terça-feira, 6 de janeiro de 2015

Filho de Barbalho, ministro da Pesca, segue os passos do pai


Maior jornal do Pará diz que é um caso de “tal pai, tal filho”


Deu em O Liberal
O senador Jader Barbalho (PMDB-PA) e seu filho, o ex-prefeito de Ananindeua Helder Barbalho, lideranças do PMDB do Pará, são réus em processos que envolvem o desvio de pelo menos R$ 33 milhões dos cofres públicos, considerando valores já atualizados por juros, multas e outras correções monetárias.



Os montantes desviados, já devidamente registrados pelo Ministério Público Federal, pelo Tribunal de Justiça do Estado do Pará (TJ-PA) e pelo Supremo Tribunal Federal (STF), seriam suficientes para investimentos no desenvolvimento social de todos os municípios do Estado do Pará, com aplicações que transformariam a realidade de várias regiões carentes.
Helder Barbalho, que foi candidato pelo PMDB ao governo do Estado ano passado e, depois de derrotado, foi escolhido pela presidente Dilma Rousseff para ser o ministro da Pesca, segue os passos do pai. Ele responde por improbidade administrativa perante a 5ª Vara Federal do Pará.



Uma investigação iniciada no Departamento Nacional de Auditoria do SUS constatou a irregularidade na aplicação de recursos do Ministério da Saúde em Ananindeua entre janeiro de 2004 e junho de 2007, quando ele era o prefeito.
De acordo com o processo, foram destinados ao município R$ 94,8 milhões para financiar programas de saúde.



Não ficou comprovado o gasto de R$ 2,7 milhões nas duas gestões. Houve também fraudes e irregularidades em licitações. O Ministério Público chegou a pedir a indisponibilidade dos bens dos investigados, mas a Justiça negou em junho de 2012.



O fundamento foi o de que ainda não havia sido apurado o valor do dano causado por cada um dos suspeitos. A presidente Dilma Rousseff chegou a declarar que iria consultar o Ministério Público Federal antes de nomear os novos ministros, mas acabou premiando o incorrigível Jader Barbalho, dando ao filho dele uma pasta no seu governo.



TRÊS PROCESSOS
Helder responde por três processos no próprio Estado sobre o rombo de R$ 2,7 milhões nos cofres de Ananindeua. São eles a Ação Civil Pública 2009.39.00.009435, que tramita na 5ª Vara da Justiça Federal desde 11 de setembro de 2009, a Ação Civil Pública de número 32.990.62.2013.4.01.3900, também distribuída para a 5ª Vara em 13 de dezembro de 2013 e Ação Civil Pública, por improbidade administrativa, onde Helder Barbalho aparece como réu, é a de número 10.364.156.2014.4.01.3900, distribuída para a 1ª Vara da Justiça Federal em 23 de abril de 2014.



Além dos processos já existentes, há suspeitas de que Jader também esteja envolvido no escândalo da Petrobrás. Há uma semana, foi revelado um e-mail apócrifo que alertou os diretores da estatal, em 2008, sobre o pagamento de propina, que deixou mais evidente o envolvimento do Barbalho.



A mensagem, assinada por um funcionário anônimo da estatal, que se autointitula “O Vigilante”, coloca o nome de Barbalho ao lado do político já falecido José Janene (PP-PR), como um dos mentores das ações do cartel que funcionava dentro da Petrobrás. “Pobres diretores, tornaram-se escravos do Janene, do Jader Barbalho”, diz o alerta.


Essa denúncia, publicada no jornal “Folha de São Paulo”, é mais um indício de que o político com a maior ficha corrida no Supremo Tribunal Federal (STF), não estaria fora de mais esse escândalo de saque dos cofres públicos.



O MAIOR LOBISTA
Segundo as investigações, Jorge Luz, um conhecido lobista paraense que tem ligações estreitas com os Barbalho, também já foi alvo de denúncias das revistas Veja e Época, com base nas apurações da operação Lava Jato, da Polícia Federal. Jorge Luz é conhecido como o maior lobista do País e de maior influência dentro da Petrobras.


Ele ganhou esse status após trabalhar para o governo Jader Barbalho em 1982 e para o seu sucessor, Carlos Santos. O lobista manteria até hoje uma empresa de consultoria em Belém, atuando no setor elétrico e no ramo da construção civil, mas é mais conhecido no Rio de Janeiro, onde costuma desfilar pela Barra da Tijuca, bairro nobre onde ele reside, dirigindo uma Ferrari.



O lobista era braço direito de Barbalho, quando o então governador protagonizou um dos maiores escândalos financeiros da história recente do Estado, ao transferir dinheiro dos cofres do Banpará para a sua conta pessoal no Rio de Janeiro, fechando um ciclo de mais de 30 anos de histórias de corrupção.

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