Terça-feira, 11 de Março de 2014
10:13 Diário do Poder
Carlos Chagas
Publicado: 11 de março de 2014 às 7:48
A nova rodada de negociações entre a
presidente Dilma e o PMDB, ontem, teve o efeito de mais um tiro na água.
Uma espécie de diálogo de surdos. Fica claro que o vice-presidente
Michel Temer está mais para incendiário do que para bombeiro, apesar de
toda a pirotecnia ser debitada ao líder do partido na Câmara, Eduardo
Cunha, que nem faz parte das negociações.
O PMDB quer ministérios de
peso orçamentário, além de exigir o apoio do PT a seus candidatos aos
governos estaduais.
Dilma não se arrisca a desgostar os companheiros que
pleiteiam eleger governadores, ao tempo em que se nega a abrir ao PMDB
ministérios melhor bafejados de recursos.
O cabo de guerra está posto há várias semanas e mais
caracterizará esse impasse de mentirinha entre o governo e sua principal
base parlamentar, apesar de nenhum dos lados dar a impressão de ceder.
A
presidente, para não ser desmoralizada e acusada, na campanha
eleitoral, de haver transformado seu ministério num condomínio
fisiológico.
O PMDB, porque joga em outubro sua sobrevivência como
grande partido: deixando de eleger governadores em estados importantes,
corre o risco de ter diminuídas suas bancadas na Câmara e no Senado,
entregando ao PT as presidências das duas casas.
Além de enfraquecer-se
para participar do governo do segundo mandato.
O resto são firulas, porque nem o PMDB terá coragem
de romper com o governo, nem Dilma ousará deitar ao mar carga tão
importante quanto pesada para assegurar a governabilidade em sua segunda
administração.
Trata-se de uma questão de jeito, de acomodação de
interesses em conflito mas nem de longe caracterizando a separação.
A presidente e o partido estão condenados a conviver,
apesar do choro e do ranger de dentes de parte a parte.
Terá sido um
erro darem asas à intransigência, ainda mais quando desde domingo vem se
reunindo, mais para tirar efeitos junto à mídia do que para chegarem a
um entendimento.
Nem por milagre Michel Temer deixará de ser o
companheiro de chapa de Dilma, nem se os elefantes voarem a presidente
abrirá mão do apoio do PMDB.
EM BOA COMPANHIA
Queixa-se o senador Roberto Requião não ter sido
convidado para integrar a comitiva da presidente Dilma, todas as vezes
em que ela voou para o Paraná.
Não deveria estrilar, o
ex-governador.Afinal, durante todo o governo do Lula o senador Paulo
Paim deixou de acompanhar o presidente em suas idas ao Rio Grande do
Sul. São coisas de ciúme.
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