Glauco Fonseca
O silêncio dos coniventes
Publicado: 4 de dezembro de 2014 às 16:41 - Atualizado às 16:47
Não foi por “hobby” nem por amor que fiquei acordado
até as cinco da manhã vendo pela TV a sessão no Congresso Nacional que
aprovou o estupro da LDO e o assassinato da Lei de Responsabilidade
Fiscal.
Fiquei acordado, à base de café e resistindo aos resmungos de minha mulher para que eu próprio não esquecesse tão cedo a lição que só consolidei quando a noite estrelada esmaecia num contraste de beleza que me lembrou, todavia, que sempre há um dia após o outro. A lição que aprendi, contudo, não foi política, pois nada de novo havia sido jogado ao picadeiro.
Havia um problema que os vencedores da eleição tinham que resolver como num “thriller”: Uma bomba-relógio fora ativada e estava prestes a ser detonada, montada com explosivos escondidos na campanha eleitoral e cujo estopim fora acendido pela equipe econômico-pirotécnica do próprio governo há vários anos.
A gastança desenfreada da gestão petista não podia dar em outro resultado que não o desastre. O descontrole, a inépcia e a corrupção endêmica dos governos Lula e Dilma deram como resultado um déficit tão violento, fruto do esgotamento das mentiras e da contabilidade criativa, que empurraram os próprios aliados do parlam nto ao desfiladeiro, fazendo-os varar a madrugada para afastar o governo alguns centímetros do precipício.
Depois de mais de meio século já vivido num país de terceiro mundo que dele não sairá tão cedo, não vi nada de novo até as 5 da manhã de hoje, com os olhos cansados e pintados de vermelho. Só percebi a lição quando desliguei a TV e apaguei as luzes. O apagar das luzes foi o momento do aprendizado, mesmo anunciada a rendição da escuridão da noite.
Adormecido em pé, modorrento como se estivesse assistido ao um filme velho, respondi a mim mesmo: o que aconteceu não foi um desastre econômico, político ou social. A bomba foi explodida quando alguém cortou o fio errado que, ao invés de desativar o mecanismo, apressou o relógio.
Apenas mais um filme velho e manjado, tornando o artefato impossível de se desativar. Quem montou a bomba e depois a explodiu não foram políticos nem simples burocratas, mas pessoas em gestão, responsáveis pelo gerenciamento do país. Quem detonou com o Brasil foram pessoas em cargos de…gestão!
Certamente veremos algumas – poucas – críticas de líderes de Fiesp, Firjan e outras entidades semelhantes e bem menos importantes. Ouviremos diagnósticos “brilhantes” de catedráticos em administração, de ilustres administradores, de premiados gestores, líderes ou mantenedores de entidades ligadas às “boas práticas” de gestão em todo o país.
Todos eles, em uníssono, dirão que a morte era anunciada e que não havia outra medida a tomar. Ouviremos, em tom de consternação, grandes mentores gerenciais e “management experts” graduados em mais de um planeta do sistema solar dizer que “o governo gastou demais e não havia outra alternativa”.
A grande verdade é que qualquer brasileiro suspeitava que algo muito errado estava acontecendo. Nas rodas de chope ou chimarrão, da cobertura ao subsolo, com ou sem gravata, as pessoas desconfiavam que alguma coisa estava esquisita: Como é que, esgotada a criatividade dos seres mais criativos do mundo – os trotskistas – as contas iriam fechar?
A resposta todos sabiam, principalmente os gestores, os administradores, os economistas, os responsáveis técnicos e as pedras das ruas por onde eles passam: Não tinha, não tem e não terá como fechar as contas com as “boas práticas de gestão” que estavam sendo empreendidas. Nem ontem, nem hoje e muito menos amanhã. Nunca.
Consegui adormecer feliz por ter visto uma oposição em ação. Eram meia dúzia de espartanos encenando comédia para Xerxes rir, mas fazendo lá sua parte. Governistas incansáveis, correndo em desespero, também um bando de coitados, currados e em frangalhos, também fizeram sua parte.
Eu, triste por descobrir que minhas suspeitas se confirmavam, entreguei-me ao sono sem esquecer dos ilustres capitães das “melhores práticas”, dos grandes ícones da administração e das finanças, dos líderes festejados, muitos deles com livre trânsito nos gabinetes do poder e poucos até mesmo com sala própria ao lado de quem manda.
