sábado, 12 de julho de 2014

HISTÓRIA Brasil é o primeiro país-sede a não atuar em estádio da final


Apenas na Copa realizada em parceria entre Japão e Coreia, o dono da casa não atuou no principal palco da Copa





postado em 12/07/2014 18:31 / atualizado em 12/07/2014 18:43


Joao de Andrade Neto/DP/D.A. Press
João de Andrade Neto
Enviado Especial

Rio de Janeiro - Além da melancolia de ter que disputar o terceiro lugar da Copa, o Brasil se despediu do Mundial que sediou sem ter o direito de atuar no Maracanã. Tudo porque a tabela marcava um jogo da equipe brasileira na capital carioca, apenas em caso de uma decisão. Argentina e Alemanha, que decidem a Copa neste domingo, por exemplo, já atuaram uma vez no local. Com isso, o Brasil se torna o segundo país-sede de uma Copa a não ter jogado no estádio da final. Todos os outros, mesmo os que não conquistaram o título, atuaram pelo menos uma vez no principal palco da Copa.

Até este ano, apenas a Coreia do Sul, que realizou a competição em parceria com o Japão, em 2002, não havia entrado em campo no estádio da decisão, ocorrida em Yokohama. Uma situação atípica, no entanto, já que todos os jogos do sul-coreanos foram em seu território.

A ausência do Brasil no Maracanã ajudou a aumentar a frustração do torcedor carioca. Neste sábado, enquanto o time enfrentava a Holanda, em Brasília, pelo terceiro lugar da Copa, alguns foram ao estádio com a camisa da seleção. E lamentaram. “Assistimos a três jogos nessa Copa. 
Um deles do Brasil, em Fortaleza, e outro aqui no Maracanã entre Chile e Espanha. Durante o ano sou frequentador assíduo do Maracanã e é frustrante não ter a oportunidade de ver a seleção por aqui. Isso mostra um pouco a arrogância dos nossos cartolas, já que davam como certo o Brasil na final”, reclamou o militar César Francisco, de 43 anos. "Foram gastos mais de R$ 1 bilhão no estádio e o dono da casa não jogou nele", completou o bancário Márcio Sampaio.

“É uma lacuna que fica para gerações inteiras. A última vez que o Brasil atuou no Maracanã em uma Copa vai continuar sendo em 1950. E se o intervalo for o mesmo só daqui a 64 anos. Meu filho, de sete anos, vai ter 71 anos. Vai ser avô”, calculou o empresário Marcos Barbosa, que estava do filho Arthur e da esposa, Tânia, devidamente sintonizada na partida do Brasil, no Mané Garrincha, por uma tv portátil. 
“Mas nem parece que hoje é dia de jogo do Brasil na Copa”, observou.

De fato. Durante o primeiro tempo, a reportagem do Superesportes percorreu o entorno do Maracanã e quase não viu alteração na rotina do local. A não ser pelos bares. Que dessa vez não estavam lotados de torcedores, mas sim vazios.

“Nos outros jogos do Brasil todas as mesas estavam lotadas e tinha gente que assistia o jogo de pé. Hoje o movimento está mais fraco até do que o de sábados normais. Mas também, como seria diferente, depois de uma vergonha daquela que nós sofremos sendo goleado por 7 a 1”, disse o caruaruense João Cabral da Silva, que há 20 anos possui um bar em uma rua próxima ao estádio Mario Filho, que recebeu nesse mundial onze seleções. Mas não o Brasil.


Joao de Andrade Neto/DP/D.A. Press

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