segunda-feira, 10 de março de 2014

Desaparecimento de avião da Malásia figura entre os mais raros desastres da aviação







O súbito desaparecimento de um avião da Malaysia Airlines com 239 pessoas a bordo representa um dos tipos mais raros de desastres da aviação, e o mistério se mistura à incerteza de não se saber sob qual jurisdição o avião caiu.




Avião da Malaysia Airlines com 239 a bordo desaparece

 

9.mar.2014 - O helicóptero Sea Hawk regressa ao porta-aviões USS Pinckney, após missão de busca pelos destroços do voo MH370 da Malaysia Airlines, neste domingo (9). A tripulação não conseguiu avistar sobreviventes Chris D. Boardman/Marinha dos EUA/EFE/EPA
Mas já faz mais de 24 horas desde que o avião desapareceu e a Malaysia Airlines diz que está "temendo o pior". Baseado no último contato com os pilotos, presume-se que o Boeing 777 pode ter caído próximo da costa do Vietnã.

Quatro passageiros da aeronave estavam, possivelmente, viajando com passaportes roubados, levantando dúvidas sobre a possibilidade que tenha havido um ato criminoso, mas nenhum grupo assumiu a responsabilidade pelo desaparecimento do avião.

Onde fica a Malásia

 



"Aviões não caem quando estão numa rota como essa", disse Paul Hayes, diretor de Segurança da Flight Global Ascend, uma empresa de consultoria de aviação, baseada na Inglaterra. "Esse é um evento extremamente incomum."

Apenas outro desastre recente teve características parecidas: a perda do voo 447 da Air France, que caiu no Oceano Atlântico, em 2009, na rota entre o Rio de Janeiro e Paris.


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  • Reprodução de site mostra a última posição informada do voo MH370, da Malaysian Airlines, em vermelho. 

    De acordo com o portal flightradar, o último contato aconteceu 40 minutos após o voo, já a Malaysian Airlines fala em cerca de 1 hora

 

Limbo legal

 

O incidente deve reacender um debate sobre a substituição das caixas pretas por sistemas baseados em satélites capazes de enviar dados de telemetria em tempo real. 

Esses sistemas existem, mas não foram utilizados até agora devido a questões de custo e logística.

Por enquanto não está claro quem vai assumir o comando para determinar o que aconteceu com a aeronave da Malásia.

De acordo com as regras da Organização Internacional de Aviação Civil, o governo do território em que o acidente ocorreu normalmente tem a jurisdição sobre os destroços e assume o controle da investigação. 

Por isso é provável que nenhuma autoridade possa assumir o comando, até que os destroços sejam encontrados.

Nesse caso, é provável que seja o Vietnã, mas se o avião caiu em águas internacionais, a Malásia terá o controle e os EUA estariam envolvidos porque o avião foi construído lá.

Raro mistério

 

O voo 370 da Malaysia Airlines desapareceu cerca de uma hora depois de decolar para Pequim, com teorias que vão desde uma pane súbita, um incidente a bordo que tenha causado uma falha elétrica completa, a algum tipo de acidente incomum.

Uma grande operação de busca está em curso nos mares entre a Malásia e o lado sul do Vietnã, concentrada na região onde o avião fez o último contato.

Pilotos e especialistas em aviação disseram que uma explosão a bordo pode ter sido a causa provável do acidente. 

O avião estava em altitude de cruzeiro, a parte mais segura do voo, e, provavelmente, estava no piloto automático.

"Ou foi uma explosão, uma queda de raio ou uma descompressão grave", disse um ex-piloto da Malaysia Airlines. 

"O 777 pode voar depois de ser atingido por um raio ou até mesmo uma grave descompressão. Mas com uma explosão, não existe a menor chance."

Uma perda repentina da pressão na cabine pode ter causado uma descompressão explosiva e destroçado o avião, disse John Goglia, um antigo membro da diretoria do National Transportation Safety Board. 

Esse tipo de descompressão pode ser causado por corrosão ou fadiga do metal na fuselagem.

Ecos do desastre da Air France

O desastre é parecido com o misterioso desaparecimento do voo 447 da Air France, que matou as 228 pessoas a bordo. 

As investigações não conseguiram determinar de forma conclusiva uma razão para aquele acidente, até as caixas pretas do avião serem recuperadas dois anos depois do acidente.

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Tragédia do voo AF 447 da Air France

Familiares e amigos comparecem à catedral de Notre Dame em Paris, na França, para participar de cerimônia em homenagem aos passageiros do voo AF 447 Reuters
"Recuperar destroços no oceano é sempre problemático, mas a indústria aprendeu muito com o acidente da Air France", disse Hayes, da Flight GlobalAscend.

Os especialistas também salientaram que o acidente com o avião da Air France lhes ensinou muito quanto aos perigos de uma especulação prematura, diversos motivos foram levantados para a causa do acidente e, dois anos mais tarde, as autoridades concluíram que um erro do piloto também teve um papel importante na causa do acidente.

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