A eles, aos presidentes das federações e aos incensados “pensadores” da gestão eu mando uma vaia longa e silenciosa. A culpa por tudo isto é deles também.
Não escutaram quando o pai da namorada disse: “Sai daí, Jolly, senão…”.
Fiquei acordado, à base de café e resistindo aos resmungos de minha mulher para que eu próprio não esquecesse tão cedo a lição que só consolidei quando a noite estrelada esmaecia num contraste de beleza que me lembrou, todavia, que sempre há um dia após o outro. A lição que aprendi, contudo, não foi política, pois nada de novo havia sido jogado ao picadeiro.
Havia um problema que os vencedores da eleição tinham que resolver como num “thriller”: Uma bomba-relógio fora ativada e estava prestes a ser detonada, montada com explosivos escondidos na campanha eleitoral e cujo estopim fora acendido pela equipe econômico-pirotécnica do próprio governo há vários anos.
A gastança desenfreada da gestão petista não podia dar em outro resultado que não o desastre. O descontrole, a inépcia e a corrupção endêmica dos governos Lula e Dilma deram como resultado um déficit tão violento, fruto do esgotamento das mentiras e da contabilidade criativa, que empurraram os próprios aliados do parlam nto ao desfiladeiro, fazendo-os varar a madrugada para afastar o governo alguns centímetros do precipício.
Depois de mais de meio século já vivido num país de terceiro mundo que dele não sairá tão cedo, não vi nada de novo até as 5 da manhã de hoje, com os olhos cansados e pintados de vermelho. Só percebi a lição quando desliguei a TV e apaguei as luzes. O apagar das luzes foi o momento do aprendizado, mesmo anunciada a rendição da escuridão da noite.
Adormecido em pé, modorrento como se estivesse assistido ao um filme velho, respondi a mim mesmo: o que aconteceu não foi um desastre econômico, político ou social. A bomba foi explodida quando alguém cortou o fio errado que, ao invés de desativar o mecanismo, apressou o relógio.
Apenas mais um filme velho e manjado, tornando o artefato impossível de se desativar. Quem montou a bomba e depois a explodiu não foram políticos nem simples burocratas, mas pessoas em gestão, responsáveis pelo gerenciamento do país. Quem detonou com o Brasil foram pessoas em cargos de…gestão!
Certamente veremos algumas – poucas – críticas de líderes de Fiesp, Firjan e outras entidades semelhantes e bem menos importantes. Ouviremos diagnósticos “brilhantes” de catedráticos em administração, de ilustres administradores, de premiados gestores, líderes ou mantenedores de entidades ligadas às “boas práticas” de gestão em todo o país.
Todos eles, em uníssono, dirão que a morte era anunciada e que não havia outra medida a tomar. Ouviremos, em tom de consternação, grandes mentores gerenciais e “management experts” graduados em mais de um planeta do sistema solar dizer que “o governo gastou demais e não havia outra alternativa”.
A grande verdade é que qualquer brasileiro suspeitava que algo muito errado estava acontecendo. Nas rodas de chope ou chimarrão, da cobertura ao subsolo, com ou sem gravata, as pessoas desconfiavam que alguma coisa estava esquisita: Como é que, esgotada a criatividade dos seres mais criativos do mundo – os trotskistas – as contas iriam fechar?
A resposta todos sabiam, principalmente os gestores, os administradores, os economistas, os responsáveis técnicos e as pedras das ruas por onde eles passam: Não tinha, não tem e não terá como fechar as contas com as “boas práticas de gestão” que estavam sendo empreendidas. Nem ontem, nem hoje e muito menos amanhã. Nunca.
Consegui adormecer feliz por ter visto uma oposição em ação. Eram meia dúzia de espartanos encenando comédia para Xerxes rir, mas fazendo lá sua parte. Governistas incansáveis, correndo em desespero, também um bando de coitados, currados e em frangalhos, também fizeram sua parte.
Eu, triste por descobrir que minhas suspeitas se confirmavam, entreguei-me ao sono sem esquecer dos ilustres capitães das “melhores práticas”, dos grandes ícones da administração e das finanças, dos líderes festejados, muitos deles com livre trânsito nos gabinetes do poder e poucos até mesmo com sala própria ao lado de quem manda.
A eles, aos presidentes das federações e aos incensados “pensadores” da gestão eu mando uma vaia longa e silenciosa. A culpa por tudo isto é deles também.
Não escutaram quando o pai da namorada disse: “Sai daí, Jolly, senão…”.
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