11/12/2014 19h45
John Kerry disse que não há tempo de discutir 'quem precisa fazer mais'.
Secretário pede agilidade na criação de acordo contra mudança climática.
O secretário de Estado dos EUA, John Kerry, durante discurso na COP 20, em Lima
Ele ainda cobrou das nações ricas e em desenvolvimento mais ações para reduzir os impactos da mudança climática.
Kerry discursou em Lima, no Peru, no penúltimo dia da Conferência do Clima das Nações Unidas. uma "quase palestra" sobre os efeitos do clima no mundo, que teve na plateia jornalistas e delegados, incluindo o ex-vice-presidente dos EUA, Al Gore, ele tocou em um dos principais problemas das negociações, o princípio das "responsabilidades comuns, porém diferenciadas".
A discussão em torno do tema impede um avanço significativo para o novo tratado. O acordo, ainda desenhado na capital peruana, terá que ser assinado em 2015 e entrar em vigor em 2020.
"Simplesmente não temos tempo para sentar e discutir de quem é a responsabilidade, ela é de todo mundo", disse ele. "Todas as nações têm a responsabilidade de fazer sua parte se quisermos passar nesse teste. E apenas aqueles que contribuírem terão o direito de exigir resultados... se você é uma grande nação e não faz parte do esforço, então você é parte do problema”, complementou.
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Um dos poucos nomes de peso a comparecer na Conferência de Lima, Kerry
ressaltou ainda o compromisso dos Estados Unidos em cortar até 83% das
emissões de gases do país até 2050, meta prometida em 2009, em
Copenhague, e ressaltou que os EUA vão honrar o compromisso de diminuir
as emissões entre 26% e 28% até 2025, em relação a níveis de 2005.A promessa foi feita no mês passado, em anúncio realizado com a China, que também se prometeu reduzir a quantidade de gases lançados na atmosfera até 2030. “É o suficiente? Não. Mas é um início. Estamos encorajando outros países que estão prontos a nos seguir”, disse ele.
"Nenhum país sozinho, nem mesmo os EUA, pode resolver esse problema ou bancar essa conta sozinho, é impossível. Mesmo se todos os americanos parassem de usar carros, usassem apenas energia solar e reduzissem drasticamente suas emissões, isso seria insuficiente. O mesmo vale para a China ou a Índia. Simplesmente não é suficiente um pais reduzir se outros continuam", complementou.
Mais de países em desenvolvimento
Kerry também cobrou mais ação do bloco em desenvolvimento. "Se uma ou duas grandes economias falharem, já é suficiente para atrapalhar todo o resto. É claro que nações industrializadas têm grande responsabilidade, mas isso não isenta os outros, os países em desenvolvimento. É difícil, entendemos, mas mais da metade da emissão vem de lá... Se eles optarem por energia do passado, estarão perdendo a chance de criar a economia do futuro", explicou Kerry.
Ele comentou que as fontes de energia como carvão e petróleo, consideradas "do passado", são mais baratas atualmente, mas que é preciso pensar nos custos a longo prazo. "É caro fazer a transição, mas é preciso fazer a verdadeira matemática, considerar os custos envolvidos na reconstrução de lugares devastados, os danos materiais e os gastos com saúde", afirmou o secretário.
Para ele, a mudança climática é uma das maiores oportunidades de crescimento econômico do mundo em todos os tempos. “A ciência nos mostra que existe uma janela. Há tempo de mudar nossa rota e mudar os eventos, Mas a janela está se fechando rapidamente”. O secretário finalizou o discurso dizendo que "um acordo abrangente em Paris não é uma opção, é uma necessidade”.
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