Carlos Chagas
Publicado: 1 de novembro de 2014 às 0:00 - Atualizado às 1:28
A primeira semana depois da eleição,
apesar das derrotas de Dilma no Congresso, ou por causa delas, revela
que nada vai mudar em termos de relacionamento do governo com sua base
parlamentar.
Traduzindo: a lambança continuará. Os partidos que apoiam a
presidente demonstraram pretender conservar fatias de poder,
ministérios e sinecuras, para continuar votando com o palácio do
Planalto.
Como sinal de que não estão brincando, infringiram
significativas derrotas ao governo, da rejeição da proposta do
plebiscito para a reforma política à não aprovação do decreto que cria
os conselhos populares e, de tabela, a convocação do ministro Edison
Lobão à Comissão de Agricultura. Mais a sedimentação da candidatura de
Eduardo Cunha a presidente da Câmara.
Durou pouco o sonho de mudanças. Será assim ou pior
caso a presidente não se comprometa a fatiar o novo ministério entre
PMDB, PR, PDT, PTB e penduricalhos menores. Exatamente como aconteceu
nos últimos quatro anos, apesar da desmoralização e do desgaste que essa
operação de compra a venda causa ao governo. Sem falar na geração da
ineficiência administrativa e nas suspeitas de corrupção.
Em suma, uma semana bastou para que a presidente
caísse na real e mandasse avisar seus aliados de que nada vai mudar e
que eles continuarão sócios privilegiados, se garantirem maioria para os
projetos e interesses oficiais no Congresso.
Sendo assim podemos esperar para breve a designação
de novos ministros e altos funcionários saídos da mesma fonte geradora
de escândalos e ineficácia de sempre, os seus partidos.
Dilma caiu na
armadilha disposta à sua frente quando da primeira posse. Se agora
tentou libertar-se, foi apenas durante o discurso de agradecimentos pela
reeleição, na noite de domingo. Logo percebeu sua condição de
prisioneira das mesmas forças parlamentares que envergonham as
instituições nacionais. Submeteu-se.
TROCANDO PARA PIOR
No Senado, dá pena verificar que não voltarão Inácio
Arruda, Pedro Simon, Jarbas Vasconcelos, Francisco Dornelles, Eduardo
Suplicy e outros. Acresce que na próxima Legislatura estarão no
exercício dos mandatos nada menos do que 21 suplentes, tendo em vista a
eleição dos titulares para governador, entre outros motivos.
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