Basta
lembrar que Nelson Barbosa, agora ex-do Planejamento, é um dos pais da
crise fiscal. Vai ser difícil desejar aos brasileiros, sem hipocrisia,
"feliz 2016". Melhor contar com melhoras depois de 2020:
Nelson
Barbosa mudou de endereço na Esplanada dos Ministérios, deixa o
Planejamento e será o novo ministro da Fazenda do governo Dilma
Rousseff. O anúncio oficial foi feito no fim da tarde desta sexta-feira.
Barbosa,
de 46 anos, já era cotado para a Fazenda no fim de 2014, quando Dilma
escolhia os nomes do primeiro escalão de seu segundo mandato. Seu nome
agradava mais ao PT do que o de Levy, que acabou sendo escolhido. Nas
inúmeras vezes em que circularam rumores de saída de Levy da Fazenda nos
últimos meses, Barbosa sempre apareceu como um dos cotados para a
pasta.
Levy
chegou à Fazenda com o compromisso de tentar ajustar as contas
públicas. Os cortes de gastos sempre foram uma das marcas de Levy em
passagens anteriores pelo governo, característica que lhe rendeu o
apelido de "Mãos de Tesoura". Levy foi secretário adjunto de Política
Econômica e economista-chefe do Planejamento no mandato de Fernando
Henrique Cardoso e, já na gestão Lula, chefe do Tesouro.
Barbosa,
por sua vez, é da ala do governo mais afeita ao aumento de gastos como
instrumento de estímulo à economia. Com o aumento de gastos, o Brasil
fechará 2015 com déficit (já autorizado pelo Congresso) de 119,9 bilhões
de reais.
Uma
das principais bandeiras de Levy nos esforços de ajuste das contas
públicas era o compromisso de um superávit primário (economia para o
pagamento de juros da dívida pública) equivalente a 0,7% do produto
interno bruto (PIB) para 2016. Nesta quinta-feira, o Congresso aprovou o
orçamento de 2016 com previsão de meta de 0,5% do PIB. Foi a última
derrota de Levy antes de sua saída do governo.
Perfil -
Ph.D em Economia pela New School for Social Research, de Nova York, e
secretário-executivo do Ministério da Fazenda no primeiro mandato da
presidente Dilma Rousseff, de 2011 a 2013, Barbosa exerceu diversos
cargos na administração federal, incluindo secretário de Acompanhamento
Econômico 2007 a 2008 e secretário de Política Econômica, de 2008 a
2010, no Ministério da Fazenda.
O
economista foi também presidente do conselho do Banco do Brasil entre
2009 e 2013 e membro do conselho de administração da Vale de 2011 a
2013. Barbosa é lembrado por passagens pelo Banco Central, entre 1994 e
1997, pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, entre
2005 e 2006, e pelo Ministério do Planejamento, em 2003.
Além
dos cargos públicos, Barbosa atuou como professor titular da Escola de
Economia de São Paulo (FGV-EESP), professor adjunto do Instituto de
Economia (IE/UFRJ), pesquisador do Instituto Brasileiro de Economia
(IBRE/FGV) e membro dos conselhos de administração da Cetip e do Banco
Regional de Brasília (BRB). (Veja.com).
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