domingo, 2 de março de 2014

PT e PMDB criam palanques rivais



Apesar da boa avaliação de governador peemedebista e do racha em seu próprio partido, senador petista sai à frente em Mato Grosso do Sul
 
Daniel Cardozo
daniel.cardozo@jornaldebrasilia.com.br


O governo do Mato Grosso do Sul tem boa aprovação, mas mesmo assim, o PMDB do governador André Puccinelli  não deve ter vida fácil nas urnas. 

Manter o controle sobre o governo depende de uma candidatura forte o suficiente para desbancar o até então líder das pesquisas, o senador petista Delcídio do Amaral.

Os petistas bem que tentaram obter apoio do PMDB em Mato Grosso do Sul para reproduzir a aliança federal, mas enfrentaram resistência. Com isso,os dois partidos se enfrentarão  e um dos opositores do PT deve ser o ex-prefeito de Campo Grande Nelson Trad Filho, o Nelsinho, filho do ex-deputado federal Nelson Trad.

Votação para o Senado credencia

O candidato do PT teve cerca de 800 mil votos, dentre os cerca de 1,1 milhão possíveis na última eleição para o Senado. Mesmo com a rivalidade que existe na seção estadual do partido, entre os grupos de Delcídio e do ex-governador Zeca do PT, o senador é tido como adversário difícil de ser batido.

A candidatura de Delcídio conquistou o apoio do PDT, que fazia parte do governo de Puccinelli, e se tornou o primeiro aliado da chapa petista. O partido teve a oportunidade de dar o vice da chapa de Nelsinho, mas recusou a oferta.

Quem tenta representar uma terceira via é prefeito de Dourados, Murilo Zauith (PSB). Antes de anunciar a candidatura, ele chegou a procurar o governador André Puccinelli, para tentar receber o apoio, mas não conseguiu ingressar na chapa. Zauith já foi deputado federal, vice-governador na primeira gestão de Puccinelli e nas últimas eleições, derrotado na disputa ao Senado. 

O prefeito teve o aval do presidente nacional do PSB, Eduardo Campos, que quis  palanque próprio em Mato Grosso do Sul.

É esperada ainda uma conversa entre Nelsinho Trad e Zauith, para que o peemedebista o convença a participar da chapa de sucessão ao governo. No entanto, a tentativa de aproximação ainda não deu resultado.

Curinga do jogo

O curinga nesse jogo é a vice-governadora Simone Tebet. Considerada estrela ascendente, tanto pode disputar o governo quanto o Senado. Disse até que aceitaria ser suplente do governador André Puccinelli, caso ele queira ser senador.

À parte o fator familiar — é filha do ex-governador, ex-senador e ex-ministro Ramez Tebet —  pesa a favor da vice sua gestão na prefeitura de Três Lagoas, quando trouxe mais de 50 indústrias para a cidade, aproveitando a localização geográfica estratégica, perto da divisa com o estado de São Paulo. 

Três Lagoas é considerada a terceira cidade mais importante do estado, com 110 mil habitantes. Entre as corporações instaladas no município estão a primeira e a segunda maiores do mundo em fabricação de celulose.

Para Senado, só dúvidas

1- Ainda não há certeza sobre qual será o candidato do PMDB ao Senado. 

O governador André Puccinelli é candidato natural  e sua eleição seria tranquila, mas ele tem dito que não pretende se lançar. De qualquer forma, a hipótese ainda não é descartada dentro do partido. 

2- A outra opção dos peemedebistas seria a vice-governadora Simone Tebet, também do PMDB. 

Simone Tebet é vista como figura com capital político suficiente para não ficar de fora das próximas eleições. 

3- O deputado federal Reinaldo Azambuja (PSDB) quer a candidatura a senador

Por ser o oitavo parlamentar mais rico do Congresso Nacional, Azambuja é tido como um nome forte na disputa eleitoral. Nos bastidores, fala-se da possibilidade de  apoio do PT, formal ou informal, à candidatura.

4- Quem também pode acabar pintando como candidato ao Senado é o deputado federal Vander Loubet (PT).

Há tempo para virar o jogo, avisa deputado
 
O deputado federal Geraldo Resende (PMDB), candidato à reeleição, admite que a candidatura de Delcídio do Amaral é forte, mas acredita que o é possível reverter o quadro até outubro. “Não existe eleição ganha na véspera.
 
 É um candidato muito forte, mas até pouco tempo atrás só o time dele estava em campo, com a candidatura anunciada. 
 
Creio que quando escolhermos nosso nome para o Senado e conseguirmos consolidar um leque de alianças, esse jogo se modificará”, projetou.
 
Mesmo com aprovação alta, o governador André Puccinelli costuma se envolver em polêmicas com certa frequência. 
 
Talvez  maior controvérsia do governador tenha sido quando se desentendeu, em 2009, com Carlos Minc, então ministro do Meio Ambiente. Além de xingar Minc, Puccinelli disse que, se o ex-ministro participasse da Meia Maratona Internacional do Paraná, ele o estupraria em praça pública.
 
 Em outro episódio, o governador se desentendeu com um rapaz durante a campanha à reeleição, em 2010. Após ser xingado de ‘ladrão’, Puccinelli deu um tapa no opositor.
 
Viver da caça
 
Também em 2010, o governador convocou os setores ricos  a se posicionarem contra as regras de demarcações de terras indígenas. 
 
Segundo ele, se as medidas fossem colocadas em prática o povo sul-mato-grossense teria que viver de caça.
 
Fonte: Da redação do Jornal de Brasília

Nenhum comentário: