12/12/2014 10h36
Subsídios significam até 80% das receitas do setor da pesca de foca
Caçador leva foca depois de caçada na Noruega (Foto: David Boily/AFP)
A Noruega deixará de subsidiar a caça de focas, uma decisão que pode
colocar fim a uma atividade muito controversa no país, indicou nesta
sexta-feira (12) um parlamentar norueguês.
A maioria dos deputados votou na noite de quinta-feira pela supressão a
partir de 2015 do subsídio anual de 12 milhões de coroas (1,3 milhão de
euros) ao setor.
"É preciso ressaltar que o parlamento não decidiu proibir a caça de
focas, mas tememos que a caça desaparecerá com o fim dos subsídios",
disse à AFP Geir Pollestad, presidente da comissão parlamentar pelo
Comércio e a Pesca, que se opunha à supressão.
"O setor está em uma situação difícil desde que o comércio com a UE de produtos derivados da foca foi detido", explicou.
Segundo a direção de pesca, os subsídios significam até 80% das receitas do setor da pesca de focas.
Em 2010, a UE instaurou um embargo sobre os produtos derivados da caça
comercial de focas na Noruega (que não é membro da União) e no Canadá,
uma medida justificada pelas "preocupações morais do público" frente aos
cruéis métodos de caça.
As focas costumam ser caçadas com fuzis e "hakapiks", garrotes com um gancho na ponta.
A caça às focas canadense está morta! Vida longa às focas!
por Paul Watson
30 janeiro 2012
“Eu gostaria de ver as seis milhões de focas, ou
qualquer que seja o número delas que está lá fora, mortas e vendidas,
ou destruídas, ou queimadas. Eu não me importo com o que acontece com
elas. Se houvesse um mercado para mais focas, os comerciantes de focas
estariam caçando e matando focas. Os comerciantes de focas… não podem
vendê-las, porque o mercado não está lá. O que eles querem é o direito
de sair e matar as focas…. e quanto mais eles matarem, mais eu vou amar
isso”.
Comentário cruel e absurdo feito pelo Sr. John Efford, ex-ministro federal canadense de Recursos Naturais e ex-Ministro das Pescas para a província de Newfoundland (só pode ser maluco para dizer algo semelhante!)
Paul Watson com o bebê Foca Harp
Eu tenho lutado contra a caça às focas canadense desde 1974. Tem sido
uma estrada longa e difícil, depois de quase quatro décadas. Durante
esse tempo conduzi navios no gelo seis vezes, em 1979, 1981, 1983, 1998,
2005 e 2008. Eu conduzi três campanhas de helicóptero, em 1976, 1977 e
1995.
Durante este tempo, nós perseguimos embarcações de caçadores de
focas para fora do gelo, bloqueamos navios de caçadores de focas no
porto, navegamos por quilômetros sobre as condições traiçoeiras do gelo,
confrontamos oficiais canadenses da pesca e da Polícia Royal Canadense
Armada, debatemos com os senadores, membros do Parlamento, premiês de
Newfoundland, Ministros das Pescas e Primeiros-Ministros. Temos levado
para o gelo celebridades como Brigitte Bardot, Richard Dean Anderson e
Martin Sheen, e temos trabalhado para ter produtos de foca proibidos em
todo o mundo.
Nós fomos detidos, espancados pela polícia e por
caçadores, perdemos um navio, e fomos difamados por todo o Canadá como
eco-terroristas, extremistas, e traidores.
Nós até inventamos uma alternativa livre de crueldade. O governo
rejeitou a nossa alternativa. O governo queria que as focas morressem.
Mas, no final, nós ganhamos!
A matança de focas canadense está comercialmente morta, e ela não
terá lugar no século 21. Esta indústria, bárbara e anacrônica, está
sendo jogada na lata do lixo da história que ela pertence. Finalmente,
depois de uma vida inteira de luta para acabar com ela, este
constrangimento obsceno está, para todas as intenções e propósitos –
morto.
