sábado, 1 de março de 2014
A semana foi tão corrida que somente agora pude assistir o programa de
televisão que o PMDB levou ao ar nesta quinta-feira.
E a mensagem que o
partido de Michel Temer decidiu emitir em seu primeiro espaço de
propaganda do ano é tão clara que me espantei com as poucas reações
surgidas.
Notem que não se trata, aqui, de fazer análise da qualidade do programa e, muito menos, de debater que a nova - pouca importa se boa ou não - linguagem apresentada implique em alguma renovação concreta no partido.
Notem que não se trata, aqui, de fazer análise da qualidade do programa e, muito menos, de debater que a nova - pouca importa se boa ou não - linguagem apresentada implique em alguma renovação concreta no partido.
Na verdade, a linguagem apresentada nesta semana já tinha sido ensaiada
no programa exibido em agosto do ano passado - em pleno calor das
manifestações que tomaram as ruas do país.
Quero falar é do tema que foi o eixo discursivo do programa desta quinta-feira: "escolhas".
Quero falar é do tema que foi o eixo discursivo do programa desta quinta-feira: "escolhas".
Ao longo de mais de 10 minutos de programa o
PMDB não fez outra coisa a não ser deixar claro que sua escolha para
2014 ainda não foi feita.
Se o partido vai novamente com Dilma ou se vai
debandar para a oposição, é "escolha" que será feita mais adiante - em
se tratando do PMDB, quando o cenário eleitoral indicar com mais
segurança qual decisão tem mais chances de mantê-lo em estreitas
relações com o poder.
Bem sei que a postura não é nova. O PMDB é aquele partido que, há décadas, tem se mantido no poder mediante um jogo que inclui o "racha" eleitoral: oficialmente, sempre apoia o governo; informalmente, faz vistas grossas para os membros "rebeldes" que declaram apoio à oposição.
Bem sei que a postura não é nova. O PMDB é aquele partido que, há décadas, tem se mantido no poder mediante um jogo que inclui o "racha" eleitoral: oficialmente, sempre apoia o governo; informalmente, faz vistas grossas para os membros "rebeldes" que declaram apoio à oposição.
Conforme o quadro eleitoral vai ficando mais definido, o partido sempre
pode pular para o barco que melhor lhe convier - no mínimo porque,
quando a oposição vence, aqueles "rebeldes" serão seus embaixadores
junto ao novo governo eleito.
O espólio desta guerra vocês conhecem: são os cargos em ministérios e empresas estatais.
Mas, então, o que há de novo no programa eleitoral levado ao ar na quinta-feira? A inédita institucionalização deste jogo e, por conseqüência, o evidente temor de manter-se, precipitadamente, associado a Dilma Rousseff.
O espólio desta guerra vocês conhecem: são os cargos em ministérios e empresas estatais.
Mas, então, o que há de novo no programa eleitoral levado ao ar na quinta-feira? A inédita institucionalização deste jogo e, por conseqüência, o evidente temor de manter-se, precipitadamente, associado a Dilma Rousseff.
Basta clicar aqui e
assistir o programa que o partido levou ao ar nesta mesma época, em
2010, para entender: então, tudo o que o PMDB queria era vincular-se aos
programas sociais de Lula, numa clara preparação ao apoio que daria à
sua sucessora.
Ao que tudo indica, agora o "maior partido do Brasil" entra em um ano eleitoral sem conseguir enxergar o quadro com tanta clareza.
Ao que tudo indica, agora o "maior partido do Brasil" entra em um ano eleitoral sem conseguir enxergar o quadro com tanta clareza.
O PMDB tem
dúvidas sobre seguir ou não com Dilma - e quer assegurar o seu direito
de fazer outras escolhas.
E quando o PMDB, que nunca dá ponto sem nó,
manda um recado destes, a oposição pode ter uma certeza: a situação de
Dilma não está nada boa.
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