Se
Joaquim Levy ainda não saiu, é um mero fantasma num governo à deriva. O
que virá depois dele será pior, bem pior. Afundaremos ainda mais, rumo à
quebradeira geral, que já começou. Virá mais "desenvolvimentismo",
outro nome, por aqui, para populismo. Tem razão o economista Mansueto
Almeida: "o Brasil é comparado a tudo de ruim que outros países fazem ou
fizeram". Segue seu post:
Noticia
de hoje do repórter da Folha Valdo Cruz, sempre bem informado, diz que
na última reunião do ano do Conselho Monetário Nacional o ministro da
fazenda, Joaquim Levy, se despediu e disse que não estará presente no
próximo encontro no final de janeiro (clique aqui).
O
episódio é triste, mas já era esperado. Joaquim Levy fez o que podia
para tentar convencer o governo da necessidade de adotar um plano de
ajuste fiscal que mostrasse algum resultado no curto e no longo–prazo.
Não deu certo porque ele foi, desde o inicio, boicotado pelo PT e,
muitas vezes, atacado pelo ex-presidente Lula. Além disso, não teve o
apoio necessário de seus colegas ministros.
Joaquim
Levy foi corajoso o bastante para colocar no debate temas extremamente
inconvenientes para muitas pessoas. Não se furtou de defender limite
para divida publica do governo federal e mostrou que o nosso sistema
previdenciário não é sustentável. Tentou mostrar a população nossas
anomalias, mas esse trabalho caberia a Presidente da República.
Confesso
que o admiro. É um excelente economista e foi sempre boicotado. Lutou
muito. Construiu pontes com a oposição para aprovar medidas de interesse
do país e ganhou respeito de muitos senadores da oposição.
Se
a saída do ministro for confirmada, e tudo indica que será, começa a
especulação quanto ao seu possível substituto. As opções são duas.
Primeiro, qualquer um que tente implementar a agenda do ministro Joaquim
Levy sofrerá forte oposição da ala do PT que quer crescimento da
despesa pública e da dívida. Ou seja, o seu sucessor, terá os mesmos
problemas.
Segundo,
se o novo ministro for alguém que conta com a simpatia do PT, será um
grande desastre. Se for alguém que não tenha o poder de dizer não para a
presidente e para o PT, esse ministro não terá força politica e nem tão
pouco credibilidade para fazer nem metade do que Joaquim Levy fez. E
vou arriscar um palpite. Se Joaquim tentou arrecadar R$ 32 bi com a
criação da CPMF, o seu sucessor tentará arrecadar o dobro: R$ 64
bilhões.
A
situação econômica do Brasil se deteriorou muito rápida. Não há
perspectiva hoje de equilíbrio fiscal. O Governo não quer mais cortar
gastos, não conta com apoio politico para aprovar medidas difíceis no
Congresso, e nem tem convicção da necessidade de reformas estruturais.
Enquanto isso, os indicadores econômicos e as expectativas do mercado
vão piorando.
Muita
incerteza. Lava Jato ainda pode implicar muita gente. Difícil saber
agora quem está do lado negro da força. O Brasil já está em uma
trajetória de crescimento da divida que é insustentável. Governo e parte
da classe politica passam a impressão que há tempo para estudar
alternativas. Não há tempo nem alternativas.
Mercado
olha com ceticismo e fica à espera do que irá acontecer. Brasil é
comparado com tudo de ruim que outros países fazem ou fizeram.
Estrangeiros têm dificuldade de entender como brasileiros aceitam
passivamente um “equilíbrio” ruim que poderá agravar a crise.
E
assim vamos terminar o ano com elevada incerteza, mas torcendo para que
alguma mudança positiva ocorra no futuro próximo. Mas, por enquanto, é
apenas esperança.
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