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Mesmo após a chuva que atingiu a região da Grande São Paulo neste último final de semana, o nível do sistema Cantareira voltou a cair nesta segunda-feira (22). De acordo com o boletim da Sabesp divulgado nesta manhã, o maior manancial de abastecimento opera com 8% de sua capacidade.
O volume é 0,4 ponto percentual mais baixo do que o registrado na última sexta-feira. Na comparação semanal, o nível do reservatório caiu 1,1 ponto percentual.
Desde o começo do mês, choveu nas represas que integram o sistema o equivalente a 40 mm. Somente entre sábado (20) e domingo (21) choveu 10 mm na região – ou seja 1/4 do acumulado mensal.
O Cantareira atende, de acordo com a própria Sabesp, cerca de 8,1 milhões de pessoas na capital paulista (zona norte, centro e parte das zonas leste e oeste) e nos municípios de Franco da Rocha, Francisco Morato, Caieiras, Osasco, Carapicuíba, Barueri, Taboão da Serra, São Caetano, Guarulhos e Santo André.
O Sistema Alto Tietê -de onde sai a água de 3,1 milhões de moradores da zona leste de São Paulo, Arujá, Itaquaquecetuba, Poá, Ferraz de Vasconcelos e Suzano, Guarulhos, Mauá, Mogi das Cruzes e Santo André- registra, nesta segunda, índice de 12,6%.
O nível permaneceu estável ante o relatório divulgado neste domingo.
Na sexta (19), a ANA (Agência Nacional de Águas) anunciou sua retirada do comitê que assessora a gestão do sistema Cantareira, que passa por uma crise sem precedentes.
Ligada ao governo federal, a agência propôs a dissolução do grupo, criado em fevereiro por representantes seus, do governo paulista, da Sabesp e dos comitês das bacias que alimentam o sistema.
De acordo com ofício assinado pelo diretor-presidente do órgão, Vicente Andreu, a saída leva em consideração "as manifestações do dr. Mauro Arce", secretário de Recursos Hídricos do Estado.
Ele afirma que o secretário negou acordo, proposto por ele próprio ao grupo, para que a Sabesp reduzisse o volume de água que retira do Cantareira. E que a ANA deixa o comitê "especialmente" pela falta de novas definições sobre essa questão.
A agência defende a redução da vazão para poupar o sistema, mas, segundo especialistas,o governo não quer assumir esse compromisso para evitar o desabastecimento da região metropolitana.
Veja a reportagem multimídia da Folha sobre a questão da água no país.
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