sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

Contra enchentes e acúmulo de lixo na rua, São Paulo terá coleta mecanizada



Caminhões com braços mecânicos irão atuar em 9.600 pontos de coleta com contêineres para armazenamento de lixo até 2022. Sindicato diz que não haverá dispensa de coletores

por Diego Sartorato, da RBA publicado 14/02/2014 08:31 
 

Ecourbis / Divulgação

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Concessionária testa sistema mecanizado de coleta de lixo residencial em bairro da zona sul de São Paulo


São Paulo – As empresas Loga e Ecourbs, que dividem o serviço de coleta de resíduos sólidos na capital paulista, começam neste ano a implementar o sistema mecanizado. A instalação de contêineres para armazenar o lixo e o uso de caminhões com braços mecânicos, que independem de coletores, já estavam previstos no contrato das empresas e foram regulamentados em decreto do prefeito Fernando Haddad (PT) na semana passada, com previsão de conclusão para 2022

"Fixamos o conjunto de regramentos, a posição que tem de estar na rua, o espaço para a aproximação dos veículos coletores dos contêineres, como eles têm de ficar na calçada sem criar dificuldade para a mobilidade urbana. 

Agora, começamos os estudos sobre os tipos de contêineres que poderão ser utilizados em cada parte da cidade; a quantidade de lixo gerada por bairro, a verticalização das moradias, tudo isso conta", explica o presidente da Autoridade Municipal de Limpeza Urbana (Amlurb), Silvano Silvério.

Testes-piloto já estão em andamento em Pinheiros, Butantã, Santo Amaro e Planalto Paulista e, segundo Silvério, revelaram eficácia do sistema para reduzir a quantidade de lixo "desgarrado", que acaba entupindo bocas de lobo e outras vias para escoamento de água, além de melhorar a qualidade do espaço público. 

"Com os contêineres, restringimos o acúmulo de lixo a céu aberto e melhoramos o paisagismo da cidade, além de reduzirmos significativamente a quantidade de lixo que acaba sendo arrastado e agrava as enchentes", afirma Silvério.

O plano é instalar 1.200 contêineres por ano até 2022, igualmente divididos entre as áreas sob responsabilidade da Loga e da Ecourbs. No total, serão 9.600 contêineres em oito anos. Ainda não há definição sobre os locais onde os contêineres serão instalados, mas a tendência é que se localizem mais próximos do centro expandido. 

"Nesses locais, o caminhão mecanizado representa maior benefício em comparação com o caminhão compressor, já que são mais verticalizados. Além disso, o caminhão normal para de porta em porta e causa problemas no trânsito, enquanto o mecanizado coleta uma quantidade maior de lixo com menos paradas", explica Silvério.

O presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Prestação de Serviços de Asseio, Conservação e Limpeza Urbana de São Paulo, José Moacyr, prevê que o serviço não deve chegar à periferia. "Na periferia não dá para colocar contêiner. Começa pela análise do subsolo: antes de implantar, tem de saber que tubulações e cabos passam por baixo do chão e, para ser bem sincero, ninguém sabe exatamente o que passa por baixo, e onde", resume.

De acordo com a Amlurb, apenas uma pequena parte dos contêineres será subterrânea. O presidente do sindicato aponta, porém, que a utilização das calçadas exige essa informação. "Lá na Faria Lima, onde já fizeram o teste, foi uma burocracia danada. Para um único ponto de coleta, a prefeitura teve de colher informações com 11 empresas", conta Moacyr. 

Ele diz ainda que o novo sistema não oferece risco aos trabalhadores da Loga e da Ecourbs, uma vez que se trata de uma expansão do serviço, e não uma substituição.

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