Há meio século atrás, quando eu tinha dez anos, eu vi uma foca
golpeada até a morte na praia da minha nativa New Brunswick, no Golfo de
St. Lawrence. Se tornou meu sonho, em seguida, colocar um fim a isso, e
este sonho se tornou realidade. No ano passado, em um ataque ridículo
de melindre, a Ministra federal canadense das Pescas, Gail Shea, definiu
a cota de matança de 400.000, apesar de saber que não havia mercado
viável para este produto cruel e ecologicamente destrutivo. A matança
real foi inferior a 10% disto, em 38 mil filhotes de foca.
Os caçadores podem querer matar focas, mas eles também são práticos o
suficiente para saber que não faz muito sentido matá-las se não houver
mercado para as peles. No ano passado, toda a indústria faturou menos de
um milhão de dólares, e custou aos contribuintes canadenses muito mais
em subsídios, relações públicas e serviços de quebra-gelo para os
assassinos de focas. Nos últimos anos, a matança comercial das focas tem
sobrevivido como um sistema de bem-estar glorificado, apoiado por
políticos entregando-se a todos os tipos de acrobacias teatrais para
promovê-la, variando em servir carne de foca no refeitório do
Parlamento, ao Governador-Geral afundando seus dentes em um coração de
foca cru com sangue escorrendo pelo queixo.
Graças ao fato de que produtos derivados de foca estão proibidos nos EUA, Europa e Rússia, o mercado mundial faliu.
Foi uma luta muito longa, e o crédito disto vai para muitas
organizações e indivíduos que lutaram tanto tempo e tão apaixonadamente
para conseguir esta vitória para essas belas criaturas: o falecido
Cleveland Amory e o
Fund for Animals, Brian Davies e o
International Fund for Animal Welfare, Rebecca Aldworth e a
Humane Society dos Estados Unidos, Brigitte Bardot e a
Brigitte Bardot Foundation,
PETA, a
Royal Society for the Prevention of Cruelty to Animals,
Harp Seals.org,
e às tripulações apaixonadas que me acompanharam no gelo pela primeira
vez com o Greenpeace, em 1976 e 1977, e depois disso com a Sea Shepherd
Conservation Society.
Foi uma luta que começou nos anos sessenta, e agora o abate comercial
terminou, e serão apenas mais alguns anos até que a matança recreativa
dos selvagens sádicos nas Ilhas Magdalen do Quebec e alguns postos de
Newfoundland acabe.
Acompanhamos o governo canadense e os governos do Quebec, Prince
Edward Island, Nova Escócia e Terra Nova. Acompanhamos a indústria de
peles canadense e norueguesa, e a Associação de Peles de Foca Canadense.
Nós os desafiamos e através de determinação, paciência e perseverança,
enfrentamos os assassinos, ano após ano, utilizando a arma mais poderosa
e eficaz já inventada – a câmera. Através de recursos visuais, através
de dramatizações, e através da mídia, deixamos o mundo ciente desta
atrocidade contra a fauna marinha, e os mantivemos cientes, lembrando o
público internacional que nunca a nossa paixão pela causa morreu. Ano
após ano nós estávamos de frente com os assassinos, e ano após ano nos
tornamos mais fortes, enquanto os assassinos ficaram mais fracos.
No próximo mês, o governo canadense voltará a anunciar alguma quota
de matança ridiculamente alta, seguido por ofertas de subsídios
(bem-estar, por exemplo) em sua busca patética contínua para manter viva
a matança de focas em face de uma condenação praticamente universal.
Não importa. Eles falharão. A escrita está agora na parede, e não haverá mais caça às focas.
Nós ganhamos. As focas ganharam. A caça às focas canadenses está morta!
Vida longa às focas.
Agora temos de parar a matança de focas sul-africana, na Namíbia.
Traduzido por Raquel Soldera, voluntária do Instituto Sea Shepherd Brasil
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