Frequentador do Maracanã, César Francisco lamentou que o Brasil não tenha jogado no estádio
João de Andrade Neto Enviado Especial
Rio
de Janeiro - Além da melancolia de ter que disputar o terceiro lugar da
Copa, o Brasil se despediu do Mundial que sediou sem ter o direito de
atuar no Maracanã. Tudo porque a tabela marcava um jogo da equipe
brasileira na capital carioca, apenas em caso de uma decisão. Argentina e
Alemanha, que decidem a Copa neste domingo, por exemplo, já atuaram uma
vez no local. Com isso, o Brasil se torna o segundo país-sede de uma
Copa a não ter jogado no estádio da final. Todos os outros, mesmo os que
não conquistaram o título, atuaram pelo menos uma vez no principal
palco da Copa.
Até
este ano, apenas a Coreia do Sul, que realizou a competição em parceria
com o Japão, em 2002, não havia entrado em campo no estádio da decisão,
ocorrida em Yokohama. Uma situação atípica, no entanto, já que todos os
jogos do sul-coreanos foram em seu território.
A ausência do
Brasil no Maracanã ajudou a aumentar a frustração do torcedor carioca.
Neste sábado, enquanto o time enfrentava a Holanda, em Brasília, pelo
terceiro lugar da Copa, alguns foram ao estádio com a camisa da seleção.
E lamentaram. “Assistimos a três jogos nessa Copa.
Um deles do Brasil,
em Fortaleza, e outro aqui no Maracanã entre Chile e Espanha. Durante o
ano sou frequentador assíduo do Maracanã e é frustrante não ter a
oportunidade de ver a seleção por aqui. Isso mostra um pouco a
arrogância dos nossos cartolas, já que davam como certo o Brasil na
final”, reclamou o militar César Francisco, de 43 anos. "Foram gastos
mais de R$ 1 bilhão no estádio e o dono da casa não jogou nele",
completou o bancário Márcio Sampaio.
“É uma lacuna que fica para
gerações inteiras. A última vez que o Brasil atuou no Maracanã em uma
Copa vai continuar sendo em 1950. E se o intervalo for o mesmo só daqui a
64 anos. Meu filho, de sete anos, vai ter 71 anos. Vai ser avô”,
calculou o empresário Marcos Barbosa, que estava do filho Arthur e da
esposa, Tânia, devidamente sintonizada na partida do Brasil, no Mané
Garrincha, por uma tv portátil.
“Mas nem parece que hoje é dia de jogo
do Brasil na Copa”, observou.
De fato. Durante o primeiro tempo, a
reportagem do Superesportes percorreu o entorno do Maracanã e quase não
viu alteração na rotina do local. A não ser pelos bares. Que dessa vez
não estavam lotados de torcedores, mas sim vazios.
“Nos outros
jogos do Brasil todas as mesas estavam lotadas e tinha gente que
assistia o jogo de pé. Hoje o movimento está mais fraco até do que o de
sábados normais. Mas também, como seria diferente, depois de uma
vergonha daquela que nós sofremos sendo goleado por 7 a 1”, disse o
caruaruense João Cabral da Silva, que há 20 anos possui um bar em uma
rua próxima ao estádio Mario Filho, que recebeu nesse mundial onze
seleções. Mas não o Brasil.
Bares no entorno do Maracanã ficaram vazios durante decisão do terceiro lugar, em Brasília
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