Em entrevista ao Broadcast Político, serviço em tempo real da Agência Estado,
o líder do PSDB no Senado, Aloysio Nunes Ferreira (SP), disse que Lula
não mete medo no PSDB caso entre na disputa pela Presidência da
República em 2018.
“O Lula está muito decadente. Ele é muito carimbado pelos escândalos do mensalão e a maneira como ele tem se comportado, essa forma errática, ora condena, ora absolve. A tendência dele é ir se desgastando. Os conflitos de equipe, de estilo, de turma, entre ele e a Dilma são reais”. Na opinião do tucano, Aécio Neves ganhou projeção nacional ao “encarnar” sentimentos da população.
Perguntado sobre o risco de o PSDB ter sua imagem associada a
movimentos que pediram intervenção militar, Aloysio afirmou que não há
por que o partido se dissociar de correntes políticas que pregam a volta
do regime militar, porque é radicalmente democrático.
A respeito de um pedido de impeachment da presidente, o senador
afirmou que o processo depende de duas condições: a vinculação direta da
presidente no esquema de corrupção da Petrobras e a sua condição
política. “É preciso, para que haja o impeachment, que a base do governo
se evapore, como aconteceu com [Fernando] Collor”.
Petrobras
Perguntado sobre o relatório final da CPMI da Petrobras feito pelo
relator, o deputado petista Marco Maia (RS), Aloysio o classificou de
“piada”. “É um escárnio, uma coisa tragicômica”. O líder do PSDB no
Senado acredita ser possível instalar uma segunda comissão parlamentar
de inquérito em 2015.
Para ele Graça Foster e José Carlos Cosenza, atual diretor de
Abastecimento da estatal, mentiram perante a CPI. “Ela mentiu, dizendo
que não sabia de nada. Mesmo Cosenza, que disse que estava apurando,
estava apurando coisa nenhuma, ele sabia”.
Cassação
Perguntado sobre como ficará o cenário no Congresso com a potencial
divulgação de nomes de parlamentares envolvidos, o tucano afirmou que
será de grande turbulência. Ele não acredita na tese segundo a qual as
cassações por quebra de decoro só ocorrerão depois do processo no
Judiciário.
“Isso não tem nada a ver, até porque o Collor teve o impeachment e
depois foi absolvido no Supremo. Então, haverá um tumulto grande e
seguramente haverá uma tentativa de ‘acordão’. Quem fizer ‘acordão’ vai
ser caçado a pauladas na rua, feito uma ratazana”
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