Terça-feira, março 11, 2014
O artigo que segue após este prólogo é
do médico Milton Pires. Para quem não conhece, Pires além de exercer a
medicina em Porto Alegre, é também escritor e possui um blog o Ataque Aberto. Também
colabora em vários sites e blogs, como o Mídia Sem Máscara. Seus
artigos têm grande repercussão nas redes sociais. Recentemente
participou de um hangout com o Lobão, que também está aqui no blog.
Milton
Pires costuma ser ferino e direto em seus artigos na intransigente
defesa do Estado de Direito democrático, seriamente ameaçado no Brasil
pelo Foro de São Paulo, organização comunista fundada por Lula e Fidel
Castro em 1990 e dirigida pelo PT.
Com a morte de caudilho Hugo Chávez,
que deu vida ao seu sucessor, o desastrado assassino sanguinário Nicolás
Maduro, aumentou o protagonismo de Lula e seus sequazes no continente
latino-americano, envolvendo, por conseguinte, o Brasil, já que o PT
está há 11 anos no poder.
O
artigo de Milton Pires analisa a situação atual brasileira e os
recentes seguidos apelos pelas redes sociais conclamando uma intervenção
militar para evitar a venezuelização do Brasil, ou seja, impedir a
transformação do nosso país em mais uma república comunista do século
XXI.
O
título original do artigo é “Exército Fantasma”. Na verdade, é quase
uma carta aberta aos militares brasileiros. A análise de Milton Pires é
interessante. Face à forma do assédio comunista deste século XXI, o
articulista levanta algumas questões muito importantes. O ataque
comunista no século XXI é completamente diferente do que ocorreu há meio
século, como é diferente a situação das Forças Armadas neste momento.
Vale a pena ler:
O EXÉRCITO FANTASMA
Em 1964
as forças armadas “escolheram” intervir no Brasil. Com frase simples
inicio esse artigo que espero chegar aos comandantes da Marinha,
Exército e Aeronáutica. O que aqui vai ser dito entra em total oposição
com um texto anterior de minha autoria que chamei de “Oração às Forças
Armadas”.
Escrevo essas linhas em função da proximidade dos 50 anos da
Revolução de 64 e dos apelos que agora proliferam nas redes sociais
pedindo, mais diretamente ao Exército, a tomada do poder no Brasil.
Não é
minha intenção defender o que foi feito no passado, exaltar o papel dos
militares ou lamentar o que está acontecendo no país. Começo, retomando
a primeira frase, numa tese muito simples e pretendo que seja ela o
próprio corpo dessa argumentação. Afirmei na primeira linha que as
forças armadas “escolheram” intervir no Brasil; hoje essa escolha não
existe mais.
Tudo
que tem sido dito na internet, todas as manifestações dos militares da
reserva e de uma população civil desesperada com aquilo que o PT está
fazendo no Brasil partem, portanto, de uma premissa absolutamente
errada: a idéia de que seus apelos, como aquele que fiz no artigo que
chamei de “Oração”, possam determinar um ato de vontade, uma tomada de
decisão..uma espécie de resolução militar para salvar o Brasil do
destino da Venezuela.
Isso simplesmente não vai acontecer por dois
motivos: primeiro pela covardia e egoísmo de uma parte dos militares que
pensa, como qualquer funcionário público brasileiro, na sua
aposentadoria.
Segundo, e esse é o motivo mais perigoso, por uma pequena
parcela (pequena, mas poderosa e muito bem informada) deles que vem
apostando numa política de terra arrasada...numa lógica do “quanto pior
melhor” no sentido de garantir perante à população civil o respaldo à
futura tomada de poder.
Quero
aqui me dirigir aos três comandantes, sendo eu mesmo um militar da
reserva, para dizer que os dois grupos hão de fracassar. Nós não estamos
mais em 1964. Não há tempo suficiente para entrar para reserva ou obter
respaldo popular. Não se trata mais de impedir, como há 50 anos, que os
comunistas cheguem ao poder. Os comunistas, senhores comandantes, ESTÃO
no poder. São eles os seus chefes. São a eles que devem vocês prestar
continência.
Dias
após dia, ano após ano, os senhores tem visto batalhões de fronteira na
penúria e agora desativados. Bases aéreas e, num futuro próximo navais,
tem sido em sequência desativadas. O orçamento destinado aos senhores
não cobre mais o rancho e o fardamento.
Não há no Exército munição para
sustentar um dia de guerra total. Pergunto-lhes, pois: não concordam
vocês que não trata-se mais aqui de salvar o Brasil de coisa alguma mas
sim da própria existência das forças armadas como instituição?
Todos
nós, senhores comandantes, estamos cansados das manifestações da
reserva...de certos “Rambos de pijama” que não percebem que aproxima-se o
fim do Exército e que pensam, numa lógica que desconhece totalmente o
pensamento revolucionário, ser possível negociar com o PT.
Sobre isso
afirmo o seguinte: meu posto é de segundo tenente da reserva. Jamais
trabalhei em qualquer serviço de informação e pouco me importa o
conhecimento da inteligência militar brasileira.
Escrevo aqui como quem
conhece, e muito bem, a inteligência petista: Não se enganem, senhores,
com a promessa de novos caças, de mais porta-aviões ou de um submarino
nuclear.
Não acreditem em mais tanques ou no soldo melhor para os
oficiais generais porque o que se aproxima é a penúria total. Entendam
que em 1964 vocês tomaram o poder porque “queriam” salvar o país do
comunismo. Em 2014 ou depois, terão que fazê-lo para salvar a própria
pele.
O verdadeiro exército petista está entre os integrantes do MST e
da gigantesca massa carcerária brasileira, hoje mais de meio milhão de
condenados, que esse Partido criminoso controla com mão de ferro.
Senhores
comandantes, até hoje nada do que os senhores viram foi suficiente para
lhes convencer da necessidade de intervenção..Tudo continua parecendo
uma questão de “decisão”...de “momento certo”..e de respaldo da
população civil como se estivéssemos nós todos em 1964 quando foi por um
ato de vontade própria que o Exército colocou-se no poder.
Vossa
vontade, senhores, não mais está em questão..Aceitem meu aviso quando
digo que dessa vez não é “só o Brasil” que está ameaçado mas o próprio
Exército que aproxima-se, ainda que seja lentamente, da própria
extinção.
Ou os senhores compreendem isso e tomam a atitude que,
salvando a si próprios há de salvar a democracia brasileira, ou em breve
não serão mais que um Exército Fantasma.
Porto Alegre, 10 de março de 2014.
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