10/03/2014 08h36
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Estabelecimento na Zona Sul sofre até cinco assaltos por semana.
Secretaria de Segurança diz que número de notificações aumentou.
Um posto de gasolina da Zona Sul de São Paulo já foi assaltado mil vezes, em 20 anos, como mostrou o Fantástico. Em média, são 60 por ano, segundo cálculo de funcionários.
O gerente do posto, José Magno Andrade Cassiano, conta que os assaltantes costumam estar armados.
“Chega armado, sempre de arma em punho, sempre ameaçando que vai
atirar, vai matar, que não tem nada a perder. É uma média de mil
assaltos [nos últimos 20 anos]. Uma média de três, quatro, cinco
assaltos por semana. Já ocorreu três assaltos no mesmo dia”, afirma o
gerente.
Segundo o caixa Marivaldo da Silva, os ladrões agem sempre da mesma
forma. “Eles entram a pé, anunciam o assalto. Sacam a arma, ameaçam a
gente, fazem a gente entregar o dinheiro. Às vezes, apontam a arma para a
gente”, conta. O funcionário já chegou a ser roubado cinco vezes pelo
mesmo assaltante na mesma semana.
Segundo dados divulgados pela Secretaria de Segurança Pública (SSP) de São Paulo,
em 24 de fevereiro, o número de roubos no estado subiu bastante em
janeiro. Um aumento de 32,5% em comparação a janeiro do ano passado. Na
capital, o crescimento foi de 41,8%.
Só no ano passado, segundo o gerente, foram registrados 60 boletins de ocorrência. Porém, os funcionários nem sempre vão até a delegacia para notificar a polícia. “Para fazer boletim de ocorrência não é uma coisa rápida. E você acaba perdendo quase a metade do dia. Então, você vem trabalhar a noite quase sem descansar”, contou um funcionário.
Melina Risso, especialista em Segurança Pública, do Instituto Sou da Paz, o número de roubos em São Paulo pode ser ainda maior, porque a maioria das vítimas não procura a polícia.
“No ano passado, foi divulgada uma pesquisa de vitimização que foi feita no país inteiro. Em São Paulo, o que o dado vai dizer é que em torno de 40% notifica o crime. Não registraram queixa na delegacia e tem vários motivos para isso, como falta de confiança na polícia, achar que não vai resolver nada, a própria qualidade do atendimento na delegacia”, analisa.
Em nota, a Secretaria de Segurança Pública (SSP) afirma que tem trabalhado para reduzir esse problema da subnotificação. Desde dezembro do ano passado, os B.Os de roubos também podem ser feitos pela internet em São Paulo.
Só no ano passado, segundo o gerente, foram registrados 60 boletins de ocorrência. Porém, os funcionários nem sempre vão até a delegacia para notificar a polícia. “Para fazer boletim de ocorrência não é uma coisa rápida. E você acaba perdendo quase a metade do dia. Então, você vem trabalhar a noite quase sem descansar”, contou um funcionário.
Melina Risso, especialista em Segurança Pública, do Instituto Sou da Paz, o número de roubos em São Paulo pode ser ainda maior, porque a maioria das vítimas não procura a polícia.
“No ano passado, foi divulgada uma pesquisa de vitimização que foi feita no país inteiro. Em São Paulo, o que o dado vai dizer é que em torno de 40% notifica o crime. Não registraram queixa na delegacia e tem vários motivos para isso, como falta de confiança na polícia, achar que não vai resolver nada, a própria qualidade do atendimento na delegacia”, analisa.
Em nota, a Secretaria de Segurança Pública (SSP) afirma que tem trabalhado para reduzir esse problema da subnotificação. Desde dezembro do ano passado, os B.Os de roubos também podem ser feitos pela internet em São Paulo.
Segundo a secretaria, 31% das ocorrências foram
registradas via internet em janeiro, o que explicaria o crescimento
detectado. Na explicação da secretaria, o aumento não seria exatamente
de roubos, mas do registro de roubos.
Para a diretora do instituto Sou da Paz, a notificação pela internet
pode explicar parte do aumento na estatística. Mas ainda assim, esse
tipo de crime, na opinião dela, está mesmo aumentando no estado.
“O que a gente observa não é só uma explosão agora. O que vai observando é que roubos vêm crescendo nos últimos anos”, afirma Melina Risso.
Para a especialista, ainda preocupa o dado que aponta que apenas 5% dos casos virem alvo de inquérito para serem esclarecidos. “95% dos casos nem são investigados. Então, é preciso fortalecer a capacidade da polícia de investigar para esclarecer as dinâmicas”, afirmou.
Risso destaca que só a partir das conclusões das investigações é possível ter elementos para desenvolver políticas públicas que possam reduzir esse volume de crime que acontece na cidade.
“O que a gente observa não é só uma explosão agora. O que vai observando é que roubos vêm crescendo nos últimos anos”, afirma Melina Risso.
Para a especialista, ainda preocupa o dado que aponta que apenas 5% dos casos virem alvo de inquérito para serem esclarecidos. “95% dos casos nem são investigados. Então, é preciso fortalecer a capacidade da polícia de investigar para esclarecer as dinâmicas”, afirmou.
Risso destaca que só a partir das conclusões das investigações é possível ter elementos para desenvolver políticas públicas que possam reduzir esse volume de crime que acontece na cidade.
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