Caminhões com braços mecânicos
irão atuar em 9.600 pontos de coleta com contêineres para armazenamento
de lixo até 2022. Sindicato diz que não haverá dispensa de coletores
Ecourbis / Divulgação
Concessionária testa sistema mecanizado de coleta de lixo residencial em bairro da zona sul de São Paulo
São Paulo – As empresas Loga e
Ecourbs, que dividem o serviço de coleta de resíduos sólidos na capital
paulista, começam neste ano a implementar o sistema mecanizado. A
instalação de contêineres para armazenar o lixo e o uso de caminhões com
braços mecânicos, que independem de coletores, já estavam previstos no
contrato das empresas e foram regulamentados em decreto do prefeito
Fernando Haddad (PT) na semana passada, com previsão de conclusão para
2022
"Fixamos o conjunto de regramentos, a posição
que tem de estar na rua, o espaço para a aproximação dos veículos
coletores dos contêineres, como eles têm de ficar na calçada sem criar
dificuldade para a mobilidade urbana.
Agora, começamos os estudos sobre
os tipos de contêineres que poderão ser utilizados em cada parte da
cidade; a quantidade de lixo gerada por bairro, a verticalização das
moradias, tudo isso conta", explica o presidente da Autoridade Municipal
de Limpeza Urbana (Amlurb), Silvano Silvério.
Testes-piloto já estão em andamento em Pinheiros,
Butantã, Santo Amaro e Planalto Paulista e, segundo Silvério, revelaram
eficácia do sistema para reduzir a quantidade de lixo "desgarrado", que
acaba entupindo bocas de lobo e outras vias para escoamento de água,
além de melhorar a qualidade do espaço público.
"Com os contêineres,
restringimos o acúmulo de lixo a céu aberto e melhoramos o paisagismo da
cidade, além de reduzirmos significativamente a quantidade de lixo que
acaba sendo arrastado e agrava as enchentes", afirma Silvério.
O plano é instalar 1.200 contêineres por ano até
2022, igualmente divididos entre as áreas sob responsabilidade da Loga e
da Ecourbs. No total, serão 9.600 contêineres em oito anos. Ainda não
há definição sobre os locais onde os contêineres serão instalados, mas a
tendência é que se localizem mais próximos do centro expandido.
"Nesses
locais, o caminhão mecanizado representa maior benefício em comparação
com o caminhão compressor, já que são mais verticalizados. Além disso, o
caminhão normal para de porta em porta e causa problemas no trânsito,
enquanto o mecanizado coleta uma quantidade maior de lixo com menos
paradas", explica Silvério.
O presidente do Sindicato dos Trabalhadores em
Empresas de Prestação de Serviços de Asseio, Conservação e Limpeza
Urbana de São Paulo, José Moacyr, prevê que o serviço não deve chegar à
periferia. "Na periferia não dá para colocar contêiner. Começa pela
análise do subsolo: antes de implantar, tem de saber que tubulações e
cabos passam por baixo do chão e, para ser bem sincero, ninguém sabe
exatamente o que passa por baixo, e onde", resume.
De acordo com a Amlurb, apenas uma pequena parte dos
contêineres será subterrânea. O presidente do sindicato aponta, porém,
que a utilização das calçadas exige essa informação. "Lá na Faria Lima,
onde já fizeram o teste, foi uma burocracia danada. Para um único ponto
de coleta, a prefeitura teve de colher informações com 11 empresas",
conta Moacyr.
Ele diz ainda que o novo sistema não oferece risco
aos trabalhadores da Loga e da Ecourbs, uma vez que se trata de uma
expansão do serviço, e não uma substituição.
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