05/12/2014
às 20:08
Na VEJA.com:
A presidente Dilma Rousseff voltou a culpar a crise internacional pela desaceleração da economia brasileira durante a cúpula da Unasul, em Quito, no Equador.
A presidente Dilma Rousseff voltou a culpar a crise internacional pela desaceleração da economia brasileira durante a cúpula da Unasul, em Quito, no Equador.
A afirmação vem depois
de a presidente fazer alterações drásticas na equipe econômica de seu
segundo governo, justamente em resposta aos efeitos colaterais das
decisões tomadas no primeiro mandato. A presidente disse, nesta
sexta, que a recuperação mundial ainda é “tênue”, o que exigirá mais
esforços da região para garantir a manutenção dos ganhos sociais obtidos
nos últimos anos.
Em
discurso de 14 minutos durante a sessão plenária presidencial na Cúpula
Extraordinária da União das Nações Sul-Americanas (Unasul), a
presidente fez questão de elogiar os processos eleitorais na região este
ano, em que também foram reeleitos os presidentes Evo Morales, na
Bolívia, Michele Bachelet, no Chile, Juan Manuel Santos, na Colômbia, e
José Mujica, no Uruguai.
Segundo Dilma, dessas eleições “saiu vitoriosa a
agenda da inclusão social, do desenvolvimento com distribuição de renda
e, portanto, do combate à desigualdade e da garantia de oportunidades,
que caracteriza a nossa região nos últimos anos”.
O
discurso da presidente derrapou até mesmo para algumas incorreções. Diz
ela: “O Brasil se dispôs a, nesse período, avançar no combate à
desigualdade, assegurando o crescimento com inclusão social. Nós, nessa
eleição, mostramos que diante da crise, que nos afetou profundamente,
defendemos sobretudo o emprego e, por isso, mantivemos uma das menores
taxas de desemprego de toda a nossa história”. A
última edição da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad)
mostrou estagnação da desigualdade, enquanto a análise social dos dados
da pesquisa, feita pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea),
evidenciou aumento no número de brasileiros abaixo da linha da
pobreza. A presidente lançou mão do emprego para justificar o “sucesso”
de seu governo. Mas não mencionou que a criação de vagas em 2014 teve o
pior desempenho em mais de 10 anos.
Apesar
da troca de sua equipe econômica, que agora terá o economista Joaquim
Levy no comando da Fazenda, Dilma voltou a defender as políticas de seu
governo, afirmando que foram as mais acertadas. Em período de vacas
magras, com arrecadação desacelerando e despesas subindo, o país não
conseguirá cumprir o superávit primário de 2014. Mas, diz a presidente,
não há o que temer. Segundo ela, o governo está disposto a ampliar o
investimento em infraestrutura logística, energética, social e urbana,
além de impulsionar o desenvolvimento tecnológico e a inovação.
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