10/12/2014 14h51
Grupo se reuniu na região central de Lima, capital do Peru.
Passeata é parte da Cúpula dos Povos e 'pressiona' conferência climática.
Grupos civis fazem marcha em Lima nesta quarta-feira (10) (Foto: Eduardo Carvalho/G1)
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Eneida Chavez levou a filha, a pequena Lucero,
para a Marcha dos Povos, em Lima
O evento é uma das principais atividades da Cúpula dos Povos, que ocorre em paralelo à Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 20). Os diplomatas e cientistas reunidos no evento da ONU até o dia 12 de dezembro têm a missão de chegar ao “rascunho zero” de um acordo multilateral, que obriga as nações a cortar emissões de gases-estufa a partir de 2020.
Inicialmente, cerca de 2 mil pessoas se concentravam para dar início à passeata, segundo informações da polícia local. Uma das integrantes da marcha, que ocuparia as principais ruas da região central da capital peruana, era Eneida Chavez, que levou a filha, a pequena Lucero.
"Quero defender o meio ambiente para o futuro da minha família. Moro na Amazônia peruana e as águas estão contaminadas. Não estamos de acordo com projetos de desenvolvimento previstos para a região da floresta", disse ela.
Francisco Jaminawa, da aldeia San Paulino, no Acre, disse que seu grupo exige a demarcação de terras feita pelo governo brasileiro e é contrário aos projetos de Redd (Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação florestal). "Isso traz muitas complicações para os indígenas", disse ele.
Proposta do Brasil é alterada
Nesta semana, a proposta do Brasil para acalmar o debate sobre a culpa histórica das emissões dos gases-estufa (que aumentam a temperatura do planeta) sofreu alteração no primeiro rascunho apresentado na COP 20. A mudança não agradou os negociadores brasileiros em Lima, no Peru.
O conceito, chamado de "diferenciação concêntrica", teve sua versão original modificada e, segundo organizações sociais, passou a beneficiar apenas os países desenvolvidos. Para o negociador-chefe do Brasil na COP 20, José Antonio Marcondes de Carvalho, o conceito foi mencionado "de um jeito incorreto". Na prática, deixa de ser considerada a proposta de divisão de obrigações entre os países. “Estamos trabalhando para recuperá-lo”, explicou.
O projeto brasileiro colocava os países em três níveis. Em cada um deles havia um “menu" de critérios para diminuir as emissões. Nações desenvolvidas ficariam no círculo central e teriam que fazer cortes em todos os setores da economia. Os emergentes, como Brasil, China e Índia, ficariam no segundo nível, com mais opções para frear o aquecimento. Países vulneráveis, como os Estados-ilha, não empreenderiam grandes ações e estariam no terceiro nível.
Segundo o Itamaraty, a proposta flexibiliza o conceito de "responsabilidades comuns, porém diferenciadas". Isso significa que um país que "ficar rico" deverá trocar o nível de compromisso e fazer mais pela causa do clima.
Manifestantes tomaram as ruas da região central de Lima, no Peru
Durante a marcha, vários grupos com instrumentos musicais animavam os participantes
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