Correio Braziliense
A presidente Dilma Rousseff vai resgatar a coordenação político de governo, modelo adotado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao longo dos oito anos de mandato no Palácio do Planalto. Dilma foi convencida a ampliar a interlocução e o debate interno das ações do Executivo e, sobretudo, a criar mecanismo para atenuar eventuais crises políticas em um ano que se desenha, nas palavras de um aliado, “muito difícil”.
A formação do grupo atende a vários objetivos. O primeiro deles é não deixar Pepe Vargas — elogiado pela capacidade de diálogo, mas um neófito nas articulações políticas mais amplas — sozinho com a missão de negociar com um Congresso hostil.
“Ele vai precisar de ajuda, porque, sozinho, não vai dar conta do recado”, disse um petista graduado do Congresso, apontando o Salão Nobre do Palácio do Planalto. “Quando muito, viemos nós, petistas (para a posse de Vargas). Onde estão os líderes de outros partidos?”, questionou o parlamentar.
Segundo apurou o Correio, farão parte desse colegiado os ministros: Pepe Vargas (Secretaria de Relações Institucionais); Aloizio Mercadante (Casa Civil); Jaques Wagner (Defesa); Miguel Rosseto (Secretaria-Geral da Presidência) e José Eduardo Cardozo (Justiça).
A periodicidade das reuniões do Conselho ainda não foi decidida. Durante o governo Lula, elas aconteciam todas as segundas-feiras, para traçar o cenário político que o Planalto enfrentaria ao longo da semana. Lula foi obrigado, ao longo do mandato, a corrigir uma distorção que se repete na composição do atual grupo: a presença exclusiva de ministros petistas, desprezando a participação de outras legendas aliadas, sobretudo o PMDB.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – O fato concreto é que o ministro Pepe Vargas estreou no cargo dando mancada, ao declarar que as Comissões Parlamentares de Inquérito não têm mais utilidade. Na verdade, as CPIs são uma conquista democrática das minorias, que não podem ser esmagadas pela maioria quando defendem o interesse público. Até parlamentares do PT ficaram estarrecidos com as inoportunas declarações do estreante Vargas. (C.N.)
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