domingo, 2 de março de 2014

Garis em greve protestam em frente à prefeitura do Rio; lixo se acumula



Da Agência Brasil, no Rio de Janeiro


  • Marcelo Fonseca/Estadão Conteúdo
    Lixo se acumula pelas ruas da zona sul do Rio durante greve dos garis
    Lixo se acumula pelas ruas da zona sul do Rio durante greve dos garis


Centenas de garis da cidade do Rio de Janeiro voltaram a protestar hoje (2) em frente à sede da prefeitura, na cidade nova, na Rua Afonso Cavalcante. 

Os manifestantes cobram melhores condições de trabalho e aguardam um representante da Companhia Municipal de Limpeza Urbana (Comlurb) para negociar a volta ao trabalho.

A greve  não tem o respaldo do sindicato e foi considerada ilegal pela Justiça.

A categoria pede reajuste salarial de R$ 803 para R$ 1,2 mil, aumento no valor do tíquete alimentação diário de R$ 12 para R$ 20 e o pagamento de horas-extras para quem trabalhar nos domingos e feriados, como previsto em lei.

"Chegamos a trabalhar dobrado em época de Carnaval e não ganhamos um centavo a mais", disse uma das lideranças do movimento, a gari Edna dos Santos.

O protesto é acompanhado pelo Batalhão de Policiamento Militar de Grandes Eventos, que pelo segundo dia consecutivo não usa identificação nas fardas. 

De acordo com o oficial no local, coronel Wagner Vilares, a identificação não é "uma obrigatoriedade legal, mas administrativa". Ele estima que cerca de 100 garis participam do protesto na prefeitura.

"Estamos com equipamento novo e ainda estamos fazendo a identificação", justificou o coronel. A Defensoria Pública do Estado do Rio não foi localizada para comentar a ausência de mecanismo que permita identificar os militares.

Os manifestantes contabilizam cerca de 400 garis no protesto em frente à prefeitura. Eles pedem a presença de jornalistas e reclamam de pouca visibilidade dada ao movimento na imprensa. "Estamos protestando desde a última quarta-feira (26), as ruas amanheceram imundas ontem e hoje e tem jornal que que não deu uma linha", disse Edna.

A Comlurb informou que está mantendo sua rotina especial de limpeza programada para o período de Carnaval.

Em nota, a Comlurb informou que "alguns pontos da cidade sofreram interferência de membros de um grupo de grevistas sem representatividade nem ligação com o sindicato reconhecido da categoria".

Por causa da paralisação, neste domingo ruas da da Tijuca, na zona norte, Botafogo e Largo do Machado, na zona sul, amanheceram cobertas de lixo.
 
A companhia recordou que o movimento foi considerado ilegal pela Justiça do Trabalho, "o que dificultou e atrasou a realização dos serviços nestes locais". 

A companhia reiterou, ainda, que permanece em negociação com o sindicato da categoria, "como faz anualmente no período do acordo coletivo".

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