sexta-feira, 19 de setembro de 2014

Cadê o plano de governo, Dona Dilma? Ou você acha que esquecemos?

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Segundo a Folha de São Paulo, Dilma Rousseff mandou suspender a divulgação de seu plano de governo. O motivo seriam impasses com setores do PT que defendem algumas propostas diferentes da turma que está no Planalto.

Por exemplo, algumas pessoas de dentro do partido queriam redução da jornada de trabalho, o fim do fator previdenciário (que reduz o valor de aposentadorias precoces), regulamentação da terceirização e revogação da Lei da Anistia.

Só que há quatro anos o governo evita falar nessas propostas. Aí é o de sempre: os sindicatos vão apoiando o governo apenas por peleguismo. Não que eu esteja a favor das demandas do partido, mas não podia deixar de notar essa contradição.

Em relação à Lei da Anistia, esses mesmos setores do partido querem sua revogação. O problema é que Dilma não encaminha a medida para evitar crise com as Forças Armadas.

Só que esse atraso na divulgação do plano pode ser usado contra o PT, já que há alguns tempos o partido acusou Marina Silva de fazer revisões em seu plano de governo após seu lançamento. De acordo com o PT, isso indicaria que a opositora “não sabia para onde ir”. E o que dizer do PT, que mesmo com conflitos internos para divulgar o plano, nem sequer o divulga?

Realize a situação:
  • GERENTE A: Olha, seu plano de projeto é inconsistente, pois há uns 2 trechos aqui que foram usados em outro plano.
  • GERENTE B: Sim, mas eu já atualizei o plano. Aqui está o novo.
  • GERENTE A: Quem atualiza plano é por que não “sabe para onde quer ir”.
  • GERENTE B: Você acha? Aliás, eu entreguei o plano do projeto na data. Eu e você temos projetos com as mesmas datas de entrega. Cadê o seu plano?
  • GERENTE A: Entregarei depois?
  • GERENTE B: Depois?
  • GERENTE A: Depois.
  • GERENTE B: Por qual motivo?
  • GERENTE A: Estamos discutindo internamente pontos de divergência.
  • GERENTE B: Você não acabou de dizer que pessoas que atualizam plano é por que “não sabem para onde ir”?
  • GERENTE A: Ah, mas só se a atualização for depois da divulgação.
  • GERENTE B: Onde está escrita essa regra? [N.E. - Não está. Na verdade esse é o estratagema da distinção de emergência]
  • GERENTE A: Vamos mudar de assunto?
  • GERENTE B: Agora temos dois pontos. Você está mudando o plano por divergências quanto a pontos dele, e ainda atrasando a entrega do plano.
  • GERENTE A: Precisamos fazer tudo bem feitinho.
  • GERENTE B: Mas você é gerente há quatro anos aqui e já estava cuidando de outro projeto do mesmo programa. Você não deveria estar até mais adiantado, já que o seu projeto é apenas continuidade do anterior?
  • GERENTE A: …
Já deu para notar que a desconstrução em cima deste atraso do plano do PT não é muito difícil, certo?
O PT é o partido que nem é capaz de entregar um plano e ainda assim fica enchendo a paciência de quem já o fez de maneira antecipada. É verdadeiro partido da vergonha suprema. Ah, quantas oportunidades surgem para os adversários e eles não aproveitam….

Bem que um desses candidatos “de direita” nanicos podia fazer uma pergunta assim em um próximo debate: “Dilma, qualquer pessoa que atua com gestão sabe que pessoas que criticam os planos dos outros e enrolam para entregar os seus são fanfarrões.

Você enrola para entregar seu plano de governo. Em qualquer empresa, isso já seria um sintoma de que deviam te botar pra fora. Para piorar, você está há quatro anos no governo, e seu partido está lá há 12 anos. Mais que ninguém você já devia ter um plano pronto.

Por que você não pede para sair depois de mais esse deslize imperdoável?”.


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