Fioravante, que é diretor da FMU (Faculdades Metropolitanas Unidas), estava à procura de um imóvel que seria usado tanto por ele, em sua aposentadoria, quanto por seus filhos e netos.
Antes de escolher um lugar, ao descobrir que a lei entraria em vigor no país vizinho, ele enviou um e-mail a um corretor uruguaio explicando a desistência.
Marlene Bergamo/Folhapress | |||
O advogado e ex-deputado Arnold Fioravante, 82, em seu escritório no centro de São Paulo |
"Optei por não levar a minha família onde essa experiência não esteja, ainda, dominada e segura, pois sabemos que a marijuana é porta para outras experiências pessoais com substâncias tóxicas, prejudiciais e de nefastas consequências", escreveu Fioravante, que foi deputado constituinte pelo antigo PDS entre 1987 e 1991.
O advogado disse à Folha que, apesar de apenas os uruguaios poderem se cadastrar para comprar a erva, considera "impossível" o controle.
"Qualquer pessoa credenciada tem a possibilidade de acesso ao baseado e ninguém os impede de oferecer a outros", afirmou.
EDUCAÇÃO
Fioravante é contra a liberação das drogas e critica os argumentos daqueles a favor. "Os que apoiam a liberação das drogas dizem que é para 'efeitos recreativos'. Existe cachaça recreativa?
Falar que há funções recreativas é um argumento desesperado dos que apoiam a causa."
No e-mail, ele escreve que desistiu do negócio porque "não temos, no Brasil, educadores totalmente preparados para orientar jovens como lidar com o assunto 'drogas'".
"Deveria existir uma disciplina especializada em ensinar a tratar do assunto nos cursos de pedagogia", disse.
O Uruguai aprovou em dezembro a lei de regulação da venda e produção da maconha. O consumo já era permitido no país.
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