia a partir do momento em que, obtido o resultado eleitoral, a agulha chegou furando os inflados programas eleitoreiros de 2014 do mesmo modo como tentam fazer com os pixulecos em 2015.
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